O avanço do agronegócio na Amazônia brasileira produz fragmentações nas coerências territoriais endógenas, impondo lógicas globais das grandes empresas aos lugares. No estado de Rondônia, o agronegócio da soja altera as formas pretéritas de uso do território, transformando-o em espaços da produção global. Essa é a geografia que se configura no sul de Rondônia, onde a regionalização do agronegócio e a territorialização do capital condicionam suas dinâmicas territoriais aos vetores da globalização.
Pensar esses processos levou-me a reconhecer o quão diferentes são os lugares e a vida que os anima. Da grande empresa ao minifúndio, da pequena cidade a cidade média, tudo isso me permitiu, ainda com limitações, verificar a riqueza que a ciência geográfica produziu nessas últimas décadas. Por isso, algumas pessoas foram importantes neste trabalho, ainda que não lhes caiba quaisquer responsabilidades sobre o texto. Agradeço a professora Rosa Ester Rossini pelas oportunidades e agradáveis diálogos durante todo esse tempo. A professora Mónica Arroyo, minha orientadora, a qual sempre me oportunizou boas orientações e vivências acadêmicas. Devo agradecer aos colegas da Pós-Graduação, Márcio, Samarone, Fabiano e Rovaine pelos bons diálogos e cafezinhos. Aos colegas do Laboplam (USP), pela recepção e orientação que precisei. Em especial, a Daniel Huertas. Aos colegas do Laboratório de Geografia e Planejamento Ambiental (UNIR), aos quais manifestei desde cedo as idéias que conduziram esse estudo, e que me fizeram observar outros processos territoriais: Prof. Dorisvalder e Prof. Tuninho. Em especial, ao grupo de estudo do Projeto Observatório Sociedade e Território: Madalena, Aldina, Diego, Ângela, Cleyton e Débora. Incluo nesse rol as colegas Ivonete e Josélia, pelas boas recomendações nos momentos difíceis. Acompanharam-me ao término desse trabalho três valorosas companheiras: Janaína, Débora e Ângela. Agradeço a fundamental colaboração, pois, seria difícil terminar este estudo sem a ajuda de vocês. Ao Programa de Pós-Graduação de Geografia da USP, pela oportunidade, aprendizagem e contribuição em minha formação. A minha querida Flávia, um beijo. viii RESUMO Dinâmicas Territoriais em Rondônia: conflitos na produção e uso do território no período de 1970-2010 A proposta desta tese é explicar o estado de Rondônia a partir das dinâmicas territoriais estruturantes, no período de 1970 à 2010. O caminho percorrido partiu das determinações históricas e geográficas que se manifestam no processo de acumulação e transformação do território pelo trabalho social. O estudo aponta que Rondônia vivenciou dois processos de organização do território com focos diferentes, sendo complementares e contraditórios. No primeiro momento (1970-1995), a trajetória assumida se deu com a ação do Estado e suas agências institucionais, na formação de uma coerência territorial cujo objetivo macro foi a construção de um tecido funcional em meio a um escasso processo econômico e populacional, desdobrando-se na produção e expansão do território estatal. O segundo momento se desdobra no período pós 1995, alimentado por novos usos do território composto por um conjunto de atividades produtivas que amplia a escala de ação e de realização dos principais processos econômicos. Comparece com mais fervor a ação do capital individual (grandes empresas) nas atividades econômicas de transformação da base primária, na formação de agroindústrias com volume e escala de produção, alargando o contexto social dos lugares e do território. No primeiro momento, sob a égide...
