Historicamente, a formação dos profissionais de saúde tem privilegiado a construção de conteúdos fragmentados, o determinismo biológico e a doença como objeto de consumo. A adoção de políticas reorientadoras da formação, pelas instituições formadoras, tem estimulado novos modos de ensinar e cuidar. Este trabalho teve como objetivo analisar mecanismos de articulação desenvolvidos entre gestores, tutores, preceptores e bolsistas, caracterizando os dispositivos que contribuíram na reorientação da formação e produção de novos modos de cuidar. Optou-se pela pesquisa avaliativa de abordagem qualitativa. Foram utilizados: grupo focal, observação direta e análise documental, como instrumentos de coleta, e a análise de conteúdo como técnica de análise. Os resultados apontam: aproximações entre serviços/ensino/população, diminuição da fragmentação de conteúdos, fortalecimento da educação permanente em saúde e do trabalho em equipe, mudanças na micropolítica do trabalho, compartilhamento de saberes e práticas, implicação dos sujeitos com seu fazer.
Introdução: A pandemia da COVID-19 afetou a comunidade universitária brasileira, desta forma o conhecimento acerca das características individuais e sociais que determinam o adoecimento desse grupo é essencial. Objetivo: Estimar a prevalência e os fatores associados ao relato de testagem positiva para a COVID-19 em comunidade universitária brasileira. Métodos: Realizou-se a análise da linha de base de um estudo longitudinal conduzido em 2020, com discentes docentes e técnicos em 11 instituições de ensino superior. O relato de testagem positiva para COVID-19 e demais variáveis investigadas foram coletadas por um questionário on-line. As razões de prevalências (RP) foram empregadas como medida de associação nas análises brutas e ajustadas. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Participaram 4.809 voluntários e desse total 3,8% relataram testagem positiva para COVID-19. Menores prevalências desse relato foram observadas para todas as regiões quando comparada a região Norte, e com maiores prevalências em mulheres (RP: 1,59; IC95%: 1,14–2,22), com o aumento da idade (RP: 1,02; IC95%: 1,01–1,03), de cor da pele preta (RP: 1,93; IC95%: 1,20–3,08) e parda (RP: 1,67; IC95%: 1,15–2,43), ter companheiro e não estar em distanciamento social (RP: 2,09; IC95%: 1,50–2,92). Conclusão: Conclui-se que quatro em cada 10 membros da comunidade universitária relataram ter testado positivo para a COVID-19. A ocorrência da infecção foi frequente na região Norte, em mulheres, com o aumento da idade e com companheiro, que se autodeclararam com cor da pele preta/parda e não estavam em distanciamento social.
ResumoOs riscos de mortalidade por homicídio são bastante diferenciados, segundo as condições de vida dos grupos sociais. Deste modo, a construção de indicadores que contribuam para o diagnóstico das condições de vida das populações possibilita um direcionamento das ações de saúde de modo mais específico às populações mais vulneráveis. O estudo buscou obter a correlação espacial e estudar a associação entre a condição de vida e a distribuição das residências de vítimas de homicídios no ano de 2010, no município de Itabuna-BA. Trata-se de um estudo ecológico, utilizando o Indicador Adaptado de Condição de Vida, para o qual recorreu-se a dados das Declarações de Óbito e dados censitários do ano de 2010. Nas análises estatísticas empregou-se o software SPSS 18, enquanto o ArcGIS 10 foi utilizado nos georreferenciamentos. A comparação dos mapas de condição de vida e residência das vítimas de homicídios evidenciou relação entre o fenômeno e áreas mais carentes da zona urbana do município. A Razão de Chances bruto, quando comparados os clusters alta e baixa condição de vida foi igual a 12,62 e igual a 6,93 para os clusters de média e baixa condição de vida. A estratificação do município, segundo condições de vida e distribuição espacial das residências das vítimas de homicídios permitiu a identificação de áreas onde a população está mais vulnerável, fornecendo subsídios para ações de vigilância à questão da violência. . Engels, em 1884, já alertava para a alta mortalidade entre os pobres, em função das condições precárias de vida da classe operária na Inglaterra e, chamava a atenção para as influências maléficas das privações sofridas na infância sobre a saúde na idade adulta 4 . Palavra
This study is a cartographic research on the micropolitics of the support service offered to the people who are living with leprosy in the city of Ilhéus-Bahia. The focus of this analysis is directed to the production of care and the subjectivity of the health worker during their process of work, to the perception of the user who bears irreversible physical deformities caused by leprosy and the attention given by the health care systems to the needs of the users. Besides the cartography, other strategies were used in a perspective of a methodological triangulation: desk research, semi-structured interviews, case studies and direct observation. The results imply that the Program of Leprosy Control in the city of Ilhéus has been neglected regarding the organization of the services and the infrastructure which is necessary to meet the demands of the patients. As for the health workers, it was found that some professionals were captured, in their subjectivities, by the instrumental rationality of the protocols over the use of relational technologies. However, the majority of professionals who work in the analyzed service, despite facing operational difficulties, look for external alternatives that can replace the organizational flows in order to meet the demand of the users. The focus on the user with deformities showed that despite the adversity caused by the leprosy in the body, marked by severe physical deformities, showed that the patient was able to overcome the difficulties imposed by the disease process and that the patient acknowledges positively the care given by the team which provides the service to the people in Ilhéus who live with leprosy. The experimentations conducted during this research made this researcher amplify her ethical and aesthetic commitment to life. It is relevant to emphasize the need for understanding, by the collective involved in the production of the care of the person who lives with leprosy, of the importance of the interpretation of reality as the trigger which starts processes of self-analysis which may product self-managed devices on the team in order to produce a health care service that meets the demands of these users.
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