Este artigo investiga fatores associados aos níveis de comparecimento eleitoral, em especial, variáveis políticas contextuais. O argumento é de que, com o enfraquecimento de condicionantes duradouros, como os sociodemográficos e os sociopsicológicos, devemos atentar ao efeito de curto prazo da conjuntura sobre a participação eleitoral. O estudo desse efeito ainda é incipiente no Brasil e na América Latina. A expectativa inicial era de que competição, gastos de campanha e fragmentação estivessem associados positivamente com a participação eleitoral agregada. Essa hipótese foi testada por meio de modelos lineares multivariados nas eleições para prefeito de 2012. Os resultados confirmam essa hipótese em relação à competição e aos gastos de campanha, com mais força ainda sobre os votos válidos se comparados ao comparecimento em si. Porém, os resultados apontam um efeito negativo da fragmentação.
Resumo: A colaboração entre autores para a produção científica é maior nas ciências naturais e exatas do que nas ciências humanas. Mas esse cenário tem sofrido alterações e é crescente o número de artigos com mais de um autor nas ciências humanas. Não só o número de coautoria tem aumentado, mas também o interesse sobre esse fenômeno. As pesquisas sobre as redes de produção buscam identificar características de colaboração em determinadas disciplinas e/ou instituições. Neste trabalho, procuramos identificar padrões de produção cientí-fica em oito revistas de ciência política e sociologia do Brasil. O objetivo geral é demonstrar a tendência de colaboração nessas disciplinas em comparação com outras áreas. E o objetivo particular é identificar características e estilos cognitivos de produção em rede. A hipótese é que trabalhos experimentais e empíricos apresentam maior cooperação entre autores, enquanto que trabalhos teóricos tendem a ser escritos individualmente. Para isso, analisamos variáveis que indiquem se os artigos têm enfoque no tempo, no espaço e/ou em algum autor, se utilizam dados quantitativos e recursos gráficos. As características da produção em coautoria na ciência política e na sociologia podem indicar padrões de colaboração e tendência de estruturação de redes nessas disciplinas.
Esse artigo aborda o tema da competição intrapartidária nas eleições proporcionais de lista aberta. Embora a literatura espere que as regras eleitorais brasileiras incentivem a concorrência direta por votos entre correligionários, poucos são os esforços para mensurar os níveis dessa competição. A partir de correlações de votos, por zonas eleitorais, discutimos os graus de sobreposição espacial das candidaturas dentro de quatro partidos na disputa pelo cargo de deputado federal no estado de São Paulo em 2014. Encontramos variações nos níveis de competição intrapartidária que indicam diferentes estratégias de coordenação na seleção de candidatos. Essa variedade mostra que, além dos incentivos das regras eleitorais, as respostas estratégicas dos agentes a essas regras não devem ser negligenciadas ao tratar desse tema.
Resumo: Este artigo analisa o uso de candidaturas para cargos mais altos, não só como evidência de ambição progressiva, mas também como fonte de benefícios eleitorais para o candidato. O argumento é que eleições alternadas para cargos nos diferentes níveis no sistema federativo permitem que até mesmo candidatos que perderam disputas por prefeituras tirem proveito da cobertura da campanha mais tarde na corrida por uma vaga na Câmara dos Deputados. A hipótese de que esse retorno eleitoral existe é testada por meio de modelos lineares e de máxima verossimilhança, usando dados das eleições para deputado federal
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