RESUMO: O texto aborda aspectos de como a prevenção ao uso de drogas tornou-se um assunto educacional. O objetivo é entender como o modelo de educação escolar operou enquanto condição de possibilidade para que, diante do aumento do uso de drogas, e da percepção desse fenômeno como um "problema social", a prevenção emergisse, nos tempos e espaços escolares, como uma tecnologia voltada ao governamento da população e à gestão dos riscos sociais. Entende-se que a inclusão da prevenção às drogas como temática escolar faz parte do aprofundamento de uma racionalidade política voltada à gestão dos riscos sociais e examina-se os anais de um evento que, realizado no ano de 1970, propôs uma série de medidas de combate às drogas, dentre as quais se destaca a abordagem escolar de tal tema. Examina-se enunciados circulantes nesse documento e conclui-se haver um processo histórico de instrumentalização da educação para fi ns políticos de controle social. Palavras-chave:Educação. Prevenção ao uso de drogas. Modelo escolar. Governamentalidade.Education machine, a preventing machine: the western school model and the emergence of drug prevention in educationThe text addresses aspects of how drug prevention has become an educational issue. The aim is to understand how the schooling model has worked as a means for drug prevention to emerge in the school times and spaces as a technology targeted to govern the population and manage social risks, while drug use was increasing and this phenomenon was conceived as a "social problem". As we see it, including drug prevention as a school subject is part of the deepening of a political rationality towards social risk management. Therefore we examined the annals of a 1970's event which proposed several measures to prevent drugs, including the school approach
Resumo: As discussões realizadas por Michel Foucault sobre 'governamentalidade', no final dos anos de 1970 e início dos 1980, têm inspirado análises recentes sobre a questão das drogas na sociedade brasileira. Este artigo pretende apresentar e discutir algumas questões epistemológicas presentes nestas discussões, contrapondo a evolução desse conceito às formas como ele foi apropriado no Brasil. Com base na crítica desenvolvida pela história social em torno de um suposto estruturalismo existente em suas considerações, mostrar-se-á que as reflexões acerca do conceito de 'governo de si' foram uma forma encontrada por esse autor para pensar a relação da agência com as práticas discursivas. Finalizamos apresentando as considerações que o próprio Foucault desenvolveu sobre as drogas a partir das posições epistemológicas apresentadas. Palavras-chave: Governamentalidade. Drogas. Michel Foucault. Abstract:The discussions held by Michel Foucault on 'governmentality' in the late 1970s and early 1980s have inspired recent reviews on the drug issue in brazilian society. This article aims to present and discuss some epistemological issues present in these discussions, comparing the evolution of this concept to the ways he was recognized in Brazil. Based on the comments developed by social history around a supposed existing structuralism in their considerations, will show that the reflections on the concept of 'government of self ' were a way for the author to think the agency's relationship with discursive practices. We finish presenting the considerations that Foucault himself developed on drugs from presented epistemological positions.
El artículo presenta una reflexión acerca de las formas como los usuarios de marihuana han desarrollado colectivamente nuevas formas de subjetividad. Tales formas se entienden como un proceso de producción de una contra-conducta, que es descrito y problematizado en el sentido de pensar algunos elementos para proponer una educación sobre drogas. A partir de herramientas foucaultianas ―como las nociones de “ética”, “prácticas de sí” y “contra-conducta” ― y de material empírico recogido en un foro de internet, se realiza un mapa de los modos como los que usuarios de marihuana han construido formas de relación con sí mismos que niegan su identificación como criminales y/o enfermos y buscan la integración en el orden político y social desde la constitución de sí mismos como sujetos trabajadores y responsables.
O artigo descreve aspectos de uma história da subjetividade de usuários de maconha no Brasil. Analisa discursos circulantes em estudos médicos e psiquiátricos do começo a meados do século XX e em interações entre usuários da droga em uma comunidade na internet. Orientado pela ferramenta analítica da governamentalidade, elaborada por Michel Foucault, conclui que o usuário de maconha foi construído historicamente, no Brasil, como um sujeito patológico e delinquente, sendo tal construção reelaborada, na contemporaneidade, a partir de racionalidades e tecnologias liberais de governo das condutas através da educação, de modo a conformar um sujeito autocontrolado e gestor de si mesmo. Tal processo, contudo, tem seus limites nas profundas divisões socioeconômicas da sociedade brasileira.
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