Na última década tem sido amplamente divulgada e compartilhada entre os membros da comunidade do design a ideia de que a ação do designer tem a potencialidade de contribuir na resolução dos problemas que afligem a sociedade contemporânea e na definição de soluções capazes de melhorar os contextos cotidianos de vida da população. De acordo com numerosos estudos, isso é possível por meio da aplicação de processos co-criativos e participativos de design no âmbi-to social. Consequentemente, abordagens como, por exemplo, o design para inovação social, o design social, o design para a base da pirâmide, entre os outros, têm encontrado ampla difusão recentemente entre novos e futuros designers, assim como entre os profissionais da área. É neste cenário que se insere a tese aqui apresentada e a pesquisa que está na sua base. De fato, esta surgiu do interesse em investigar as potencialidades de ação do designer em contextos sociais frágeis, de conflito e marginalizados para promover e potencializar processos locais de inovação social através de experiências participativas e da estratégia de design. O objetivo era compreender melhor e potencializar esta ação.Focou-se em contextos sociais frágeis, de conflito e marginalizados pela complexidade destes contextos e pela consequente relevância dos resultados. Com a expressão "contextos sociais frágeis, de conflito e marginalizados" refere-se a contextos que se caracterizam por serem caóticos e hiper politizados, pela falta de segurança pública, pelas divisões sociais, pela insuficiente presença de instituições formais, pelas lutas pelo poder, pela presença de atores com agendas conflituais, pelas condições econômicas e sociais frágeis e por sofrer com a exclusão social.A fim de alcançar o objetivo apresentado, sucessivamente a um momento preparatório de revisão teórica com relação ao âmbito da contribuição social do design, às abordagens e práticas mais conhecidas e ao contexto selecionado, foi desenvolvido um estudo de caso. No especifico, foi implementado um projeto de design participativo em uma favela carioca -o Complexo de Favelas da Maré -em colaboração com uma ONG local. O projeto A praça que nós queremos aconteceu entre Março e Outubro de 2012 e consistiu no redesign de uma praça local abandonada junto aos habitantes do entorno e a ONG parceira. O objetivo era promover a regeneração urbana do contexto por meio da promoção de dinâmicas democráticas. Ao longo do seu desenvolvimento foram coletados dados usando como estratégia a observação participante. Sucessivamente, os dados foram codificados e analisados. Foram identificadas duas macro categorias de investigação relativas a questões fundamentais para o tipo de ação de design considerada. Sucessivamente, as macro categorias foram verificadas, compreendidas e detalhadas através de entrevistas com designers especialistas no assunto e de uma nova fase de revisão teórica. Tudo isso permitiu a identificação de duas questões -resultados da pesquisa -que podem influenciar o processo de design, obstaculizá-lo ou até impedi-lo. ...
O caminho do design rumo à sustentabilidade demanda inovação nos modelos de organização e nos processo de projeto. Os Living Labs representam uma possibilidade para desenvolvê-los e praticá-los com a participação de usuários. O artigo apresenta um estudo teórico sobre a relação que é desenvolvível entre Living Labs e metadesign. No processo de habilitação dos usuários à criatividade e ao design, os Living Labs utilizam o princípio de abertura próprio do metadesign. Como resultado, o artigo desdobra o potencial de inovação social ínsito nesta relação.ABSTRACT The way of design towards sustainability demand innovation in organizational models and design process. The Living Labs represent a chance to develop them and practice them with the participation of users. The article presents a theoretical study between the relationship of Living Labs and metadesign. In the enabling process of the users to creativity and design, Living Labs use the own metadesign principle of openness. As part of results, the article approaches the social innovation potencial on this relationship.
No contexto em que tudo que se ouve é crise, urgência e mudança, falar sobre as possibilidades de ação em prol de um futuro sustentável é uma necessidade. Estão surgindo, em diversos lugares no mundo, iniciativas com capacidade de propor uma visão de bem-estar renovada, calcada na sustentabilidade e no agir coletivo, conhecidas como organizações colaborativas. Tais empreendimentos promovem pequenas rupturas locais no modelo econômico vigente, ao mesmo tempo que criam casos promissores de inovação social. Ao observar as características das organizações colaborativas e as relações que estabelecem com o ecossistema onde estão inseridas, o presente estudo estabelece uma conexão comparativa entre essas organizações e os sistemas abertos, apresentando um conceito que amplia o entendimento acerca do funcionamento e das possibilidades de ação das organizações. O objetivo, com isso, é apontar as possibilidades do design – encarado aqui sob seu viés estratégico – em fomentar as atividades de inovação social das organizações colaborativas. Utilizando o framework conceitual do metadesign, são sugeridas duas contribuições para dar suporte à organização; para habilitar seus atores a serem co-criadores; e também para transformar o próprio designer, que se assume então o papel de articulador desse sistema complexo: o co-design e o seeding.ABSTRACT In a context where all you can hear is crisis, urgency and change, to speak about the possibilities of action towards a sustainable future is a necessity. Initiatives are emerging in several places around the world, that are able to propose a renewed vision of well being based on sustainability and collective action, known as collaborative organizations. Such projects promote small local ruptures on the current economic model, while creating promising cases of social innovation. By observing the characteristics of these collaborative organizations and the relations they establish with the ecosystem where they are inserted, the present study establishes a comparative connection between these organizations and open systems, presenting a concept that amplifies the understanding of the operation and possibilities of action of such organizations. With this, the goal is to point the possibilities of design – understood here under its strategic scope – to foster the actions of social innovation of these collaborative organizations. Using the conceptual framework of metadesign, two contributions are suggested to support the organization; to enable its actors to be co-creators; and to transform the designer himself, who then assumes the role of articulator of this complex system: co-design and seeding.
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