O objetivo deste artigo é discutir as questões de gênero na academia ao descrever a trajetória de mulheres que atuam nos Programas de Pós-graduação em Turismo, Hotelaria ou Hospitalidade no Brasil. Foram contatadas todas as 71 mulheres, dos 11 Programas de Pós-Graduação, contando com a participação de 31 docentes vinculadas a 10 PPGs, ou 43% do total. Com abordagem qualitativa, adotou-se entrevistas como método de coleta de dados. A partir das transcrições em totalidade e da leitura do corpus textual, foram organizados temas que tratavam da formação, da carreira no ensino superior, e do entrelaçamento entre a vida profissional e a vida pessoal. Com a análise pudemos identificar uma versão de trajetória de mulheres na pesquisa e na docência em turismo que não se caracterizava como representativa nem ilustrativa de uma única mulher, mas sim como uma versão compartilhada da trajetória dessas mulheres. Concluímos que as formas como essas mulheres lidam com a docência e a pesquisa influenciaram e influenciam diretamente na pesquisa em turismo no Brasil. Além disso, observamos que as mulheres da docência e da pesquisa do turismo brasileiro enfrentam e vivenciam desafios atrelados ao gênero, tais como as mulheres no mercado de trabalho como um todo.
O objetivo do presente estudo é refletir sobre o trabalho em cozinhas profissionais a partir da perspectiva de gênero, com referencial teórico baseado nos estudos feministas. Esta pesquisa se justifica pela representatividade do setor de alimentação perante as demais Atividades Características do Turismo (ACTs), além da contribuição com o campo de estudos de gênero no Turismo. Foi utilizada metodologia qualitativa por meio da realização de entrevistas com cozinheiros, cozinheiras e chefs com experiência na alta gastronomia. A análise das entrevistas permitiu considerar a percepção dos entrevistados e entrevistadas quanto às diferenças entre cozinha doméstica e profissional. Além disso, demonstrou uma série de dificuldades comuns a homens e mulheres advindas da rotina de trabalho, como: longas jornadas laborais; dificuldade de conciliação da vida pessoal com a profissional; e demanda por disposição física e mental. Apesar desses pontos em comum, as concepções binárias de masculino e feminino repercutem de maneira mais desafiadora para as mulheres, como por exemplo, o frequente julgamento de serem incapazes de trabalhar na cozinha profissional, além da cultura de normalização do assédio associada ao arquétipo do chef de cozinha bad boy/rock star. Contudo, tais concepções de gênero não estão cristalizadas, mas em disputa, conforme relataram as entrevistadas ao apontarem os limites de sua profissão, mas, por outro lado, provarem ser, de fato, capazes de atuar nessa área. Conclui-se, portanto, que, em larga medida, as concepções tradicionais de masculinidade e feminilidade pautam as relações entre esses profissionais.
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