Este texto objetiva socializar uma experiência em Educação do Campo: o processo de implantação da Casa Familiar Rural do Vale do Jaguari-CFR/VJ. Situada na região central do Rio Grande do Sul, a CFR abrange os municípios de Jaguari, Nova Esperança do Sul, Mata e municípios de entorno. Pautada na Pedagogia da Alternância, mostra-se como uma proposta de desenvolvimento capaz de atender às demandas sociais deste grupo que historicamente vem sendo excluído ou submetido a processos educativos que não atendem efetivamente às suas necessidades e expectativas enquanto sujeitos do campo. O presente estudo, de cunho qualitativo, consiste num estudo de caso e fundamenta-se em teóricos da Educação do Campo e do Desenvolvimento Territorial. Deste modo, o artigo faz uma reflexão sobre a Pedagogia da Alternância, os processos de sensibilização e mobilização para a implantação da Casa Familiar Rural do Vale do Jaguari e os resultados, avanços e recuos, em consonância com os aspectos do desenvolvimento territorial. Field education: the deployment process of "Casa Familiar Rural do Vale do Jaguari (CFR/VJ)"
É notável a contribuição das Maisons Familiales Rurales – MFRs (França) e das Casas Familiares Rurais – CFRs (Brasil) à vida dos jovens e das famílias que vivenciam a proposta da Pedagogia da Alternância. O objetivo é discutir a formação dos sujeitos do campo, no Brasil e na França, em processos educativos caracterizados por territorialidades distintas, seja pelas peculiaridades histórico-sociais e culturais de cada país em questão, ou necessidades e possibilidades postas pela estrutura econômica de tais realidades. Nesta pesquisa qualitativa foram utilizadas entrevistas, observações em Casas Familiares Rurais dos dois países e pesquisa bibliográfica. Na França, país de origem, existe um amplo espectro de formações, com recursos dos ministérios públicos da Educação e da Agricultura. No Brasil, prioriza-se a formação em agricultura e são identificados elementos produtores de mudanças concretas, uma vez que os conhecimentos são pensados e organizados conjuntamente pelos atores/sujeitos do campo, a partir do interesse e da realidade por eles vivida, geralmente sem auxílio financeiro do Estado. Constata-se que o processo pedagógico das CFRs brasileiras, tem efetivado transformações individuais e coletivas convergindo em sujeitos mais atuantes nos movimentos de resistência do campo. Como citar este artigo:ZIMMERMANN, Angelita; MEURER, Ana Carine; DE DAVID. Cesar. A formação dos sujeitos do campo e a pedagogia da alternância: da França ao sul do Brasil. Revista NERA, v. 23, n. 51, p. 300-327, jan.-abr., 2020.
As Casas Familiares Rurais e a Pedagogia da Alternância surgiram na França, em 1935, e se expandiram mundialmente ao comungarem uma formação que articula educação e trabalho.O propósito do texto será apresentar uma análise preliminar acercado egresso, compreendendo as transformações percebidas na produção da vida dos alternantes da Escola de Ensino Médio Casa Familiar Rural Três Vendas - EEMCFRTV - Catuípe, noroeste do Rio Grande do Sul. Este artigo é fruto da pesquisa de doutorado em Geografia, em andamento desde 2016, a qual, numa abordagem qualitativa, além do aporte teórico e documental, se instrumentalizará em entrevistas, vivências e observações, na escola e nas moradias dos entrevistados. Espera-se, a partir da compreensão das contradições da questão agrária brasileira e do processo formativo EEMCFRTV,a ampliação de conhecimentos sobre a complexa relação entre formação e permanência do jovem no campo, inseridas na luta de classes e no “mundo do trabalho” deste período histórico, em decorrência do agronegócio.
