Parece que gracias a diversas evocaciones Colón llegó a Guanahani o como se lhamara la isla. Por qué ese criterio griego de verdad y de error? (CORTÁZAR, 1963, p. 515)
Resumo: Este artigo focaliza as relações entre literatura, identidades e culturas, a partir da leitura do romance Lavoura arcaica (1975), de Raduan Nassar. Narrado em primeira pessoa, destacam-se a linguagem lírica e a forma romanesca marcadas pela interpenetração de gêneros -lírico, épico, dramático -, propiciando aos leitores a vivência da tensão entre a diegese e o modo de narrar.Palavras-chave: Lavoura arcaica. Raduan Nassar. Literatura Brasileira. Romance. Lirismo. THE TREE OF CHILDHOOD IN LAVOURA ARCAICA, BY RADUAN NASSARAbstract: This article focuses on the relations between literature, identities and cultures, based on the reading of the novel Lavoura Arcaica (1975), by Raduan Nassar. It is narrated in the first person, the lyric language and the Romanesque style are marked by the genre interpenetration -lyric, epic and dramatic -, which enable the readers to experience the friction between the diegesis and the narrative mode.
Resumo: Este texto representa um esforço para pensar a produção romanesca modernocontemporânea sob o rótulo de escrita autobiográfica, confessional e autoficção; tratam-se de categorias distintas na tecelagem literária e representam um olhar para trás a fim de reavaliar o mundo e/ou se integrar ao mesmo numa espécie de "redenção-sem-deus". Isso porque o sujeito contemporâneo, marcado ainda mais pela fragmentação da infraestrutura e superestrutura que sustenta/va o pensamento da Idade Moderna, se projeta na sociedade chamada pós-moderna, ainda que, paradoxalmente, os mitos continuem presentes em seu imaginário. A partir daí, trabalharemos com o romance A chave de casa, de Tatiana Salem Levy (2009), publicado pela editora Record, e o texto crítico-literário de Silviano Santiago (2011), "Meditação sobre o ato de criar". Palavras-chave: Literatura contemporânea. Discurso autobiográfico. Discurso confessional. Autoficção. Identidade. Introdução A chave de casa é uma narrativa não linear em primeira pessoa, chamada pela autora, Tatiana Salem Levy (2009), de autoficção, visto que a personagem principal tem muito em comum com a sua própria vida. Ambas nasceram em janeiro de 1979, no exílio (Portugal), numa época em que seus pais fugiam da ditadura militar instaurada no Brasil. Ambas voltaram ao Brasil nove meses depois e são descendentes de turcos. A partir daí, mistura-se vida real com ficção, ou melhor, a vida "real" torna-se ficcionalizada. Os leitores
Este artigo tece reflexões sobre o ensaio O direito à literatura (2004), de Antonio Candido, com ênfase no ensino da literatura. O ensaio foi apresentado em evento promovido pela Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, em 1988. No texto, destaca-se a potência que o autor identifica na literatura para ultrapassar a barbárie que, naquele momento histórico, no Brasil, ainda se mantinha presente, apesar de reconhecer certo constrangimento social, pelo menos, a qualquer elogio público dessa barbárie. Candido considerava que o ensino da literatura possui várias missões, uma delas, humanizar. A questão que se pretende discutir é a continuidade ou não da expectativa de potência, um “sonho acordado das civilizações” (2004, p. 175), na contemporaneidade, a partir de um breve estudo sobre a importância da lenda, no contexto cultural brasileiro. A lenda que serve de base para este trabalho sinaliza caminhos que colocam a função humanizadora no centro do dizer – literatura oral ou escrita – e, no âmbito do ensino, promove o conhecimento de mundo no presente e no passado, sem desconhecer as possibilidades de construção do futuro, inclusive aquelas de acesso a bens culturais, como o são as bibliotecas de domínio público, entre outras iniciativas que podem concretizar o “direito à literatura” pelo acesso universal.
A proposta deste dossiê – Ensino de literatura e experiência estética – prioriza a experiência estética, na leitura literária e também nas práticas pedagógicas, destacando-se os tópicos: a) a importância da interação; b) as aproximações producentes entre as práticas e as teorias de mestrados profissionais e de estudos literários, no intuito de minimizar limites naturalizados sobre o ensino de literatura, desde a Educação Básica. Nas últimas décadas, que incluem a passagem do século XX para o XXI, o ensino da literatura, em muitos casos, luta contra o desaparecimento. Um aliado veio da tecnologia, pois, as várias e recentes inovações tecnológicas, assim como o uso de diferentes plataformas, não apenas possibilitam acesso aos textos, literários ou não, como propiciam o surgimento de outros gêneros discursivos, multimodais, colaborativos e híbridos. Num cenário em mutação, o significado da leitura amplia-se, uma vez que ler significa atentar para múltiplas linguagens presentes no texto. O uso da linguagem verbal escrita, verbal oral, sonora não verbal, visual etc., constitui um espectro amplo da produção textual e de possibilidades de leitura.Fundamental para a formação plena do ser humano, o ensino de literatura, assim como de outras manifestações artísticas, estimula a sensibilidade e a crítica, componentes muitas vezes negligenciados por uma formação tecnicista. Privilegiam-se teóricos que discutem o lugar das artes na formação do indivíduo e nos próprios documentos oficiais de educação, não aqueles que negam esse lugar e sua importância. A capacitação técnica do aluno não prescinde do estímulo ao exercício da sua subjetividade, visto que, através desta última, nos tornamos mais críticos e criativos.Num país reconhecidamente marcado pelas desigualdades, na dimensão do humano, do que é dignidade e cidadania, acentua-se uma constante mobilização no sentido de aprimorar o trabalho docente, ao aperfeiçoar novos e antigos conhecimentos. Tornam-se indispensáveis as funções que motivem experiências no modo de fazer e sentir, ao promover a formação do humano e de sua humanidade, não apenas entre os grupos humanos, mas entre estes e o mundo, lugares e ambientes, incluindo-se todos os seres vivos que afetam e são afetados por nossas ações, em comunidades tradicionais e fluidos pertencimentos.O texto literário, como objeto estético na formação do indivíduo, e a literatura, em sentido amplo e nos documentos orientadores e norteadores do currículo, convergem para um campo de atuação – o artístico-literário –, com início no Ensino Fundamental. Sem abandonar o ensino que promove, em sua maior parte, o acesso aos textos clássicos, propomos estender a devida atenção às produções contemporâneas, trazer para a escola gêneros e modos de fazer e dizer as literaturas indígenas, africanas, afro-brasileiras, latinoamericanas e de literatura universal. O ensino de literatura, portanto, não se confunde com certa “facilitação”, na escolha de textos com linguagem mais acessível aos leitores. O difícil e o fácil são indispensáveis no aprendizado, um não exclui o outro, o que se aprende é repleto de texturas, na construção de repertórios que se iniciam na escola, mas nela não findam; pelo contrário, um dos principais papeis da escola é o de promover aberturas, não fechamentos.
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