O Programa Terra Legal Amazônia busca resolver o problema da segurança jurídica das terras federais, regularizando áreas da União com até 15 módulos fiscais ocupados por posseiros nos nove estados da Amazônia Legal. O presente texto analisa o desenvolvimento do programa na região amazônica, com especial atenção à sua execução no estado de Rondônia, no período de 2009 a 2014. Os resultados da regularização das posses, através da emissão dos títulos de domínio, indicam limitações estruturais na gestão do programa que impacta nas metas propostas e demonstra a fragilidade de uma das principais políticas públicas que atingem parcelas consideráveis das propriedades rurais rondoniense. Conclui-se que a insegurança jurídica das propriedades rurais, principalmente de produtores familiares, tende a adiar a resolução do caos fundiário como problema estruturante no espaço agrário de Rondônia.
A crise estrutural do capital traz uma nova configuração a lógica produtiva, e muitas empresas se apropriam dessa realidade em busca do acúmulo de capital. No Brasil, a indústria têxtil adota o novo arranjo para o processo produtivo e a espacialização das empresas no Nordeste tem como objetivo, a busca de condições favoráveis para a produção e o lucro. Essa espacialização é também resultado dos inúmeros incentivos fiscais, do baixo poder de organização sindical e menores custos salariais em relação aos trabalhadores dos estados do Sul e Sudeste. As relações sociais processam-se através da lógica da ação política, gestão das relações sociais e desenvolvimento das forças produtivas pelo Estado, envolvendo o seu controle sobre a técnica e o saber (CARLOS, 2016). As empresas Trifil e Penalty são duas das principais fontes de trabalho da cidade de Itabuna na Bahia. Estas, foram favorecidas pela crise cacaueira e pela abundância da força de trabalho disponível, mesmo com remunerações baixas e em precárias condições. Assim, as marcas encontradas na nova configuração de produção são preocupantes, devido à inserção dos trabalhadores a lógica destrutiva que afeta todas as esferas da vida humana, e que os tornam incapazes de se articularem e reivindicarem por melhorias. O Estado contribui legalmente para o agravamento das condições de trabalho, pois o conjunto de estratégias que o capital passa a adotar, camufla um problema enquanto outro é evidenciado, reproduzindo as contradições intrínsecas do capital. De acordo com os dados do Banco do Nordeste/2014, a Indústria Têxtil brasileira apresentou tendência de queda no emprego entre 2007 e 2009 e entre 2010 e 2013. Contrastando com a evolução do emprego, o número de estabelecimentos cresceu mcontinuamente entre 2006 e 2012, diminuindo o tamanho médio das unidades produtivas de 34 para 29 empregados formais por estabelecimento. O desemprego é uma abstração que separado da análise das contradições, oculta, muito mais do que revela, sua real essência (SÓCRATES, 2007). A realidade do município de Itabuna, revela uma população que anseia por trabalho formal como forma de conseguir se reproduzir socialmente, e a proposta anunciada com a implantação das fábricas na região, a princípio era a de empregar esses sujeitos. No entanto, podemos perceber nos dois últimos anos o enxugamento das respectivas fábricas, que atualmente são umas das principais fontes de trabalho do município, e o progressivo aumento da pobreza. A expulsão dos trabalhadores do mercado de trabalho formal, os empurram à precárias condições de trabalho, e obrigam os trabalhadores formais a se submeterem as pressões exercidas no interior da fábrica, com o trabalho polivalente e flexível pela mesma remuneração, fazendo com que as empresas continuem obtendo altas taxas de lucratividade, com o aprofundamento da crise e da precarização do trabalho, a situação desses sujeitos merece ser analisada, e é o que essa pesquisa busca discutir.
O presente artigo analisa a Lei 13.465/2017, baseada na Medida Provisória 759 (MP da Grilagem), cuja principal inovação jurídica foi a ampliação da área de regularização fundiária em terras da União, passando de 1.500 para 2.500 hectares em todo território nacional. Essa “nova” lei de terras do Brasil é reflexo direto da usurpação da recente democracia brasileira, na qual busca a reconcentração de terras, bem como, a legitimação da grilagem e formação de um mercado especulativo de terras para o agrohidronegócio.
Ciencias Políticas, docente, investigadora, activista del Movimiento feminista del sur. * Doutora em Sociologia e Pesquisadora do SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia. ** Doutoranda em Serviço Social (UFPE) e Pesquisadora do SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia.
Revisão: O Autor O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva da autora. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos a autora, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.