O agronegócio sustenta-se na expropriação e subordinação da terra e do trabalho. Desse modo, ao considerar os liames que o (des)envolvem, a análise objetiva entender os mecanismos de destituição da permanência de relações não-capitalistas, através da dominação de monopólios agroindustriais. O ponto de partida é o Perímetro Irrigado Piauí, no município de Lagarto, em Sergipe; em particular, as relações estabelecidas pelo Grupo Maratá, que reproduzem o ardil da subordinação na produção de pimenta. As entrevistas entremeiam-se às construções teóricas sobre a monopolização do capital, o agronegócio e suas determinações históricas e o papel político do campesinato na formação territorial do Brasil. Portanto, desvela-se o ardor da realidade dos trabalhadores e trabalhadoras como processo contraditório entre relações de produção e forças produtivas no atual contexto de crise.
O artigo se debruça sobre o cenário de disseminação da pandemia da COVID-19 que tem se espalhado velozmente no mundo e aponta para um horizonte fúnebre, incerto e catastrófico para trabalhadores e trabalhadoras, já em situação de precariedade social, no quadro da crise estrutural. No curso de décadas de destruição imposta pelo Neoliberalismo transmutado em Ultra, que privilegia a acumulação financeira e exploração predatória da natureza e do trabalho humano, as possibilidades da reprodução do capital encontram desafios na ruptura do seu próprio funcionamento. Com um terço do mundo em isolamento, quedas nas taxas de lucro, aumento da dívida pública, retração do consumo e amplo desemprego, o capital só encontra saída imediata na investida sobre a superexploração e desvalorização do trabalho, o que não só revela a sua centralidade como promove as condições materiais de explosões sociais.
Em tempos nos quais saudar torturadores tornou-se exercício comum a candidatos eleitos na democracia procedimental brasileira, negar o pensamento crítico como manutenção de discursos e práticas autoritárias se configura em projeto para uma nação desmemoriada. O espaço que se pensa pela e para a classe dominante é aquele que explore de modo eficiente a força de trabalho em um constante estado de exceção, que contrapõe o bem-estar e a criatividade humana, em prol do crescimento econômico, sempre pífio no contexto de crise estrutural do capital. Nesse sentido, o presente artigo argumenta sobre a importância das aulas de Geografia na contraposição ao autoritarismo e destituição do pensamento crítico, representados pelo combate ao marxismo, fortalecimento do agronegócio e negação dos direitos trabalhistas. Portanto, parte-se da compreensão de que a crítica do discurso geográfico envolve a compreensão de que não se formula uma teoria a partir da descrição da realidade imediata, mas através da transformação histórica do real, em uma contínua relação entre prática e reflexão.Palavras-chave: Trabalho, Espaço, Pensamento Crítico, Aulas de Geografia.
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