O Brasil está entre os países com a maior taxa de homicídios entre jovens, e uma das mais crescentes taxas de participação de jovens na população carcerária. Esses dados fortalecem a associação entre juventudes e violências e um imaginário social de jovem violento. Esse artigo se propõe a discutir quais as imagens que os jovens envolvidos em trajetórias infracionais fazem acerca de si mesmos e quais as principais imagens produzidas sobre eles pelos principais atores sociais envolvidos no seu cotidiano. Para tanto, partiu-se da apresentação de fragmentos biográficos de três jovens em cumprimento de medidas socioeducativas de meio aberto, apreendidas durante campo para dissertação de mestrado, desenvolvido mediante uma abordagem qualitativa de inspiração etnográfica. Foram encontrados aproximações e distanciamentos nas imagens mobilizadas em cada uma das narrativas recontadas, apontando para o fato de que o imaginário social acerca da intersecção entre juventude e violência é menos homogênea do que faz parecer o senso comum sobre a temática. Palavras-chave: Imaginários. Juventude. Narrativas.Imaginaries of juvenile infraction: an analysis of three trajectories of the socioeducation of the open meansAbstractBrazil is among the countries with the highest homicide rate among young people, and one of the highest rates of youth participation in the prison population. These data strengthen the association between youths and violence and a social imaginary of violent youth. This article proposes to discuss which images the young people involved in infractional trajectories do about themselves and which are the main images produced on them by the main social actors involved in their daily lives. For that, we started with the presentation of biographical fragments of three young people in compliance with socioeducative measures of open means, seized during field for dissertation of master, developed through a qualitative approach of ethnographic inspiration. We have found approximations and distances in the images mobilized in each of the narratives recounted, pointing to the fact that the social imaginary about the intersection between youth and violence is less homogeneous than does common sense on the subject.Key words: Imaginaries. Youth. Narratives.
O contexto mundial de pandemia decorrente do novo coronavírus trouxe profundas mudanças para a vida em sociedade. Essas mudanças ocorrem tanto pela pandemia em si, quanto pelos efeitos decorrentes das medidas adotadas para atenuar a propagação do vírus. Esse artigo visa refletir acerca das mudanças na organização das rotinas juvenis durante o período de isolamento social. Para tanto, analisou hora a hora a rotina de duas jovens durante uma semana, bem como as reflexões por elas elaboradas acerca das percepções temporais durante esse contexto. Foi possível observar um deslocamento das atividades centrais para a organização da rotina. Se, antes da pandemia, a rotina se baseava nos tempos de estudo, durante o isolamento essa centralidade foi deslocada para as atividades domésticas ou profissionais, dependendo do contexto de cada jovem. Palavras-chave: Temporalidades Juvenis; Vivências Temporais; Rotina; Isolamento social; Pandemia
Este artigo objetiva refletir sobre os impactos do contexto de pandemia nos modos como jovens experienciam o tempo. Para tanto, partimos de conversas mediadas pelas redes sociais com quatro jovens de diferentes idades, percursos escolares e contextos de vida, todos residentes em Porto Alegre (RS), Brasil. A análise do campo empírico se amparou em autores que vêm se dedicando a compreender diferentes dimensões das temporalidades juvenis, como Carmen Leccardi e José Machado Pais. Foi possível constatar mudanças nas percepções de temporalidade, que puderam ser observadas em duas dimensões: na organização do tempo cotidiano e nas projeções acerca do futuro. Para alguns jovens, o tempo pareceu ter acelerado enquanto para outros, o tempo pareceu mais arrastado e entediante. Além disso, alterações nas trajetórias escolares foram apontadas por alguns jovens como geradoras de mudanças em suas expectativas de futuro.
InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais. Brasília: IPDMS; PPGDH/UnB; Lumen Juris, vol. 1, n. 1, janeiro-junho de 2015, p. 290.
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