O presente trabalho tem como objetivo analisar as implicações da pandemia de COVID-19 para o agravamento da insegurança alimentar no Brasil. Para tanto, realizou-se um estudo de revisão integrativa da literatura, cuja busca de artigos foi realizada no portal da Biblioteca Virtual em Saúde, em junho de 2020, utilizando os seguintes descritores: COVID-19; Food Insecurity; Brazil; Food; Coronavirus Infection. Foram definidos elegíveis artigos originais, com abordagem quantitativa e/ou qualitativa, realizados no Brasil, publicados de janeiro de 2020 a junho de 2021, disponíveis gratuitamente em texto completo, nos idiomas inglês, português ou espanhol e que contemplassem a questão norteadora proposta. Os dados extraídos foram: título, autor/ano, objetivo geral, metodologia e conclusões de cada estudo. Os resultados sugerem que a pandemia de COVID-19 tem agravado a situação de insegurança alimentar e nutricional vivenciada pela população brasileira, sobretudo pelas parcelas mais vulneráveis, e isto tem sido associado a fatores diversos, mas, principalmente, a um panorama de instabilidade política e resistência a tomada de decisão, bem como aos cortes orçamentários e desconstrução de políticas e programas fundamentais para a manutenção do DHAA e da segurança alimentar e nutricional no país, os quais antecedem a pandemia e contribuem para o aumento da miséria e fome. Diante disto, apesar de serem necessários estudos de maior abrangência para melhor avaliar as implicações da pandemia de COVID-19 na insegurança alimentar da população, entretanto, é imprescindível o fortalecimento de políticas, programas e ações que atuam diretamente com o intuito de promover a segurança alimentar da população.
A limitação de estudos sobre a cobertura e completude dos registros de óbitos está entre os principais problemas relacionados às estatísticas vitais no Brasil. Com o advento da pandemia de COVID-19, em 2020, houve um aumento na quantidade de sistemas de informação sobre os registros de óbitos no Brasil, gerando mais incertezas quanto à qualidade dos registros de óbitos. Este estudo propôs uma metodologia de avaliação da qualidade dos registros de óbitos por COVID-19. Foram consideradas três etapas metodológicas: estimação do sub-registro de óbitos; redistribuição de óbitos por causas inespecíficas (Códigos Garbage) e redistribuição de óbitos por causas mal definidas para dados da COVID-19. A proposta foi aplicada para o Estado da Paraíba, Brasil, e seus municípios para 2020, com o uso dos registros oficiais do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. No total, foram recuperados 1.281 óbitos por COVID-19 além dos 3.426 registrados oficialmente para a Paraíba, um incremento de 37,4%. A proposta mostrou-se efetiva e de fácil aplicação, podendo ser utilizada pelos gestores das esferas governamentais e interessados como ferramenta de avaliação da qualidade dos registros de óbitos para qualquer espaço geográfico, contribuindo, assim, para uma melhor compreensão do real impacto da pandemia.
Este estudo teve como objetivo analisar a qualidade dos dados de óbitos por COVID-19 no Brasil e no Estado da Paraíba, captados por diferentes portais oficiais do governo brasileiro, ocorridos da 12ª a 35ª semana epidemiológica do ano de 2020. Foi realizada a quantificação dos totais de óbitos por COVID-19 desagregada por faixa etária e sexo, com análise dos eventos de ocorrência de picos da pandemia, do “time lag” e a razão de sexo. No contexto estadual, tomando a SES como referência, a subnotificação de óbitos alcançou no caso do Painel, 7,6%; no SIM, 11,2%; Registro Civil por data de ocorrência de óbito, 20,3% e do Registro Civil por data de registro de óbito, 25,4%. A fonte que menos registrou óbitos por COVID-19 no país foi a do Portal da Transparência (data do registro). A análise da razão de sexo revelou tanto para o Brasil, quanto para o estado maior mortalidade entre homens, com pico da razão de sexo na faixa etária de 40 a 49 anos. Alerta-se para o fato de que qualquer fonte que se use como base para a construção de indicadores para COVID-19 no Brasil e na Paraíba, está subnotificada e, portanto, podem comprometer severamente todo e qualquer indicador construído sobre a mortalidade.
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Background: There was a debate whether an accurate measurement of deaths was exacerbated during COVID-19 pandemic 2020 in Brazil. Purpose: This study aimed to analyze the magnitude and temporal course of excess mortality from the COVID-19 pandemic in 2020 with evaluation of mortality data quality in one state of Northeast region of Brazil. Methods: Excess mortality estimation and evaluation of the quality of COVID-19 death records during 2020 pandemic was applied for the state of Paraiba. The assessment of deaths records quality included analysis of its coverage and completeness (redistribution of garbage codes (GCs) with redistribution of ill-defined causes). Results: The total number of deaths due COVID-19 in Paraiba for 2020 increased by 37.4% after data quality correction analysis. The study proved statistically significant excess of deaths in the state for all-cause mortality and natural causes, with approximately 2-fold higher number for respiratory diseases. The quality data correction added significant fractions on top of initially observed deaths which makes the scope of exceeding deaths in Paraiba even larger. Conclusions. There is strong evidence that the full impact of the 2020 pandemic in Paraiba has been much greater than what is indicated by reported deaths due to COVID-19 alone. It is noteworthy that the methodology applied to the state of Paraiba can be replicated for any Brazilian state.
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