RURAL EDUCATION AND TERRITORY: a decolonial proposal based on peasant experiences in Brazil and PortugalEDUCACIÓN DEL CAMPO Y TERRITORIO: una propuesta decolonial a partir de experiencias campesinas en Brasil y PortugalRESUMOA Educação do Campo é fundamental à produção e ampliação do território camponês e tem contribuído com a (re)existência dos camponeses na luta contra o agronegócio. Este texto é baseado em duas pesquisas realizadas entre 2016 e 2019, entendidas como epistemologias do Sul que compreendem Educação do Campo, território e campesinato na contemporaneidade. O objetivo do artigo é dar visibilidade ao conhecimento nascido das lutas e experiências de resistência camponesa, ampliando o espectro epistemológico contra o capitalismo, patriarcado e colonialismo. Esta pesquisa qualitativa se fundamenta em teóricos, documentos, vivências e entrevistas com egressos e agentes das territorialidades estudadas. As interculturalidades entre as pedagogias e os territórios da (re)produção da vida dos egressos de duas Casas Familiares Rurais, do Brasil e de Portugal, e do Assentamento Fazenda Annoni, no Rio Grande do Sul, Brasil, são creditadas como sociologias decoloniais que validam a união de saberes ancestrais e científicos e constituem o que denominamos território epistemológico camponês.Palavras-chave: Território Epistemológico Camponês; Educação do Campo; Casa Familiar Rural; Assentamento.ABSTRACTRural Education is fundamental to the production and expansion of peasant territory. It has contributed to the (re) existence of peasants in the fight against agribusiness. This text consists of two surveys carried out between 2016 and 2019, understood as epistemologies of the South that comprise Rural Education, territory, and peasantry in contemporary times. The article's objective is to give visibility to the knowledge born from the struggles and experiences of peasant resistance, expanding the epistemological spectrum against capitalism, patriarchy, and colonialism. This qualitative research bases itself on theorists, documents, experiences, and interviews with graduates and agents of the studied territorialities. The interculturalities between the pedagogies and the territories of the (re) production of the life of the graduates of two Rural Family Houses, in Brazil and Portugal, and of the Fazenda Annoni Settlement, in the Rio Grande do Sul, Brazil, are credited as decolonial sociologies. They validate the union of ancestral and scientific knowledge and constitute what we call peasant epistemological territoryKeywords: Peasant Epistemological Territory; Rural Education; Rural Family House; Settlement.RESUMENLa Educación del campo es fundamental para la producción y expansión del territorio campesino y ha contribuido a la (re) existencia de los campesinos en la lucha contra la agroindustria. Este texto se basa en dos investigaciones realizadas entre 2016 y 2019, entendidas como epistemologías del Sur que comprenden la Educación del Campo, el territorio y el campesinado en la contemporaneidad. El objetivo del artículo es dar visibilidad al conocimiento nacido de las luchas y experiencias de la resistencia campesina, ampliando el espectro epistemológico contra el capitalismo, el patriarcado y el colonialismo. Esta investigación cualitativa se basa en teóricos, documentos, experiencias y entrevistas con egresados y agentes de las territorialidades estudiadas. Las interculturalidades entre las pedagogías y los territorios de la (re) producción de la vida de los egresados de dos Casas Familiares Rurales, de Brasil y Portugal, y del Asentamiento Fazenda Annoni, en Rio Grande do Sul, Brasil, son acreditadas como sociologías decoloniales que validan la unión de saberes ancestrales y científicos y constituyen lo que llamamos territorio epistemológico campesino.Palabras clave: Territorio Epistemológico Campesino; Educación Campesina; Casa Familiar Rural; Asentamiento.
A produção agroecológica, o respeito à biodiversidade e o valor social da terra como bem comum a toda a humanidade, passam por uma educação contra-hegemônica. As políticas do modelo agrícola globalizado incidem nos lugares e territórios de vida camponesa e têm desterritorializado inúmeras escolas do campo e seus sujeitos no Brasil. O objetivo deste texto é socializar um estudo sobre a relação entre o agronegócio e a desterritorialização de escolas do campo no município de Restinga Seca, Rio Grande do Sul. Em uma abordagem qualitativa, a análise utilizou-se de uma pesquisa de campo, fundamentando-se em teóricos que fazem uma crítica ao agronegócio e, por consequência, aos problemas socioeconômicos e culturais vivenciados pelo campesinato. A territorialização das escolas do campo e sua função social são essenciais à emancipação dos sujeitos por meio da educação para uma agricultura contra-hegemônica, viável e sustentável. Defendemos o reconhecimento e a ampliação do território epistemológico camponês como forma de resistência e emancipação.
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