Introdução: A Aspergilose Pulmonar Invasiva (API), ocasionada pelo fungo Aspergillus spp, é uma doença de elevada morbimortalidade em pacientes com comprometimento do sistema imunológico. Estudos têm mostrado o risco de pacientes com COVID-19 desenvolver coinfecção por Aspergillus spp. Objetivos: Avaliar a consequência da infecção pelo Aspergillus spp na COVID-19. Material e métodos: Foi realizado levantamento bibliográfico do período de 2020 e 2021 na base de dados da PubMed. Utilizou-se as palavras-chave “Aspergillus” e “COVID-19”. Foram selecionados 5 artigos que abordaram o tema de forma satisfatória. Resultados: O relato de coinfecções na COVID-19 por bactérias e fungos tem se tornado cada vez mais frequente e aumentado a preocupação dos pesquisadores no mundo. A coinfecção por Aspergillus spp é um fator de risco que dificulta o diagnóstico, prognóstico, tratamento, agrava os sintomas e eleva a taxa de mortalidade de pacientes com COVID-19 grave. A coinfecção por Aspergillus, com consequente desenvolvimento de API, foi associada a casos de COVID-19 grave. Dos pacientes (5%) que evoluíram para a COVID-19 grave e necessitaram de cuidados intensivos, 19% a 34% deles desenvolveram API. Acredita-se que a COVID-19 aumenta a susceptibilidade da infecção por Aspergillus spp devido: ao excesso de antibióticos usado no seu tratamento; a imunomodulação do sistema imune; uso de Tocilizumab®; da hiperinflamação e da tempestade de citocinas; a ativação dos linfócitos Th2; níveis séricos elevados de IL-6 e IL-10; e diminuição da resposta via linfócito Th1. A coinfecção por Aspergillus spp pode influenciar no grau de inflamação sistêmica e na progressão e prognóstico da COVID-19, com consequente aumento de cuidados intensivos, de óbitos ou estender o tempo de internação e cura da COVID-19. Além disso, a coinfecção e o uso prolongado de antibióticos no tratamento da COVID-19 podem alterar a homeostase intestinal, intensificando a infecção, pois o desequilíbrio da microbiota, nos casos de infecções fúngicas, podem provocar alterações intestinais por até 12 dias após a não identificação do SARS-CoV-2 na nasofaringe. Conclusão: A API apresenta relevância clínica no contexto pandêmico atual devido a sua alta morbimortalidade na COVID-19 grave. Faz-se necessário mais estudos sobre a sua fisiopatologia que minimizem o agravamento da COVID-19.
Introdução: Um terço das neoplasias malignas epiteliais nas mulheres tem origem na mama. Tumores com tipos histológicos e graus de diferenciação semelhantes podem apresentar perfis genéticos e prognósticos diferentes, tornando a heterogeneidade uma característica dessa neoplasia, fazendo-se necessárias classificações de acordo com o tipo molecular, como Luminal A, Luminal B, triplo-negativo e HER2+. Objetivos: Reportar um caso de câncer de mama com apresentação atípica. Material e Métodos: O presente artigo relata o caso, mediante revisão de prontuário, de uma mulher, 43 anos, previamente hígida, que procurou atendimento médico devido a queixa álgica em coluna torácica. Resultados: A paciente submeteu-se a tomografia computadorizada (TC) de tórax, evidenciando-se lesões líticas, sendo encaminhada para hematologia para investigação de mieloma múltiplo. A paciente não apresentava anemia, insuficiência renal ou hipercalcemia. Não se identificou a presença de proteína monoclonal. Para investigação de outros sítios, submeteu-se a endoscopia, colonoscopia, ultrassonografia de tireoide e mama, mamografia e tomografia de abdome, identificando-se apenas lesões líticas em coluna lombar e achados benignos na mama esquerda (BIRADS 2). Realizou-se biópsia de medula óssea, constatando-se infiltração medular por neoplasia pouco diferenciada. A imunohistoquímica evidenciou positividade para GATA-3, citoqueratinas e KI67 de 10%. A cintilografia óssea sugeriu acometimento infiltrativo neoplásico multifocal do esqueleto. A ampliação do painel de imunohistoquimica mostrou positividade 80% ++/+++ para receptor de estrogênio. O diagnóstico de carcinoma mamário metastático foi feito e classificado molecularmente como tipo luminal A. Conclusão: O câncer de mama é uma neoplasia de alta prevalência. Em mulheres mais jovens e com mamas mais densas, nas quais os exames para o diagnóstico precoce não são tão efetivos, a análise de fatores de risco e alta suspeição clínica são essenciais. O diagnóstico precoce é essencial para maior efetividade do tratamento e melhorar da sobrevida. O caso relatado apresentou-se com metástase óssea necessitando, portanto, de tratamento mais agressivo.
