RESUMODiscute-se neste texto o tema das opções políticas de professores de história e suas implicações para a docência. Questiona-se: existem relações entre a opção política e as escolhas didáticas de um professor de história? Os dados foram obtidos em colaboração com o projeto Jovens e História no Mercosul, que usa um questionário respondido por uma amostra não probabilística de 288 professores de história do Brasil, da Argentina, do Uruguai, do Chile e do Paraguai. As respostas receberam um tratamento estatístico descritivo e inferencial e atribui-se especial atenção às opções políticas dos professores e aos cruzamentos de informações gerais com posicionamentos sobre aspectos didáticos. A noção de esquerda e direita foi delineada a partir de Norberto Bobbio. Constatou-se que os professores, independente da opinião política, defendem a importância do ensino de história e valorizam sua própria participação política. Há diferenças sutis na avaliação de objetivos de ensino e de dificuldades profissionais entre os docentes, que também tendem a interpretar eventos históricos sensíveis de forma coerente às opções políticas. Essas constatações provocam a pensar o papel dos formadores de professores de história, reforçando a importância de conectar política e didática na constituição da responsabilidade docente.
O presente artigo pretende abordar as aulas de História, desde uma pesquisa constituída no fazer docente em estágio de formação de professores. Partimos da análise de planejamentos e observações de aulas construídos por estudantes de História, nos últimos 4 semestres, nas disciplinas de estágio de docência no ensino fundamental, ensino médio e educação patrimonial. O objetivo consistiu em problematizar o currículo de História, na escola básica, através do que chamamos de práticas insurgentes. Tal concepção nos levou a pensar no conceito de resistência, tendo como interlocutores de escrita autores do campo da decolonialidade, da educação crítica e da filosofia da diferença. A partir daí construímos um conceito de resistência vinculado à ideia de criação. Concluímos, portanto, que, nos tempos atuais, a radicalidade da crítica curricular inclui a ideia, não de uma reatividade aos “tempos difíceis”, mas de uma resistência criativa, que faz transbordar o currículo desde um estudo do passado, problematizando o presente e criando abertura para novos futuros.
Os Mestrados Profissionais em Ensino de História têm se mostrado uma experiência singular no processo de formação de professores. Esses espaços de formação se constituem em lugares privilegiados para a pesquisa e sua íntima relação com a docência, uma vez que os professores têm a oportunidade de inserir-se num campo investigativo em ensino de História e, ao mesmo tempo, tornar a sua sala de aula um locus de estudo. Este artigo quer problematizar o binômio professor-pesquisador e a sua contribuição para repensar a sala de aula de História, tendo como eixo a consideração do seu espaço de trabalho como objeto de investigação, sobretudo a partir do questionamento das temporalidades e da forma como as noções temporais clássicas têm construído um modo determinado de exercer a docência e ensinar a História. Nossa leitura parte da quebra da hierarquia entre ensino e pesquisa pelo reconhecimento do professor como intelectual transformador, enfatizando que a compreensão dos acontecimentos da sala de aula e seu estudo precisam considerar o contexto da cultura escolar e aprofundar a construção de problemáticas de pesquisa nascentes e destinadas à prática.
A preparação específica para trabalhar profissionalmente com a História tem quais efeitos sobre a consciência histórica do professor? Este artigo apresenta os resultados de pesquisa de Mestrado em Educação realizada entre 2005 e 2007. Investigou-se a constituição de identidades de professores de História a partir do eixo da formação de consciência histórica, tendo como pilares de análise a relação com o conhecimento histórico, com o posicionamento político e com a relação com o transcendental (religiosidade). A fundamentação teórica repousa principalmente nos trabalhos de Rüsen e Heller. A metodologia incluiu a coleta de depoimentos, visando a produção de narrativas específicas e questionários abertos e de múltipla escolha. Os resultados apontam, entre outros aspectos, que a formação em História conduz a um padrão de produção de sentido histórico concentrado nas formas genética e crítica, mas também que a trajetória de vida é o principal fator de variação individual nesses padrões.
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