As práticas de violência contra as populações dissidentes de gênero e sexualidade são uma realidade cotidiana em todo o território brasileiro, marcada pela apreensão, sofrimento, insegurança e medo. Tal realidade social se expressa por estatísticas através dos relatórios que dizem respeito a práticas de violência voltadas ao público LGBTs. A questão da violência suscita uma interlocução com outros temas, tais como da mobilidade urbana que envolve o caminhar, explorando territórios, experiências e vivências. Nesse percurso, o estudo objetiva realizar uma reflexão sobre a caminhabilidade de pessoas dissidentes de gênero e sexualidade, com foco no público LGBTs, em seu entrelaçamento com a violência. Metodologicamente busca-se uma ampliação e maiores discussões a partir do campo socioantropológico da Teoria da Caminhabilidade, e assim, caracteriza-se por uma revisão de literatura em torno de uma hermenêutica problematizadora na qual faremos a confluência em teorias e conceitos. Com isso esperamos estabelecer maiores compreensões sobre os/as dissidentes sexuais e de gênero e as situações de vulnerabilidades em suas caminhadas nas cidades.
Este artigo trata-se de uma revisão sistemática, com objetivo de analisar as produções científicas, tendo como filtro artigos acadêmicos sobre as intersecções de pobreza e raça, com as indexações nas bases Doaj Directory of Open Access Journals, Latindex, SciELO Brasil e Medline entre os anos de 2015 a 2021. Tendo como descritores “Pobreza”, “Pobre”, “Baixa renda”, “Preto”, “Negro” e “Raça”, foram identificados potenciais 695 artigos, sendo analisadas 14 produções. Com base na análise dos dados, foi possível estabelecer duas categorias, a primeira aponta os marcadores sociais como sub-representação do outro, ou como elemento de adição, já a segunda apresenta uma perspectiva interseccional, ou seja, a confluência entre os marcadores de pobreza e raça. Nos resultados notou-se que há concepções distintas de raça e pobreza a partir da construção dos escritos, em que raça em algumas produções é concebida apenas como um dado sociodemográfico e não como uma questão social e teórica que deve ser problematizada. O mesmo se aplicou a categoria de pobreza, pois embora os autores a apresentem como uma categoria unidimensional, havia aspirações multidimensionais, ou seja, a renda não era o único parâmetro de análise. Assim, atesta-se a necessidade de maiores produções que tenham uma compreensão e análise das desigualdades e opressões sociais pelo viés da interseccionalidade.
A elite, enquanto categoria relacional vinculada à branquitude, estrutura-se por meio do racismo. Neste sentido, esse estudo objetiva analisar os discursos da elite branca local de duas cidades do interior do Nordeste a partir das categorias de raça e de políticas públicas de reparação histórica. É uma chamada a refletir e a se debruçar sobre percepções elitistas e, principalmente, sobre as diferentes formas de racismo traduzidas em violência. A pesquisa tem um delineamento qualitativo, utilizando a técnica de entrevistas semiestruturadas com comerciantes e donos(as) de imóveis, totalizando a participação de oito interlocutores. Por meio da análise de conteúdo, foram evidenciados discursos racistas e meritocráticos acerca da população negra e das políticas de reparação. Com isso, identifica-se uma forte perspectiva colonial que se traduz em justificativas e práticas de discriminação a partir da invisibilização da violência histórica contra a população negra, mantendo e reproduzindo privilégios elitistas.
Este artigo é um convite crítico e reflexivo sobre a produção artística como realidade social a partir das obras de Pierre Bourdieu em A Economia das Trocas Simbólicas (2005) e Gilles Lipovetsky e Jean Serroy em A Estetização do Mundo (2015). A metodologia apresentada é de revisão de literatura pautada numa análise hermenêutica problematizadora das obras citadas, destacamos em Bourdieu: a) o campo das instâncias de consagração e difusão da arte e b) o mercado de bens simbólicos como sistema de produção, consumo e mercantilização da arte. E em Lipovetsky e Serroy: a compreensão da arte sobre a lógica de uma economia mercantil que é um processo de artealização capitalista da economia e de estetização da vida cotidiana, resultando num capitalismo transestético. Concluímos que as transformações acerca da estrutura do campo de produção artística como realidade social estão inteiramente ligadas aos interesses do mercado, sempre adotando novas estratégias de consumo sobre quem/como deve consumir e produzir; e de definições sobre o que é arte perante as dinâmicas capitalísticas da sociedade moderna. Todo o valor estético e poético da arte é dilacerado e transfigurado em produto que deve tão somente seduzir e vender gostos, desejos, emoções, sensações e sonhos. CRITICAL OUTLINE OF ARTISTIC PRODUCTION AS A SOCIAL REALITY: CONVERGENCES AND DIVERGENCES BETWEEN PIERRE BOURDIEU AND GILLES LIPOVETSKY AND JEAN SERROY ABSTRACT This article is a critical and reflexive invitation on artistic production as a social reality from the works of Pierre Bourdieu in The Economics of Symbolic Exchanges (2005) and Gilles Lipovetsky and Jean Serroy in The Estetization of the World (2015). The methodology presented is a review of literature based on a problematic hermeneutical analysis of the works cited, we highlight in Bourdieu: a) the field of the consecration and diffusion of art and b) the symbolic goods market as a system of production, consumption and commodification of art. And in Lipovetsky and Serroy: the understanding of art on the logic of a mercantile economy, which is a process of capitalist artalization of economy and aestheticization of everyday life, resulting in a transaesthetic capitalism. We conclude that the transformations about the structure of the field of artistic production as a social reality are entirely linked to the interests of the market, always adopting new consumption strategies on who / how to consume and produce; and of definitions about what is art before the capitalistic dynamics of modern society. All the aesthetic and poetic value of art is torn and transfigured into a product that must only seduce and sell tastes, desires, emotions, sensations and dreams.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.