O desenvolvimento tecnológico experimentado a partir do final do século XX resultou em transformações não só para o modo de fazer jornalístico como também para o papel que tradutores passaram a desenvolver inseridos nesses contextos emergentes. Tal cenário impôs novos desafios ao tradutor, ao situá-lo em um diálogo direto e imediato com os condicionantes extratextuais (aspectos culturais, sociais, históricos e ideológicos) que estão presentes em sua profissão. Tais desafios exigem que o perfil desse profissional seja mais bem delineado, a fim de capacitá-lo para o desenvolvimento de estratégias de tradução específicas para o âmbito jornalístico. Neste trabalho, pretende-se refletir sobre como se reconfigura o papel do tradutor de textos jornalísticos no século XXI e de que forma esse papel pode ser entendido, dentro de um contexto de formação acadêmica em tradução, a fim de desenvolver habilidades e competências que o capacitem para atuar nesse setor do mercado de trabalho.
Pretende-se discutir a questão dos estereótipos a respeito da tradução da língua espanhola e portuguesa buscando-se problematizar a relação entre os enunciados produzidos por estudantes brasileiros, espanhóis e argentinos de diferentes contextos de formação em Tradução. Para tanto, delimitamos inicialmente o termo e o conceito de estereótipo, entendendo o segundo como uma representação - de caráter homogeneizador - atribuída à realidade, em um processo de simplificação cognitiva, e os seus desdobramentos dentro de estudos ao longo do século XX. Posteriormente, apresentamos quais são os estereótipos relacionados à tradução da língua espanhola levantados em um curso de Tradução brasileiro, Bacharelado em Letras-Tradutor, a partir de pesquisa empírica, utilizando-se técnicas desenvolvidas para realizar a análise estrutural das representações sociais. Para finalizar, contrapomos os estereótipos citados anteriormente aos enunciados sobre a tradução da língua portuguesa formulados por estudantes de tradução de língua portuguesa provenientes de dois contextos diferentes, a saber: o curso de Traductorado en Portugués (Buenos Aires - Argentina) e o curso de Traducción e Interpretación (Granada - Espanha). Os diferentes níveis de análise dos dados apoiaram-se teoricamente em trabalhos da Psicologia Social e na Semântica Enunciativa, e permitiram identificar um modo sintático-enunciativo marcado por contornos e contradições, que evitou a afirmação direta, caracterizando um dizer marcadamente polifônico, no que concerne aos enunciados brasileiros. Embora com algumas semelhanças no modo argumentativo, as representações feitas por espanhóis e argentinos se distanciam no que tange aos objetos de valoração atrelados ao idioma português.
O presente trabalho objetiva tecer uma análise sobre as traduções da obra El hombre de mi vida (2000), do autor catalão Manuel Vázquez Montalbán (1939-2003), da língua espanhola para as línguas francesa, L’homme de ma vie, e portuguesa, O homem da minha vida. Reconhecendo a importância de elementos lexicais para a construção da textualidade literária e para a representação de personagens e de espaços narrativos, tenciona-se mostrar como o uso do léxico tabu, na fala do personagem protagonista (Pepe Carvalho) e em suas respectivas traduções, funciona como recurso discursivo e estilístico para ora acentuar, ora atenuar os paradoxos, desencantos e insatisfações da pós-modernidade. No que concerne às questões do léxico tabu, referimo-nos, sobretudo, aos trabalhos de Domínguez (2008) e Shadid (2011), os quais apresentam diferentes abordagens do tema, considerando suas origens e desdobramentos. Com relação às reflexões sobre tradução, apoiamo-nos nas pesquisas de Rodrigues (2000; 2012), que concebe a tradução como espaço da diferença, e de Crépon (2004/2016), para quem as culturas são constitutivamente traduções, remetendo, nesse sentido, a uma relação diferencial e a um movimento constante de desapropriação linguística. É sob a perspectiva da diferença linguística e cultural que empreendemos então a leitura das obras aqui mencionadas e de seus percursos tradutórios.
O objetivo deste trabalho é analisar a tradução de unidades fraseológicas (UFs) na direção espanhol-português em um corpus literário. As UFs são entendidas aqui como unidades léxicas formadas por mais de duas palavras gráficas em seu limite inferior, cujo limite superior situa-se no nível da oração composta. Nosso foco centra-se na análise dos procedimentos concretos que revelam as técnicas e estratégias de tradução a partir dos equivalentes propostos. Os resultados evidenciam diferenças no que concerne às estratégias de tradução de UFs, podendo-se concluir que diferentes métodos possam ser empregados para a tradução de locuções e enunciados fraseológicos sem que, com isso, elementos expressivos e estilísticos do texto literário sejam comprometidos. Para o caso das colocações, os dados apontam para a necessidade de maior atenção no âmbito da decodificação.
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