Introdução- As células dendríticas (CDs) são células apresentadoras de antígenos, consideradas mensageiras cruciais entre a imunidade inata e a adaptativa, possuindo papel central na defesa contra patógenos intracelulares. Em geral, a CD após capturar o vírus migra para os órgãos linfoides secundários, onde apresenta peptídeos e participa da diferenciação de linfócitos T. Acredita-se que o comprometimento da resposta efetiva dos linfócitos T está associada a disfunção das CDs na COVID-19. Objetivo- Avaliar a consequência da desregulação da CD na COVID-19. Material e métodos- Foi realizado levantamento bibliográfico do período de 2020 e 2021 na base de dados da PubMed. Utilizou-se as palavras-chave “COVID-19”, “SARS-CoV-2” e “dendritic cells”. Foram excluídos artigos que não se referiam à participação da CD em casos graves de COVID-19. Somente 6 artigos abordaram o tema de forma satisfatória, sendo assim selecionados. Resultados- As CDs são amplamente distribuídas no trato respiratório, onde atuam como importantes sentinelas, mas também são alvos de infecções pelo SARS-CoV-2. Autópsias pós-morte de pacientes com COVID-19 mostraram que o SARS-CoV-2 acarreta morte celular em órgãos linfoides secundários, o que pode comprometer a apresentação antigênica. Foi relatado que o SARS-CoV-2 é capaz de ficar em estado de latência nas CDs, o que impossibilita a sua ativação e expressão de moléculas coestimuladoras, prejudicando a apresentação de peptídeos aos linfócitos T, como também a geração de linfócitos Th1, ocasionando uma redução da resposta imune celular e pior prognóstico. Além disso, o SARS-CoV-2 pode desregular a CD, estimulando a produção de grandes quantidades de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IL-6 e IL-8), chamada de tempestade de citocinas que, associada a uma resposta anti-viral inadequada, contribui para a inflamação exacerbada observada na COVID grave. Por outro lado, foi mostrado uma correlação entre a ativação de CDs por trombina-PAR-1 e a hipercoagulabilidade em casos graves da COVID-19. Conclusão- As CDs dendríticas possuem papel crucial na imunidade celular e no bom prognóstico da COVID-19. Porém, a sua disfunção, induzida pelo SARS-CoV-2, pode comprometer a resposta de linfócitos T e exacerbar a inflamação. Faz-se necessário a realização de mais estudos acerca da correlação dessa disfunção com o pior prognóstico da COVID.
Introduction: The COVID-19 pandemic came with impasses, one of them in the educational area, creating numerous barriers. During this period, the access to traditional study methodologies became impracticable, causing some difficulties in the comprehension of some subjects for healthcare students. Therefore a 3D model was elaborated as a learning facilitator, whose main goal was to help healthcare students in the understanding of the voluntary motor movement, addressing the cortico-basal, ganglia-thalamic and cortico-ponto-cerebellar pathways, since the observation in cadavers is not possible. Objective: evaluate the impact of the 3D models in the teaching-learning process and present the comparison and the effects of using a biscuit model and the plastinated cadaveric pieces in the multimodal teaching of human anatomy. Methods: this study involved 47 students from the Physiotherapy course. A prototype was developed using biscuit dough, wood, polystyrene and paint and it illustrated in special dimensions the pyramidal tract and the cortico-basal, ganglia-thalamic and cortico-ponto-cerebellar pathways. The participants performed identical tests before and after the display of the different methodologic resources, 3D model and multimodal, where they were randomly grouped and divided. Results: It was verified that in spite of the greater number of correct answers in the post-test form, there was not, in fact, a significant statistical difference (p=0,654) between the participating groups, which states the necessity of developing an alternative approach and a more significant sample. A significant statistical difference was observed (p<0.001) when comparing the students´ post-test knowledge with their pre-test knowledge when both methodologies were used, setting a multimodal approach, which is an alternative strategy that promotes a better development in teaching and learning. Conclusion: In our study, the teaching with cadaveric pieces (p=0.010) and the use of the 3D model singly (p=0.006) and the multimodal model (p<0.001) obtained similar results statistically. Therefore, the professors must choose the teaching methodology based on their aim and not for the intrinsic qualities in each method.
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