O texto a seguir é fruto de um exercício complexo e, ao mesmo tempo, fascinante de (re)construção de sentidos sobre o modo como compreendemos os usos e, portanto, o ensino-aprendizagem de inglês no contexto brasileiro. A partir do argumento principal de que no Brasil contemporâneo ressignificamos a língua inglesa em uma ótica translíngue, buscamos desinventar e reconstituir, pluralizar e potencializar nossas perspectivas – e, quiçá, de outrem – sobre a lingua(gem), em uma alternativa decolonial. Para isso, caracterizamos e discutimos potenciais empreitadas educacionais que envolvem a(s) língua(s) e que, a nosso ver, oportunizam a criação de espaços de construção de sentidos contingenciais em sala de aula, focalizando a amplitude da diversidade na comunicação em inglês. Em especial, enfatizamos práticas educacionais que criticamente analisam e questionam a territorialização colonial das línguas, a partir de uma perspectiva em que a diferença é norma ao invés de exceção.
O presente artigo ocupa-se em problematizar as aulas de leitura em língua portuguesa no Ensino Médio com base na teoria discursiva de linguagem. Por meio da análise de textos selecionados que trataram da ocupação do prédio da reitoria da USP por estudantes da mesma instituição, no fim de 2011, discute-se o “real da língua”, noção teórica da Análise de Discurso (AD) de filiação pecheutiana como estratégia relevante de condução das aulas de leitura em língua materna. Para isso, são levantados alguns dos pressupostos teóricos defendidos pela AD para a atribuição de sentidos possíveis nos enunciados analisados. Além disso, aplicam-se conceitos analíticos próprios da AD na busca por momentos de percepção da língua enquanto passível de aceitação do deslize e da contradição, como defende Michel de Pêcheux. Como conclusão, defende-se que o ponto de vista discursivo mostra-se pertinente na formação de sujeitos que se posicionem reflexivamente frente aos textos.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.