Resumo: Na Amazônia brasileira o agronegócio da soja cristaliza os espaços da globalização, opondo o campesinato e as forças hegemônicas do capital. A produção familiar (campesinato) é pressionada pelos mecanismos coercitivos impostos pelas forças hegemônicas do capital, ancorado na modernização do espaço, através do agronegócio da soja. Este deve ser entendido como o processo multiescalar de conversão de áreas agrícolas em campo de expansão econômica do capital globalizado. Essa é a situação que atualmente se configura no sul do estado de Rondônia e no oeste do estado do Pará, notadamente nos municípios de Vilhena/RO, Santarém e Belterra/PA. Palavras-chave: Geografia da Amazônia. Espaços da globalização. Campesinato. Agronegócio. AGRIBUSINESS AND PEASANTRY IN THE BRAZILIAN AMAZON: GEOGRAPHIC TRANSFORMATIONS IN TWO REGIONS OF THE STATES OF RONDÔNIA AND PARÁ. Abstract: Soy agribusiness in the Brazilian Amazon reflects the spaces of globalization. Through this dynamic peasantry opposes to the hegemonic forces of capital. Peasantry is pressed by coercive mechanisms imposed by this capital, embedded in the modernization of space. In this context agribusiness should be understood as a multiscale processes that leads the conversion of agricultural areas into others under the control of globalized capital. This is the situation currently being developed in the South of the Rondonia State and in the West of the State of Para, more precisely in the municipalities of Vilhena (RO), Santarém and Belterra (PA) . Keywords: Amazon Geography, Globalization spaces, Peasantry, Agribusiness. AGRONEGOCIO Y CAMPESINATO EN LA AMAZONÍA BRASILEÑA: TRANSFORMACIONES GEOGRÁFICAS EN DOS REGIONES EN LOS ESTADOS DE RONDÔNIA Y PARÁ Resumen: En la Amazonia brasileña el agronegocio de la soja cristaliza los espacios de la globalización, oponiéndose al campesinado y las fuerzas hegemónicas del capital. La producción familiar (campesinado) es presionada por los mecanismos coercitivos impuestos por las fuerzas hegemónicas del capital, anclado en la modernización del espacio, a través del agronegocio de la soja. Este debe ser entendido como el proceso multiescalar de conversión de áreas agrícolas en campo de expansión económica del capital globalizado. Esta es la situación que actualmente se configura en el sur del estado de Rondônia y en el oeste del estado de Pará, notadamente en los municipios de Vilhena/RO, Santarém y Belterra/PA. Palabras clave: Geografía de la Amazonia. Espacios de la globalización. Campesinado. Agronegocios.
A Mobilidade populacional na Amazônia é motivada pela busca de novas oportunidades de trabalho, fato atrelado às mudanças estruturais, relacionadas à ação do Governo Federal por meio de políticas territoriais iniciadas ainda nos anos 60 e 70. A implantação de projetos de infra-estrutura estabelece diferentes funções e reestruturações espaciais, constituindo novos padrões de organização social, econômica e cultural. Atualmente, em Porto Velho-Rondônia, a construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, iniciadas em 2008, tem sido questionada quanto ao novo fluxo populacional, o qual pode ser caracterizado por dois processos: o de territorialização e o de desterritorialização. O primeiro processo é marcado pela atração populacional, dado pela oferta de trabalho e, o segundo, pautado na desterritorialização devido ao deslocamento populacional na área do reservatório, apresentando como caso mais crítico o da comunidade de Mutum-Paraná, com o comprometimento total do seu núcleo urbano. O objetivo deste artigo é avaliar a mobilidade populacional e a relação entre a implantação de infra-estrutura e exploração dos recursos naturais na área de influência das hidrelétricas. A metodologia parte da análise temporo-espacial com revisão de literatura, trabalho de campo e coleta de dados geográficos da área. As variáveis utilizadas foram: população, principais atividades econômicas e normas de uso do território (legislações). Estas variáveis permitiram compreender as relações entre sociedade e espaço no seu processo de organização e transformação. As análises indicaram que nesta área, desde sua ocupação até os dias atuais, a mobilidade populacional tem sido motivada pela implantação de obras de infra-estrutura, apropriação e exploração intensiva dos recursos naturais sem estabilidade econômica, resultando em fluxos e refluxos migratórios.
Globalization, agriculture and the formation of the technico-informational-scientific space of Rondônia Globalización, la agricultura y la formación del medio técnico-científico-informacional en Rondônia
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