Agradeço a todas as pessoas que me receberam em suas casas e locais de trabalho, se dispondo a contribuir com esta pesquisa ao relatarem suas experiências de trabalho e trajetórias de vida. Aos amigos do grupo de pesquisa Eliane, Daniel, Zé César e Rafael que desde o início estiveram presentes e acompanharam todo o desenvolvimento desta pesquisa. A Vera Telles minha orientadora, pela confiança e pelos incentivos. Devo muito as suas contribuições e indicações sempre preciosas. A Robert Cabanes, com quem muito aprendi no trabalho de campo. Devo agradecer do mesmo modo a Isabel Georges, Mônica e Sílvia. Agradeço também aos meus amigos Daniel, Carlos Henrique, Maurício, Fernanda, Gabriela, Flávia e Gustavo que em momentos distintos se dispuseram a discutir os andamentos da pesquisa. Esta pesquisa foi viabilizada por uma bolsa financiada pela CNPq nos primeiros 4 meses e pela FAPESP nos 20 meses seguintes. Resumo O objetivo da pesquisa é discutir as redes de subcontratação e o trabalho informal no circuito das confecções em São Paulo. A partir de uma região periférica na zona leste da cidade tratou-se de averiguar as relações entre trabalho e o espaço urbano no qual essas confecções vêm se instalando. O processo de reestruturação produtiva da indústria de confecções durante a década de 1990 fez multiplicar as chamadas oficinas de fundo de quintal e o trabalho a domicílio nos bairros das ex-costureiras das fábricas pelas vias de redes de subcontratação e do trabalho informal. As ex-operárias mobilizam familiares e vizinhos no trabalho, estabelecendo redes sociais pelas quais circulam as encomendas de costura. Associado a esta dinâmica, esse circuito também vem mobilizando os fluxos da migração clandestina dos bolivianos que já podem ser encontrados nos locais mais distantes do extremo leste da cidade. O material da pesquisa é composto por trajetórias sociais de pessoas ligadas ao setor, recompostas com entrevistas gravadas e semi-diretivas, e acompanhadas por pesquisa de campo. Palavras-chave: trabalho informal, indústria de confecções, reestruturação produtiva, migração clandestina, mercado de trabalho, agenciamentos urbanos.
Este artigo aponta indícios de significativas mudanças nos padrões migratórios no contexto da globalização que se fazem especialmente evidentes no caso da imigração boliviana para o Brasil (São Paulo) e para a Argentina (Buenos Aires). No Brasil, a especificidade desse fluxo imigratório reside na diferença em relação aos casos "clássicos" de imigração, já que o país tem um histórico importante de assimilação de ondas imigratórias -como a europeia e a japonesa -desde o século XIX 1 .Com a generalização do "custo chinês" 2 no setor de confecções a partir dos anos 1990, um novo padrão migratório parece substituir o anterior, o qual foi compatível com o período de formação da força de trabalho industrial e constituiu uma primeira geração de imigrantes predomi-1 Embora essa assimilação também tenha ocorrido na Argentina, as especificidades contemporâneas serão discutidas apenas em relação ao Brasil, utilizando o caso das ondas mais recentes de imigração boliviana para aquele país como um contraponto explicativo. 2 O chamado "custo chinês" está relacionado a preços de varejo muito mais baixos do que os praticados pela produção e pelo comércio formal, exercendo uma pressão sobre o preço do trabalho nos setores de confecções e calçados, entre outros.
O objetivo deste texto é discutir a inserção de migrantes transnacionais na costura. Defendese que os problemas relacionados às condições de trabalho, às violações e situações a que são submetidos os trabalhadores não decorrem da origem nacional dos migrantes, mas sim do modo como se associa a migração à organização do trabalho nessa indústria reestruturada. A primeira parte do texto aborda a afinidade existente entre os modos como se estruturam a produção pulverizada de vestimentas em oficinas de costura e os atuais fluxos migratórios transnacionais. Num segundo momento são traçadas algumas comparações entre a organização de oficinas de costura de bolivianos, paraguaios e brasileiros e o perfil de seus trabalhadores, sendo que o grande diferencial das oficinas de migrantes se deve ao modo pelo qual se articulam as condições de trabalho, a moradia e a intermediação migratória. Ao considerar a presença de paraguaios no setor, busca-se deslocar a problematização étnica ou da origem nacional desses trabalhadores e evidenciar o funcionamento desse mecanismo de exploração de trabalho que, ao mesmo tempo, permite a inserção de migrantes transnacionais na vida urbana de São Paulo.
FREIRE da SILVA, Carlos. From the streets to the indoor markets: São Paulo's popular trade areas. 176p. Thesis (PhD Degree).
A dinâmica comercial de Ciudad del Este é base para muitas representações sobre o Paraguai no Brasil. São imagens pejorativas que associam “do Paraguai” e “paraguaio” a “contrabando” e “falsificação” e pouco informam sobre o próprio desenvolvimento do comércio fronteiriço. Neste artigo, buscamos problematizar estas representações analisando como se deu a formação da dinâmica comercial a partir da reaproximação diplomática entre os dois países, do turismo de sacoleiros e dos fluxos migratórios que ligam Ciudad del Este e São Paulo.
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