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O consumo, na contemporaneidade, cumpre diferentes funções e implica múltiplas referências como construção social, porém, nos padrões atuais, é insustentável, tanto na perspectiva ambiental quanto da construção de direitos e da cidadania. Para compreender os desafios da construção de ações e políticas capazes de renovar as práticas de consumo, problematizam-se neste artigo as respostas aos dilemas do consumo construídas por atores da sociedade civil, do Estado e do mercado. O consumo sustentável se configuraria como uma das possibilidades de tratamento dos impactos do consumismo, pois envolve mudanças de atitude aliadas à necessidade de transformação do sistema das atitudes e dos valores dos cidadãos. Apesar de ainda não se observar a predominância de um novo modelo civilizatório capaz de superar os dilemas da sociedade do consumo, existem alternativas para promover a sustentabilidade. Esse esforço sugeriria a construção de articulações entre diferentes grupos, quer seja do governo, quer da sociedade civil, quer do mercado, para atender às demandas da população e adotar boas práticas de produção e consumo sustentáveis, por meio da ação política e do exercício da cidadania. Na pesquisa empírica, de abordagem qualitativa, com entrevistas em profundidade e análise descritiva, percebeu-se que a comunicação para a construção de discursos e práticas politicamente corretos para o consumo, por parte dos atores pesquisados, para torná-lo sustentável, nem sempre abarca a complexa relação que envolve o meio ambiente nas esferas pública e organizacional. Muito presente nos textos de relatórios empresariais, o desenvolvimento sustentável não é percebido na prática organizacional cotidiana. Nesse contexto, descortinam-se diferentes dramas e tramas da cidadania socioambiental que podem dar novo sentido às lutas ambientais no campo do consumo, bem como encobrir as armadilhas de um discurso ambientalmente correto, mas politicamente frágil.
Homens e mulheres estiveram, historicamente, imersos em redes sociais distintas. Quanto tal fato poderia estar repercutindo, ainda hoje, na situação das mulheres, enquanto empreendedoras? Apesar de sua importância, a literatura sobre empreendedorismo feminino, imersão e redes sociais é relativamente recente. O presente trabalho, de cunho teórico-empírico, avança nesse campo, ao analisar, no contexto de uma metodologia quantitativa, o processo de criação de empresas de mulheres, comparando-o com o dos homens. Conclui-se que existem diferenciações tanto na natureza da imersão como na maneira como as mulheres utilizam as redes na construção de seus empreendimentos. As mulheres recorrem, relativamente mais, a laços que lhe são mais próximos, para informações e suporte. O artigo apresenta quatro tipos de contribuições. No plano teórico oferece alguns elementos para a reflexão sobre a universalidade versus as peculiaridades do comportamento empreendedor e avança na compreensão e operacionalização do conceito de imersão. No plano metodológico, além do caráter inédito da pesquisa quantitativa e comparativa, também introduz, como inovação, um conjunto de indicadores sobre imersão. No plano prático, ao desvendar aspectos pouco conhecidos da dinâmica empreendedora feminina, gera subsídios para a concepção de políticas públicas.
Inclusive business and poverty: prospects in the Brazilian context Armindo dos Santos de Sousa Teodósio Graziella CominiNegócios inclusivos e pobreza: perspectivas no contexto brasileiroNegócios Inclusivos é um termo adotado para explicar as organizações que visam solucionar problemas sociais com eficiência e sustentabilidade financeira. Pode-se dizer que Negócios Inclusivos são aqueles voltados à geração de oportunidades de emprego e renda para grupos com baixa mobilidade no mercado de trabalho, dentro dos padrões do chamado "trabalho decente" e de forma auto--sustentável, estabelecendo relações com organizações empresariais privadas tradicionais na condição de fornecedores ou distribuidores de seus produtos ou serviços. No presente artigo, procura-se discutir as diferentes concepções que aparecem na literatura científica sobre Negócios Inclusivos, bem como analisam-se dados provenientes de pesquisa realizada com públicos participantes de seminários sobre Responsabilidade Social Empresarial promovidos pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Essa análise revela que perspectivas, riscos e idealizações semelhantes às presentes na teorização sobre Negócios Inclusivos também podem ser encontrados entre indivíduos envolvidos na gestão de projetos de responsabilidade social empresarial, mesmo que para eles essa denominação seja uma novidade. A ligação entre empresas e pobreza, sobretudo pelos caminhos dos Negócios Inclusivos, parece cheia de tropeços e armadilhas no contexto brasileiro.
In developing countries, initiatives have often been undertaken in order to fight social and environmental problems. Since the 1990s, an increase can be seen in corporate social responsibility actions, as well as increasingly strong activities by civil society organizations. Tweenty years ago, companies and civil society organizations stood wide apart from each other, with often conflicting agendas and resistance to mutual collaboration. This reality has changed significantly. Besides the phenomenon of cross-sector partnerships, we can also observe the expansion of a particular organization type, i.e., the social business, which combines two objectives that were previously seen as incompatible: financial sustainability and the generation of social value. This article aims to discuss the factors that influence the results of a social business operating in three countries: Botswana, Brazil and Jordan. The results allow understanding the challenges involved in constructing social businesses in developing countries as well as a better understanding of the very nature of those businesses, considering the social realities where they operate.
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