Este projeto tem como objetivo estudar o potencial biotecnológico de quatro espécies de oleaginosas do Cerrado tocantinense quanto aos parâmetros biométricos dos frutos, bem como as características físico-químicas do óleo, da polpa, do mesocarpo e suas possíveis aplicações, com a finalidade de contribuir com a pesquisa científica, tecnológica, inovação e como os programas de melhoramento do Índice de Desenvolvimento Humano. Os métodos aplicados foram: Coleta da Matéria-Prima; Obtenção da Polpa; Obtenção dos Extratos; Triagem Fotoquímica; Análise de Quercetina; Atividade Antioxidante – Sequestro do DPPH; Atividade Antioxidante – β-caroteno/Ácido Linoléico; Fator de Proteção Solar (FPS); Determinação da umidade; Determinação de acidez; Determinação do pH ; Determinação do teor de ferro; Determinação de lipídios; Extração e análise de vitamina A; Obtenção do óleo vegetal e análise físico química; Ensaios para aplicação do resultados em atividade econômica; Análise estatística. Nos resultados físico químicos foram encontrados  respectivamente os seguintes resultados nos frutos da Macaúba, Coco najá, Tucum e Coco bacuri (Índice de acidez mg KOH/g 3,75 - 2.79 -2.80 - 2,76); (Índice de peróxido meq O2/kg0,4 - 0,410 - 0,39); (Umidade % 0,05 - 0.04 - 0,04 - 0,05); (Índice de iodo regiões. Wijs  17.03 - 16,34 - 16.37 - 15.45); (Índice de saponificação mg KOH/g 189,8 - 176,9 - 179,23 - 175.35 - 25,2); (Densidade relativa a 25º C g/mL 0,914 - 0,845 - 0,765 - 0,763). As propriedades físico-químicos são fatores muito importantes para se entender as grandes utilidades destes frutos. As análises foram realizadas com o objetivo de entender como essas características poderiam beneficiar as comunidades envolvidas no projeto, bem como contribuir para o crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Doenças causadas por insetos constituem problema de saúde pública, especialmente na zona rural, em que a população está próxima ao habitat de diferentes espécies de artrópodes. Neste contexto, a identificação de compostos bioativos em frutos do cerrado é de extrema importância para utilização de substâncias naturais com potenciais medicinais. Sob essa perspectiva, encontra-se o tucum mirim (Astrocaryum acaule Mart.), fruto típico da região de cerrado, amplamente utilizado na região como unguento na prevenção e no tratamento contra picada de insetos. Assim, a pesquisa teve por objetivo analisar os mecanismos bioquímicos e fisiológicos do óleo da polpa e da amêndoa do tucum mirim (Astrocaryum acaule Mart.), quanto à presença de compostos bioativos, ação repelente e cicatricial para aplicação em picadas de insetos. As atividades iniciaram com a coleta do fruto, processamento, lavagem, sanitização e análises dos aspectos físicos. No óleo da polpa in natura e no óleo da amêndoa, realizaram-se determinações de composição química, físico-químicas e de quantificação dos princípios ativos. Na composição físico-químicas em 100g de polpa in natura e 100g de polpa seca foram encontradas, respectivamente, proteínas (3,54% a 3,79%), lipídeos (23,63% a 26,98%), fibra bruta (11,93% e 12,01%) e umidade (6,57% a 7,58%). Encontraram-se em 100ml do óleo flavonoides totais (718,25mg), Flavonoides amarelos (43,31mg), Antocianinas totais (79,16mg), Vitamina C (72,46mg), Carotenoides e Betacaroteno (0,18mg). Nos testes in vitro para avaliar a capacidade terapêutica, realizaram-se diferentes ensaios, cujos achados confirmaram que o óleo da polpa diminui a vermelhidão das picadas de insetos até 20%, em 3 horas; e 100%, após 36 horas. O óleo da amêndoa dissolveu 100% da vermelhidão de picadas de vespas, carrapatos e pernilongos, em 12 horas. Os testes In vitro para comprovação da capacidade repelente do óleo do fruto demonstraram que em 50 min, o óleo da polpa repeliu 100% dos insetos presentes, enquanto o óleo da amêndoa repeliu 80% dos insetos. Estes resultados podem contribuir para direcionar medidas dos programas estabelecidos acerca da vigilância em saúde, principalmente diante do cenário de patologias ocasionados por artrópodes no qual o Brasil se encontra.