Resumo Estudos sobre a estatalidade ou contraestatalidade na América do Sul indígena são ainda incipientes. Apesar de o tema ter conhecido uma recente atenção maior desde que a tese de A Sociedade Contra o Estado, de Pierre Clastres, foi publicada em 1974, pouco tem sido feito no sentido de suprir uma lacuna crucial: aquela que conecta as sociedades andinas às sociedades das terras baixas. O presente artigo busca fornecer sinteticamente, e tendo como pano de fundo a etnografia de um povo aruaque (Enawene Nawe), certos contornos teórico-filosóficos no sentido de preencher essa lacuna. A partir de uma recensão interessada de preceitos importantes da filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, por um lado, e um engajamento com estudos de música indígena, por outro, o artigo passa por questões ecologicamente imprescindíveis, como uma chamada ao cotejamento sistemático de estudos de Arqueologia nas sínteses etnológicas, mas também uma apreciação geral do regime de “pequenos intervalos” que vigora nas musicalidades do continente.
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