Neste trabalho foi investigado a influência das condições de preparo de “chás” de capim limão, no perfil químico do material extrativo obtido. Para tal, variou-se a forma de armazenamento das folhas e a metodologia empregada durante o processo de extração por infusão e decocção, aplicando planejamento fatorial e análise estatística. Foram construídas duas matrizes de análise relacionando: o emprego de vegetal fresco, seco ou refrigerado com o tipo de extração empregada, nas quais variou-se o tempo de contato entre material vegetal e água fervente. A análise dos extratos envolveu microextração líquido-líquida dispersiva, seguida por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. O processamento dos dados indicou que, não há diferença estatística no uso de folhas secas ou frescas, enquanto emprego de folhas armazenadas, por 7 dias, em refrigerador, conduziu a extratos empobrecidos em fitofármacos. As infusões realizadas sem e com auxílio de ultrassonificação apresentaram capacidade de extração similar. A decocção conduziu a extratos com presença de metabólitos epoxidados. Quanto maior o tempo de contato entre solvente e material vegetal maiores foram os teores dos compostos bioativos extraídos. Posteriormente, construiu-se uma matriz para estudo univaridado, variando o tempo de extração entre 5 a 65 minutos, com intuito de determinar o ponto máximo de extração. Conclui-se que, a metodologia que garante a extração dos terpenos bioativos em maior proporção e a ausência dos produtos oxidados, no fitoterápico, é a infusão de folhas secas ou frescas do capim limão, onde estas a e água fervente permanecem em contacto por período de 25 minutos.
The use of teas made by medicinal plants is a consolidated practice in Brazil. The chemical profile of teas can be affected by the storage and handling conditions of the plant material. These conditions can cause volatilization, enzymatic degradation, hydrolysis and oxidation of the secondary metabolites, which can affect the biological properties of the teas. This paper describes how the chemical profile of basil extracts, prepared by aqueous infusion, is affected by variations on the contact time between plant material and boiling water (5, 10 20 and 30 minutes), and the use of whole and fragmented fresh leaves, that were stored according to the methods commonly used by the population: cooling and freezing (7 days). The chemical profile of the extracts was evaluated by GC-MS. The tea in which the highest number of metabolites was extracted, 15 in total. was obtained using fresh fragmented leaves with 20 minutes of infusion. In the teas prepared by using whole fresh leaves (infusion by 5 to 30 minutes) and frozen leaves (infusion by 30 minutes), 11 metabolites were observed. The teas prepared by using cooled leaves (infusion by 5 to 30 min) and dried leaves (infusion by 30 min) presented 5 metabolites each. In the tea prepared by using dried leaves, with infusion time of 5 minutes, only 2 metabolites were observed. The results indicate that the presence of pharmacological bioactive metabolites in homemade basil’s tea may vary according to the form of storage of the leaves and preparation methods of the tea.
Fennel (foeniculun vulgare L.) is a vegetal species that presents bioactive monoterpenes. These compounds are lipophilic substances almost insoluble in water. The best conditions to extract these substances, employs organic solvents or heating process. With the aim to developing new extractive methods in which the green chemical principles cam be applied, this work was performed. The effect of the use of ultrasound during the preparation of fennel extracts by water infusion and by ethyl acetate maceration methods was verified. The ethyl acetate extracts, and the organic portion of the aqueous extracts were analyzed by gas chromatography coupled to mass spectrometry. The ethyl acetate extraction, without the use of ultrasound leads only to the extraction of two metabolites (fenchone and anethole), the maceration performed by using ultrasound by 5 and 10 minutes, promoted the extraction of seven metabolites (a-pinene, L-fenchone, estragole, anethole, β-caryophyllene, a-cadenol, and geranylgeraniol), while the use of ultrasound in times upper than 10 minutes leas to extracts with 4 metabolites (a-pinene, L-fenchone, estragole and limonene). The aqueous extracts submitted or not to the use of ultrasound led to the extraction of the same and five metabolites (D-limonene, L-fenchone, estragole, and anethole).
O tratamento de afecções inflamatórias empregando fitoterápicos preparados pela maceração de sementes de sucupira em bebidas alcoólicas é uma prática comum. A volatilidade e labilidade dos metabólitos pode promover variações na composição química dos fitoterápicos, conforme as condições de armazenamento. Este trabalho teve como objetivo investigar como o armazenamento afetam o perfil químico de extratos hidroalcóolicos de sementes de sucupira, principalmente em relação a presença e concentração relativa dos metabólitos bioativos. Para tanto, foram preparadas macerações de sementes de sucupira 10% (p/v) em álcool 70 °GL e, em duplicata. O acondicionamento destas foi realizado em frascos transparentes e âmbar que foram armazenados em condições variadas: em contato direto com a irradiação solar, a temperatura ambiente, em refrigerador e em freezer. Após 15, 45, 90 e 155 dias foram retiradas alíquotas de cada amostra e, estas tiveram seus perfis químicos determinados por técnica de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM). O armazenamento por períodos de 15, 45 e 90 dias levou a alteração química significativa, apenas das amostras expostas simultaneamente ao calor e luz solar. Aos 115 dias de armazenamento, as amostras armazenadas em frasco âmbar, nas demais condições de armazenamento, não exibiram todos os metabólitos extraídos, mas mantiveram a presença dos compostos que apresentam ação aint-inflamatória. Por tais resultados é possível concluir que as preparações caseiras, armazenadas a temperatura ambiente, sob refrigeração e congeladas, manterão a presença dos metabólitos de ação anti-inflamatória mesmo quando armazenadas por 115 dias, independente se este armazenamento ocorrer em frasco âmbar ou transparente.
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