Resumo: As discussões realizadas por Michel Foucault sobre 'governamentalidade', no final dos anos de 1970 e início dos 1980, têm inspirado análises recentes sobre a questão das drogas na sociedade brasileira. Este artigo pretende apresentar e discutir algumas questões epistemológicas presentes nestas discussões, contrapondo a evolução desse conceito às formas como ele foi apropriado no Brasil. Com base na crítica desenvolvida pela história social em torno de um suposto estruturalismo existente em suas considerações, mostrar-se-á que as reflexões acerca do conceito de 'governo de si' foram uma forma encontrada por esse autor para pensar a relação da agência com as práticas discursivas. Finalizamos apresentando as considerações que o próprio Foucault desenvolveu sobre as drogas a partir das posições epistemológicas apresentadas. Palavras-chave: Governamentalidade. Drogas. Michel Foucault. Abstract:The discussions held by Michel Foucault on 'governmentality' in the late 1970s and early 1980s have inspired recent reviews on the drug issue in brazilian society. This article aims to present and discuss some epistemological issues present in these discussions, comparing the evolution of this concept to the ways he was recognized in Brazil. Based on the comments developed by social history around a supposed existing structuralism in their considerations, will show that the reflections on the concept of 'government of self ' were a way for the author to think the agency's relationship with discursive practices. We finish presenting the considerations that Foucault himself developed on drugs from presented epistemological positions.
O Ministério da Saúde publicou em 2015 uma recomendação para que Estados e Municípios publicassem protocolos para prevenir a prescrição excessiva de metilfenidato às crianças e aos adolescentes. O uso excessivo de remédios tem sido denunciado pela literatura científica como resultado do processo de medicalização da sociedade. Esse artigo objetiva questionar a imanência do poder médico, comum nesta literatura, a partir da ênfase nas relações sociais. O uso de remédios ao longo da história mostra que nem sempre os médicos foram agentes promotores do uso de fármacos, pois a definição do que é um problema de saúde e as formas de resolvê-lo variam ao longo do tempo. O uso estendido de metilfenidato como ferramenta de adequação social é fruto da mercantilização e de uma perspectiva heteronômica de compreender as formas de gestão do ânimo.
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