Na segunda metade do século XVII, após a Restauração Portuguesa, intensificou-se o povoamento do sertão da América portuguesa. O processo, definido na documentação como “expansão para os caminhos de dentro”, visava à constituição de aldeamentos e à formação de alianças, com o intuito de garantir segurança no acesso comercial às rotas dos criadores de gado que seguiam da Bahia ao Piauí, bem como a constituição de um grupo de índios Kiriri que coibisse a formação de quilombos nas impenetráveis rotas do sertão. Ordens religiosas foram incumbidas da tarefa de organizar as aldeias, “disciplinar as almas” e fornecer mão de obra nas entradas para o sertão. Nesse espaço permeado pelo jogo de interesses de diversos grupos, o conflitos e a fluidez das alianças foram uma constante. Com base nesse contexto, o presente artigo visa analisar as estratégias de povoação do “sertão de dentro” e o papel dos índios na formação desses espaços.
Resumo: A expansão para os sertões de dentro, no Brasil, na segunda metade do século XVII, foi marcada pela edificação de aldeamentos e constituição de alianças, para garantir segurança no acesso comercial às rotas dos criadores de gado que seguiam da Bahia ao Piauí. Ordens religiosas foram incumbidas de organizar as aldeias, disciplinar as almas e fornecer mão de obra nas entradas para o sertão. Coube aos padres da Companhia de Jesus a administração dos Kiriri e, visando atender às solicitações, foram realizados estudos linguísticos para sistematizar e normatizar as línguas locais e tornar possível a comunicação e a pretendida conversão. Este artigo tem como objetivo analisar as redes de comunicação entre missionários durante a conversão dos Kiriri. Por meio dos escritos do padre Ludovico Vicenzo Mamiani Della Rovere, em cotejo com outras fontes, buscam-se identificar os interesses, práticas e métodos de apreensão dos saberes linguísticos, as redes de difusão e a circulação do conhecimento.
O presente trabalho tem como objetivo analisar, a partir das cartas, produzidas pelos jesuítas na Capitania de Sergipe, as práticas de conversão e os métodos de ensino apresentados para educação indígena. A ação catequética jesuítica nas terras situadas ao norte da capitania da Bahia resultou na produção de textos a respeito da língua e dos costumes dos povos que viviam às margens norte do Rio Real. Partindo da relevância de tais registros para a História da Educação no período colonial, este trabalho tem o propósito de apontar alguns sinais da catequese e do método utilizado pelos jesuítas.
As efemérides constituem relevantes espaços de celebração e de construção de análises que tendem a avaliar as experiências tecidas na malha do tempo. Nos idos de 2020, em pleno contexto dilacerado pelos dilemas da pandemia, ocorreram as celebrações alusivas ao bicentenário da emancipação política de Sergipe e do sesquicentenário da mais longeva instituição educacional do estado, o portentoso Atheneu Sergipense. Infelizmente, em decorrência das necessárias ações de isolamento social, as ruas e os auditórios estiveram vazios, desprovidos de festejos, de eventos e da presença de sujeitos que enfaixam sentidos, vivem e narram as histórias. Entretanto, nem tudo foi silêncio. No dia 19 de outubro, uma live reuniu um considerável número de historiadores da Educação no efusivo lançamento da coleção “Uma Casa de Educação Literária: 150 anos do Atheneu Sergipense”. Trata-se de uma coleção que reúne dez livros que têm como escopo a trajetória da velha instituição de ensino secundário de Sergipe.
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