Este artigo tem por objetivo analisar as cadeias produtivas de frutos nativos do Cerrado, com foco na contribuição desses frutos para o incremento de renda das populações agroextrativistas. A metodologia baseou-se na realização de pesquisas de campo nos municípios de São Raimundo das Mangabeiras e Carolina, no Maranhão, e no município de Arinos, em Minas Gerais. Para melhor compreensão da organização e do funcionamento das cadeias produtivas, foram entrevistadas 40 pessoas, entre agroextrativistas, representantes sindicais e representantes de cooperativas. Também foram realizadas observações em reuniões, feiras e visitas em propriedades rurais entre os anos de 2017 e 2019. As principais cadeias produtivas identificadas foram a do baru, do pequi, do bacuri e do cajá, selecionadas por possuírem dinâmicas próprias de produção e comercialização, com grande relevância para a economia local das regiões estudadas. Mediante uma análise de cadeia produtiva de Produtos Florestais não Madeireiros (PFNM), verificou-se o potencial de diferentes frutos nativos do Cerrado. Os resultados obtidos comprovam a relevância das cadeias produtivas e permitem concluir que, quanto mais organizada e estruturada estiver a cadeia, maiores serão os benefícios para os agroextrativistas, influenciando positivamente na qualidade de vida desse segmento.
Este artigo analisa a utilização de diferentes circuitos de comercialização por agricultores familiares que vivem e trabalham em regiões classificadas como periurbanas, isto é, realizada na periferia do espaço urbano (MOUGEOT, 2000), tomando como referência o caso dos agricultores periurbanos da comunidade rural Cinturão Verde no município de São Luís (MA). Para isso, a pesquisa analisa a promessa de diferença presente nas Redes Agroalimentares Alternativas (RAA) ou Sistemas Alimentares Alternativos (SAA) (MARSDEN et al., 2000; LE VELLY, 2017), buscando identificar os fatores que levam esses agricultores familiares a utilizarem cadeias curtas ou longas de comercialização para acessarem diferentes tipos de mercados (convencionais, alternativos ou institucionais) e como os mesmos são acionados a fim de garantir a reprodução desses agricultores familiares (PLOEG, 2016). Portanto, destacam-se algumas dimensões sociais das cadeias curtas que aparecem de formas distintas nos mercados acessados, a saber: a proximidade entre produtores e consumidores; a redução ou eliminação do intermediário; preços justos; e qualidade dos alimentos. Sendo assim, foi possível analisar que os agricultores periurbanos do Cinturão Verde têm buscado um equilíbrio entre autonomia e dependência no tocante ao processo de comercialização, o que implica no acesso tanto a mercados mais alternativos, quanto a mercados convencionais.
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Diferentes políticas públicas de desenvolvimento rural foram implementadas no Brasil, contudo não houve uma ruptura com o paradigma produtivista vigente. Considerando esse contexto, o presente trabalho objetivou compreender os aspectos teórico-metodológicos referentes às diretrizes que balizarama construção das políticas públicas destinadas ao meio rural brasileiro. Para realizar esse objetivo, empreendeu- se uma revisão bibliográfica acerca da dicotomia entre as políticas de caráter produtivo e as de natureza social. Buscou-se analisar essas políticas a partir do arcabouço teórico cognitivo dos paradigmas de políticas públicas. Verificou-se que, nas duas últimas décadas, os policymakers experimentaram um processo de aprendizagem institucional que permitiu um aperfeiçoamento das bases conceituais e um entendimento das particularidades que existem entre os benefi ciários. Ao colocar uma lente sobre os conceitos de vulnerabilidade e resiliência da agricultura familiar, concluiu-se que é evidente a necessidade de incorporar esses conceitos na construção das políticas públicas. Nesse sentido, recomenda-se aos gestores públicos: 1) considerar as diferenças entre as necessidades de agricultores familiares de cada região do País; e 2) definir precisamente o quê e como gerenciar, além de utilizar instrumentos e metodologias que possibilitem a análise da resiliência. O resultado esperado dessas recomendações é que o Poder Público atenda às particularidades dos agricultores, que, por sua vez, darão melhores respostas aos investimentos do estado.
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