Este artigo aborda temas socialmente controversos e sensíveis no âmbito do ensino de história. As questões socialmente vivas se constituem na contemporaneidade em objetos privilegiados dos currículos de história, em função, por um lado, das demandas sociais de grupos identitários e, de outro, dos movimentos que buscam interferir na liberdade de ensinar e no direito de aprender, direitos assegurados na Constituição Federal de 1988. O artigo quer construir a categoria de passado vivo como elemento central na constituição de currículos de ensino de história e, para isso, se vale de um duplo movimento: a produtividade dos conceitos de residualidade e remanescência, e a decidida conexão da prática docente em história com o campo da educação em direitos humanos. Ao final, discutem-se algumas cenas escolares onde tais questões foram enfrentadas.
rEsUmoEste artigo é resultado de uma reflexão teórica realizada a partir das entrevistas de dois professores, acerca do ensino de História na escola básica, enfatizando o conceito de história menor, como elemento teórico capaz de ler e compreender determinadas práticas de sala de aula que representam fissuras nos modos tradicionais de se ensinar História. O texto realiza um diálogo teórico com o conceito de simpatia de Bergson, a fim de pensar novas formas de se ensinar história e de subverter a temporalidade eurocentrada. Nesse sentido, também dialoga com a descolonialidade, no sentido de realizar a crítica tanto à história maior, quanto a temporalidade que lhe é correlata. O objetivo principal está em desenvolver o conceito de história menor e permitir que ele se torna uma chave de leitura para pensar o ensino de história desde uma perspectiva que rompe com as grandes explicações estruturais e que promove, na sala de aula, uma história de temas e sujeitos invisibilizados pela história maior. Palavras-chave: Ensino de História; história menor; temporalidades abstractThis article is the result of a theoretical reflection based on the interviews of two teachers about the teaching of History in elementary school, emphasizing the concept of a minor history as a theoretical element capable of reading and understanding certain classroom practices that represent loopholes in traditional ways of teaching History. The text carries out a theoretical dialogue with Bergson's concept of sympathy in order to think about new ways of teaching history and of subverting Eurocentred temporality. In this regard, it also dialogues with decoloniality, in the sense of criticizing larger history as well as the temporality that is related to it. The main objective is to develop the concept of minor history and to allow it to become a key reading to think about teaching history from a perspective that breaks with the great structural explanations and that promotes, in the classroom, a history of issues and individuals unseen by a larger history.
Resumo: O artigo discute a utilização de fontes históricas na sala de aula da Escola Básica. Trata dos efeitos e, ao mesmo tempo, da incorporação, por parte da sala de aula, de um dos fenômenos mais importantes da historiografia contemporânea, a chamada "revolução documental". A preocupação dos autores é discutir como a história ensinada pode inserir-se no movimento de "crítica ao documento"; pensar e propor alternativas pedagógicas que incluam a possibilidade de usar, no cotidiano da sala de aula de história, as mesmas fontes com as quais os pesquisadores criam relatos sobre o passado, procurando dar um estatuto teórico à discussão do uso de fontes para ensinar história a estuda0ntes do ensino fundamental e médio. Partimos da suposição de que o uso de fontes no ensino de história pode ser uma estratégia adequada e produtiva para ensinar história a indivíduos que não têm como objetivo se tornar historiadores, mas para os quais o conhecimento da história pode fazer muita diferença na compreensão do mundo em que vivem. Palavras-chave: História.
O presente artigo pretende abordar as aulas de História, desde uma pesquisa constituída no fazer docente em estágio de formação de professores. Partimos da análise de planejamentos e observações de aulas construídos por estudantes de História, nos últimos 4 semestres, nas disciplinas de estágio de docência no ensino fundamental, ensino médio e educação patrimonial. O objetivo consistiu em problematizar o currículo de História, na escola básica, através do que chamamos de práticas insurgentes. Tal concepção nos levou a pensar no conceito de resistência, tendo como interlocutores de escrita autores do campo da decolonialidade, da educação crítica e da filosofia da diferença. A partir daí construímos um conceito de resistência vinculado à ideia de criação. Concluímos, portanto, que, nos tempos atuais, a radicalidade da crítica curricular inclui a ideia, não de uma reatividade aos “tempos difíceis”, mas de uma resistência criativa, que faz transbordar o currículo desde um estudo do passado, problematizando o presente e criando abertura para novos futuros.
Os Mestrados Profissionais em Ensino de História têm se mostrado uma experiência singular no processo de formação de professores. Esses espaços de formação se constituem em lugares privilegiados para a pesquisa e sua íntima relação com a docência, uma vez que os professores têm a oportunidade de inserir-se num campo investigativo em ensino de História e, ao mesmo tempo, tornar a sua sala de aula um locus de estudo. Este artigo quer problematizar o binômio professor-pesquisador e a sua contribuição para repensar a sala de aula de História, tendo como eixo a consideração do seu espaço de trabalho como objeto de investigação, sobretudo a partir do questionamento das temporalidades e da forma como as noções temporais clássicas têm construído um modo determinado de exercer a docência e ensinar a História. Nossa leitura parte da quebra da hierarquia entre ensino e pesquisa pelo reconhecimento do professor como intelectual transformador, enfatizando que a compreensão dos acontecimentos da sala de aula e seu estudo precisam considerar o contexto da cultura escolar e aprofundar a construção de problemáticas de pesquisa nascentes e destinadas à prática.
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