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O estudo aborda as relações entre as noções de subjetividade, socialidade e historicidade na Teoria da Linguagem de Émile Benveniste, a partir da reflexão proposta por Gérard Dessons na obra Émile Benveniste, l´invention du discours, publicada em 2006. O trabalho procura responder à seguinte questão: Como a leitura de Dessons (2006) das obras de Benveniste – Problemas de Linguística Geral I e Problemas Linguística Geral II – possibilita a formulação de prospecções teóricas? A questão é respondida por meio da leitura da obra de Dessons (2006) a partir da proposição de dois eixos: subjetividade-socialidade e subjetividade-historicidade.

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Este artigo defende que a teoria da linguagem de Émile Benveniste abre possibilidades para os estudos em aquisição da linguagem. Para tanto, realiza-se um duplo movimento: retrospectivo, com o retorno às reflexões benvenistianas sobre a relação da criança com sua língua materna e a escrita dessa língua; prospectivo, com a análise de recortes enunciativos de experiências da criança na linguagem. Em ambos os movimentos, salienta-se a questão do simbolismo da linguagem como fundamento da abstração e princípio da imaginação criadora e, consequentemente, como condição da constituição da criança enquanto falante e escrevente em sua língua materna.

Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma licença Creative Commons -Atribuição 4. A aquisição e o processamento da linguagem típica e atípica são temas de interesse de diferentes áreas de conhecimento, incluindo a Linguística, a Psicologia Cognitiva, a Fonoaudiologia, a Pedagogia, dentre outras, em suas distintas manifestações (oral, gestual e escrita). Além dessas variadas áreas, diferentes aspectos de língua e de interlocução (como fonologia, morfologia, sintaxe, semântica, pragmática, discurso, diálogo, multimodalidade, entre outros) são refletidos por pesquisadores que se interessam pelo tema tanto em L1 quanto em L2. Este número da revista Letrônica -v. 10, n. 2, 2017 -abrange essa heterogeneidade de abordagem que o tema contempla, principalmente, nas pesquisas brasileiras.É crescente a quantidade de estudos desenvolvidos nos últimos anos que têm o objetivo de compreender a aquisição e o processamento da linguagem. Esse interesse parece ter sido alavancado pelo avanço das neurociências, das técnicas de neuroimagem e das abordagens multidisciplinares, com o intuito de investigar a complexidade e a sofisticação das estruturas linguísticas e das operações cerebrais que as subservem (OBLER; GJERLOW, 1999, p. 168).No presente dossiê, os artigos, que têm o tema "Aquisição e processamento (a)típico da linguagem (L1 e L2)", discorrem sobre a experiência linguística de falantes na aquisição e no processamento tanto de L1 quanto de L2, bem como do processamento da linguagem atípica. Constitui-se, assim, de 22 artigos, cujos autores -pesquisadores de universidades de norte a sul do país e do exterior -compartilham resultados de suas investigações a partir de abordagens distintas relacionadas à temática deste número.No primeiro texto que compõe o dossiê de Linguística, Atenção conjunta virtual e a construção da ação colaborativa (Virtual joint attention and the construction of collaborative work), José Moacir Soares da Costa Filho (IFPB) e Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante (UFPB) apresentam uma discussão acerca da noção de atenção conjunta virtual e a construção da ação colaborativa nesse processo. Para a realização da pesquisa, analisam os dados de vinte crianças, de 22 a 65 meses de idade, com o uso do aplicativo Mimi©. Os autores destacam que é exatamente pelo "valor" fundamental que a atenção 1 Professora e pesquisadora da PUCRS. É coordenadora do Grupo de Estudos em Psicolinguística e Neurolinguística (GENP/PUCRS). Atualmente desenvolve as seguintes pesquisas: "Processamento discursivo, semântico e sintático na afasia: um estudo longitudinal com neuroimagem estrutural e funcional" e "Estudo do processamento semântico e discursivo na Doença de Alzheimer e sua relação com escolaridade e componentes cognitivos".