“…ILHA Ilha, Florianópolis, v. 24, n. 3, e71249, p. 114-143, 2022 Essas categorias, como notado por Avery (2018, p. 26), são características da literatura sobre povos guarani-falantes e uma das hipóteses possíveis para essa recorrência é a de que esses termos sejam transformações de operações tradutórias realizadas pelos próprios Guarani para se referir a diferentes gêneros de suas artes vocais ou para demonstrar que suas formas de expressão da palavra são, a um só tempo, movimento, música, poesia e xamanismo. Diante desse problema tradutório e conceitual, optamos aqui por traduzir os porahéi ou mborahéi como cantos-danças; os kotyhu como "cantos de encontro", conforme a tradução proposta por Chamorro (2011); os guahu como "cantos míticos" (RODGERS et al, 2016); os ñembo'e como "cantos-rezas", seja sob a forma de hinos ou de invocações, conforme a distinção proposta por Melià, Grünberg e Grünberg (2008[1987, p. 164).…”