O câncer de colo de útero é o câncer do trato genital mais comum e o fator de risco mais importante para seu desenvolvimento é a infecção pelo vírus HPV. Mas, outros fatores relacionados ao hospedeiro, como imunidade e hábitos de vida, podem contribuir para o surgimento da neoplasia. A doença ocorre por um longo período como uma lesão precursora rastreada com o teste de Papanicolau. Se houver progressão da lesão, ela poderá ser diagnosticada com exames clínicos ou complementares. O tratamento varia de acordo com as características particulares das lesões neoplásicas. A alta incidência dessa patologia no Brasil se contrapõe à existência de um sistema de prevenção eficaz - o esquema vacinal contra o HPV - e um eficiente método de rastreio das lesões pré neoplásicas. Dessa forma, a patologia é dita prevenível na maioria dos casos. Esse cenário mostra que um estudo como este é necessário para a melhor caracterização do perfil da assistência instituída no Distrito Federal. O objetivo do trabalho foi estudar os aspectos socioepidemiológicos e analisar a assistência, acompanhamento e prognóstico de pacientes com resultados alterados em biópsias de colo uterino do HMIB entre 2012 e 2018. Trata-se de estudo baseado numa coorte histórica, observacional e descritiva, com dados secundários obtidos do HMIB, utilizando registros de biópsias alteradas coletadas no DF de 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2015 e acompanhamento das pacientes com essas biópsias alteradas até 31 de dezembro de 2018. O estudo incluiu 771 pacientes, com idade média de 38 anos. Na menarca a média de idade foi de 13,5 anos e da coitarca de 17,0 anos. A multiparidade esteve presente em 83,3% das pacientes. As mulheres com múltiplos parceiros sexuais chegaram a 39,8%. As tabagistas foram 22,1% das pacientes. Houve no estudo 2,5% de casos HIV positivos. Um histórico familiar de câncer ocorreu em 36,3% das mulheres incluídas na pesquisa. LIEAG foi o resultado citológico predominante: 62,3%. O diagnóstico da biópsia realizada à colposcopia e na conização mais comum foi NIC III, 57,2% e 64,2%, respectivamente. O tratamento predominante foi conização: 88,3%. O seguimento continuado ocorreu apenas em 42,6% dos casos e, nesse grupo, 41,2% das pacientes receberam alta. Ao longo do seguimento, 2,2% dos casos evoluíram para óbito. Concluiu-se que os fatores de risco são muito importantes na gênese das lesões precursoras de câncer de colo uterino. Houve uma concordância entre a maioria dos laudos citológicos – LIEAG – e o resultado histopatológico final – NIC III –, o que indiretamente pode sugerir que há uma boa qualidade do serviço de patologia da rede pública e do HMIB, em especial. O grupo de pacientes que realizou um bom acompanhamento apresentou um melhor desfecho primário – prognóstico – e desfechos secundários em relação à doença. Uma base de dados que mostre o seguimento detalhado das mulheres incluídas no programa de prevenção da neoplasia de colo uterino seria bastante válida para a prevenção da evasão das pacientes e para que houvesse uma garantia da realização dos exames preventivos
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.