Research on Brazilian federalism and state politics has focused mainly on the impact of federal arrangements on national political systems, whereas comparative analyses of the workings of state political institutions and patterns of political competition and decision-making have often been neglected. The article contributes to an emerging comparative literature on state politics by developing a typology that systematizes the variation in political competitiveness and the extent of state elites' control over the electoral arena across Brazilian states. It relies on factor analysis to create an index of "electoral dominance", comprised of a set of indicators of party and electoral competitiveness at the state level, which measures state elites' capacity to control the state electoral arena over time. Based on this composite index and on available case-study evidence, the article applies the typological classificatory scheme to all 27 Brazilian states. Further, the article relies on the typological classification to assess the recent evolution of state-level political competitiveness. The empirical analysis demonstrates that state politics is becoming more competitive and fragmented, including in those states that have been characterized as bastions of oligarchism and political bossism. In view of these findings, the article argues that the power of state political machines rests on fragile foundations: in Brazil's multiparty federalism, vertical competition between the federal and state governments in the provision of social policies works as a constraint on state bosses' machine-building strategies. It is concluded that our previous views on state political dynamics are in serious need of re-evaluation.
A última década testemunhou uma mudança fundamental nas linhas centrais de ação e nas políticas do Banco Mundial. Após a muito criticada experiência com programas de ajuste estrutural durante os anos de 1980, o foco operacional moveu-se de temas como liberalização, desregulamentação e estabilização para questões de construção e reforma institucional. De fato, uma vez que se tornou mais claro que não havia sido dada suficiente atenção aos problemas de viabilidade política das reformas estruturais e, da mesma forma, aos custos sociais associados a estas, o Banco Mundial passou a priorizar fatores políticos como a legitimidade governamental e o papel dos grupos de pressão, especialmente após o fracasso das políticas de ajuste estrutural em muitos países
Resumo O debate recente sobre identificação partidária e comportamento eleitoral no Brasil vem apontando para a crescente importância do posicionamento dos eleitores com respeito aos principais partidos presidenciais – PT e PSDB – na escolha dos candidatos à presidência. Neste artigo, procura-se contribuir para a literatura colocando em questionamento diagnósticos recentes com respeito à polarização do sistema partidário presidencial. De acordo com a hipótese da polarização, a competição eleitoral entre PT e PSDB levou a uma crescente divisão do eleitorado em dois blocos claramente diferenciados e polarizados. Argumentamos que esta hipótese se apoia em bases teóricas e empíricas frágeis. Não obstante a crescente importância dos sentimentos partidários na determinação do comportamento dos eleitores no pleito presidencial, os resultados das análises descritivas e modelos estatísticos multivariados com base nos surveys do Estudo Eleitoral Brasileiro (Eseb) realizados nos anos de 2002, 2006, 2010 e 2014 demonstram que não há evidências de que tal movimento estaria associado a um aumento da polarização partidária de massa. Pelo contrário, observamos que as diferenças ideológicas e de opinião entre petistas e tucanos são de pequena monta e, além disso, encontramos evidências de uma crescente convergência ideológica entre os vários segmentos do eleitorado ao longo do tempo.
E ste artigo pretende investigar o impacto do ciclo eleitoral presidencial e das instituições federativas sobre a nacionalização das eleições legislativas em contexto multipartidário. Mais especificamente, o objetivo é entender como a dinâmica da competição eleitoral nas eleições para o Executivo nacional e estadual atua sobre as estratégias de nacionalização ou regionalização dos partidos no território brasileiro.O conceito de nacionalização partidária tem sido utilizado na literatura comparativa para aferir o grau em que a variação da votação dos partidos entre os diferentes distritos se aproxima ou se distancia da votação nacional. Sistemas nacionalizados seriam aqueles em que a força eleitoral dos partidos se distribui homogeneamente entre os distritos (Jones e Mainwaring, 2003; Chhibber e Kollman, 2004;Brancati, 2008;Morgenstern et al., 2009). Conforme a utilização consagrada na literatura, adotou-se neste artigo o termo "nacionalização partidária" com respeito às eleições para a Câmara dos Deputados, uma vez que a disputa legislativa nacional é a que indica mais claramente o efetivo ní-vel de apoio aos partidos e sua distribuição no território.
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