Quando se comemora o centesimo aniversário de um escritor, e além disso de um escritor tão famoso quanto Thomas Mann, costumam-se relatar apenas os fatos louváveis de sua vida e obra. Mesmo assim há pessoas, embora não muitas, que não consideram somente o aspecto positivo de Thomas Mann. Na vida e na obra deste escritor, encontram-se fatos que às vezes perturbam leitores de espírito crítico. Quanto mais reconhecida é uma obra e mais famoso seu autor, tanto mais violenta há de ser a crítica ao chegar-se a um indício convincente. E quanto mais este escritor nos tiver proporcionado, no que se refere ao estilo e à forma, tanto mais se imporá a pergunta: "Acaso isto é tudo?" Esta é a questão que todo verdadeiro crítico literário deveria levantar.Em um ponto todos estão de acordo: Thomas Mann é um dos últimos grandes novelistas burgueses. Ele reviveu em suas obras a evolução social dos últimos séculos, isto é, a ascensão da classe mé-dia à culta e consciente burguesia. Descreveu em todo o seu esplendor o auge da cultura burguesa, desde a etiqueta até à receptividade artística. Ele defendeu e exaltou toda etsa cultura com uma eloqüên-cia modelar por sentir a já iniciada decadência da classe burguesa (apesar de não ousar declará-lo).Não era assim seu irmão. No exterior muitas vezes se desconhece que Thomas Mann teve um irmão mais velho, o qual cresceu na mesma casa paterna e também se tornou um escritor bem sucedido, embora sua fama tenha sido, mais tarde, sobrepujada pela de
"Até agora não vieram ao mundo nem verdadeiros ' EU"s, nem verdadeiros "NÓS". Para ambos não chegou ainda uma época florescente, e chegando ela, então também com o novo conteúdo serão transformadas as formas tradicionais. O EU poderá ser mantido, contudo não a assim chamada unidade da pessoa, de que tanto se orgulhava o indivíduo burguês.. . EU nenhum, no que é e pode, ¡á é tão acabado, que no núcleo não se renove, nos contornos não possa ser surpreendido por si mesmo,-ou se tornará seu próprio epitáfio". Ernst Bloch'Heinrich Boell nasceu em Colônia, em 1917, como filho de um escultor, numa região "onde o Reno, enfastiado da suavidade de seu curso médio, alarga-se, afluindo à planície total em direção às brumas do Mar do Norte; onde o poder temporal nunca foi levado muito a sério e o podeT divino menos a sério do que geralmente se acredita em terras alemãs; onde se atiraram vasos de flores em Hi-
Aparentemente de súbito, em meio a uma onda sentimental de distensão entre as duas nações alemãs, irrompeu há alguns meses pequeno círculo de guerreiros das Alemanhas Ocidental e Oriental, fortemente armado com lápis e máquina de escrever, e travou tão acirrado combate nos periódicos Der Spiegel e Die Zeit como até então não se vira em potência e qualidade. Sob entusiástica incitação dos leitores, alvejou-se a boa fama de mais de um literato. A trégua provisória nos oferece a oportunidade de uma primeira síntese.As anteriores relações entre literatos e teóricos da literatura da RFA e da RDA, após longos anos de guerra fria, isto é, quando ambas as partes reivindicavam para si a representação da totalidade ("somente nós, a RFA, respectivamente a RDA, somos hoje os continuadores da herança literária de nossos antepassados comuns") terminaram num acordo rosnento, em que se atestava mutuamente a existência de uma ÜNICA literatura alemã, a qud porém, em virtude da cisão económico-política, representa "menos que nunca uma unidade no sentido da inconteste homogeneidade de conteúdos e formas literárias"1 . Um intercâmbio cultural entre as duas nações não se realizou senão em âmbito restrito, embora se enfatizasse a boa vontade de ambas as partes no Acordo Básico de 1972.Enquanto na RDA somente poucos autores alemães ocidentais (como Heinrich-Boell, Siegfried Lenz e Peter Weiss) se tivessem tornado
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