Este artigo tem como objeto uma reflexão sobre o ensino de filosofia. Seu significado, seus pressupostos, e sua prática efetiva. No intuito de realizar uma reflexão filosófica que trate satisfatoriamente do problema colocado, fizemos uma pesquisa qualitativa com diversos agentes das esferas filosóficas (estudantes, professores, pós-graduandos, etc.). A análise do corpus forneceu um suporte às teorias levantadas sobre os aspectos implícitos no tocante ao ensino de filosofia.
O principal efeito da força do hábito reside em apoderar-se de nós a tal ponto que já quase não está em nós recuperarmo-nos e refletirmos sobre os atos a que nos impele. Em verdade, como ingerimos com o primeiro leite hábitos e costumes, e o mundo nos aparece sob certo aspecto quando o percebemos pela primeira vez, parece-nos não termos nascido senão com a condição de submetermo-nos também aos costumes; e imaginamos que as idéias aceitas em torno de nós por nossos pais são absolutas e ditadas pela natureza. Dai pensarmos que o que está fora dos costumes está igualmente fora da razão". Michel de Montaigne, Ensaios, I, 23 AgradecimentosA filosofia é um processo coletivo. Sempre acreditei que todo filósofo e sua produção em filosofia nunca são um fenômeno singular, mas produto de um campo que trabalhou arduamente para que eu pudesse usufruir desses esforços e colaborar com os meus. Sejam eles os grandes pensadores canônicos, os comentadores, as amáveis secretárias do departamento e, em especial, os professores de filosofia que nos ensinaram tão nobre oficio de pensar o mundo. Sendo meu trabalho fruto de um coletivo, há inúmeras pessoas, conhecidas ou não, a quem devo minha sincera gratidão. Ao citar alguns em especial espero não ser injusto com muitos outros.A meus pais, meus tios e minha avó que sempre me apoiaram tanto na graduação quanto no processo do mestrado. Aos amigosClóvis de Barros Filho que, desde minha iniciação na academia, me orientou-me no pensamento de seu orientador e, desde cedo, tive capacidade de ler os tão complexos textos de Bourdieu. Sempre tentou ajudar-me, como pôde, no decorrer do mestrado.Ao meu orientador, Pablo Mariconda, que aceitou orientar esse trabalho e contribuiu de forma decisiva para a escolha do tema, dos autores, e para a dinâmica singular.Ao professor e amigo Michel Paty por ter me incentivado a estudar Pierre Bourdieu na pós-graduação em filosofia sempre torceu pelo seu término.Aos professores Osvaldo Pessoa Jr., Maria Lúcia Cacciola e Flávio Pierucci que se interessaram pelo meu trabalho no decorrer das disciplinas que cursei na pós-graduação e fizeram questão de contribuir com informações e comentários ricos e relevantes.Aos membros da banca de qualificação, os professores Maurício de Carvalho Ramos, que leu meus textos com afinco e fez ótimas sugestões, bem como ao professor Rui Gomes Braga Neto ao sugerir a inclusão das Meditações pascalianas no último capítulo, opinião essa que estranhei em um primeiro momento mas que, ao reler o livro, abriu-me um universo novo de oportunidades para a abordagem do tema.
O presente ensaio propõe novas reflexões sobre as influências teológicas cristãs que inspiraram os valores morais e as visões de mundo que encontramos nos textos teóricos de Paulo Freire. As notas de rodapé, referências bibliográficas, cartas e entrevistas, revelam seu constante diálogo com teóricos do cristianismo, especialmente os envolvidos com a Teologia da Libertação. Freire não via conflito entre o materialismo “mundano” de Karl Marx e a “transcendentalidade” proposta por Jesus Cristo, o que permite a elaboração de um sincretismo teórico para repensar os aspectos éticos e conceituais da atuação do educador. A originalidade religiosa do pensamento freiriano permite uma práxis educadora a partir das experiências cotidianas e suas contradições.
A produção científica realizada pelo campo da comunicação enfoca, entre muitos outros temas, as relações entre os meios e a sociedade onde atuam. Os distintos veículos são apresentados como causas de comportamentos, crenças, discussões e decisões políticas. Assim, um primeiro grupo de pesquisadores, a partir de um produto da mídia, aponta supostos efeitos nas relações sociais. Já outros, além de observar efeitos, investigam seus profissionais, os processos de produção, as estratégias, relações de concorrência 1 . Identificam, em suma, a existência de espaços sociais relativamente autônomos. Constatam que nesses espaços, campos particulares, seus agentes praticam um jogo só deles, respeitam regras específicas, almejando troféus cujo valor é apenas por eles compartilhado.Finalmente, um terceiro grupo pesquisa os usos sociais que os consumidores da mídia fazem dos seus produtos. Identificam as gratificações a que satisfazem e que prazeres proporcionam. O objetivo primeiro, nesse caso, já não é apontar efeitos na sociedade nem lógicas de produção, mas propor um porquê às escolhas do telespectador. Determinar quais mensagens, na oferta dos meios, ensejarão, mais ou menos diretamente, afetos positivos, na expectativa deste ou daquele receptor.Propomos, neste artigo, uma análise sobre televisão. Situamo-nos no primeiro grupo de preocupações, isto é, dos efeitos sociais da mídia televisiva. Nesse grupo, as pesquisas, posteriormente sistematizadas pelos manuais, apontam para distintos tipos de efeitos. Ora categorizados pelo intervalo de tempo entre o momento da recepção e o efeito social produzido (efeitos a curto, médio e longo prazos), ora pela maior ou menor consciência do receptor da causa midiática de seu comportamento. Assim, constata-se, desde o início da década de 1970, 2 que a televisão -com sua pauta -participa da definição de uma
ESPMO QUE É O EU? Existe afinal algum? Há muito a filosofia e os eruditos já tratam do assunto. Brilhantes cérebros se dedicaram exaustivamente a ele. Ricas discussões. Pouco consenso. A linguagem coloquial, por sua vez, nos revela que os profanos do jogo filosófico tampouco abdicaram de meter sua colher na discussão. Fato que remete essa reflexão para muito além dos muros da academia. Longe dos feudos universitá-rios, a discórdia insiste em imperar. Podese supor ao mesmo tempo, sem apego à coerência, um eu definido em definitivo e outro fugaz, que apenas vai deixando de ser. Assim os chavões "gosto de você como você é" e "você não é mais o mesmo" são anunciados onde houver confidências. Ante tamanha inconclusão, cabe a pergunta: por que raios escrever mais um livro sobre o tema? Prazer de piromaníaco? Satisfação em colocar mais lenha na fogueira? Ou arrogância ingênua em querer buscar soluções para o clássico problema? Nem um, nem outro. Comunicação do Eu: ética e solidão propõe, para o Eu, uma abordagem original: o viés da comunicação. Eis a singularidade do livro. Seu objeto não é propriamente o Eu, mas sua comunicação. Por isso, a adequação do título.Um livro em duas partes. A primeira aborda o discurso que anunciamos de nós mesmos. O Eu que se apresenta. Estamos sempre informando quem somos. Exigênci-as do mundo social. Mas o que é exatamente informado? Algo que rigorosamente se identifica com nossa essência? Uma investigação científica com o objeto nós? Ou mera narrativa fantástica? O discurso identitário é, na verdade, apresentado aqui como um pré-requisito para a vida em sociedade. Obedece a padrões interiorizados e negociados ao longo da vida social. A apre-
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