Este estudo tem por objetivo identificar e analisar os principais desafios docentes presentes nas habilidades das áreas de Ciências da Natureza e Matemática da Base Nacional Comum Curricular, levando-se em consideração a formação inicial de professores. É um estudo de cunho teórico com uma perspectiva documental, pois se apoia na análise da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio. O presente estudo, que surgiu a partir das reflexões realizadas na disciplina de Formação de Professores, no curso de Doutorado do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI) da Universidade Federal do Pará (UFPA), pretende contribuir para a área de pesquisa de formação inicial e continuada de professores lançando um olhar sobre um documento sobre o qual ainda pouco se estudou, a BNCC do Ensino Médio, documento que é hoje a principal orientação curricular para esse nível de ensino. Pautada na proposta de desenvolvimento de competências e habilidades, a BNCC trouxe consigo grandes desafios para a formação inicial de professores de Ciências e Matemática. Em busca de identificar e discutir os principais desafios em cada uma dessas áreas de conhecimento, analisamos 23 habilidades relacionadas às Ciências da Natureza, distribuídas em três competências, e 45 habilidades da área de Matemática, distribuídas em cinco competências. Da análise das habilidades de Ciências da Natureza, destacamos três pontos fundamentais que consideramos grandes desafios para a formação de professores dessa área: a contextualização, a interdisciplinaridade e a capacidade de intervir diretamente na realidade, em problemas de ordem social, por intermédio da preposição de soluções. Por sua vez, da análise das habilidades da área de Matemática, evidenciamos a capacidade de interpretar e construir uma visão integrada da matemática aplicada à realidade, em diferentes contextos, levando em conta o avanço tecnológico que é exigido do mercado de trabalho.
Este artigo discute o papel dos saberes não matemáticos na modelagem envolvendo problemas em contextos concretos da Educação Financeira e Educação Fiscal, atendendo a demandas da Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Discutimos a necessidade de desenvolvimento do conhecimento tecnológico e pedagógico de conteúdo de professores de Matemática. Buscamos responder à questão norteadora “Como explorar os conhecimentos não matemáticos sobre Educação Financeira na Modelagem Matemática do Imposto de Renda Pessoa Física –IRPF, no contexto da reforma curricular pós BNCC? Nos amparamos na Teoria Antropológica do Didático – TAD, sobretudo quanto ao conceito de praxeologias, e nas concepções sobre o conhecimento tecnológico e pedagógico de conteúdo (Technological Pedagogical Content Knowledge - TPACK). Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo estudo bibliográfico. Por meio dessa pesquisa, concluímos que o discurso da Modelagem Matemática, a partir de elementos da Educação Financeira e Educação Fiscal, pode promover debates significativos aos professores em formação, para ampliar em seu campo de práticas formativas e potencializar sua capacidade de criação didática. Ao final, propomos uma situação de aprendizagem com construção de um modelo matemático do cálculo do IRPF, que revela a prevalência dos saberes específicos do campo de práticas que dão sentido ao modelo, ao agir implicitamente como condicionantes para atender interesses e intenções de grupos sociais. Esperamos que esses saberes possam ser úteis para aprimorar a capacidade criativa didática no contexto do ensino pós-BNCC.
<p>O objetivo deste trabalho consiste em evidenciar a prática de modelagem matemática como uma praxeologia mista no sentido apresentado por Castela e Romo Vázquez (2011). A prática com modelagem se manifesta como uma praxeologia mista ao articular saberes matemáticos e não matemáticos que se realizam em diferentes instituições com uso ou manipulação de objetos matemáticos. Embora a prática matemática pareça se manifestar como algo indispensável para o funcionamento de outras práticas, os critérios de validação em tomadas de decisões estão condicionados aos modos de fazer e de pensar próprios do campo de práticas em que a situação em contexto concreto vive. Exemplificamos a discussão a partir do uso do modelo matemático utilizado para o cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), que revela a prevalência dos saberes específicos do campo de práticas que dão sentido ao modelo, ao agirem implicitamente como condicionantes para atender interesses e intenções de grupos sociais a quem interessa a solução produzida pelo modelo.</p>
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