Resumo:No presente artigo, analisam-se os saberes geométricos contemplados por Calkins em seu manual, Primeiras lições de coisas, bem como sua apropriação nas normatizações dos grupos escolares paulistas. O resultado indica que as "lições de formas" e "desenho" presentes no manual têm como objetivo desenvolver faculdades perceptivas básicas para a construção e o desenvolvimento de saberes diversos e não somente geométricos. Com base nisso, argumenta-se que o ensino das "lições de formas" e "desenho" não é equivalente ao ensino de geometria. A análise dos programas de ensino no período de 1894 a 1925 revela a influência das ideias de Calkins, já que, desde o início, observa-se a presença do estudo das formas. Esse estudo permanece até o programa de 1925, quando esse estudo recebe o status de matéria independente. Revela também que geometria é uma matéria em separado, distinta das propostas de Calkins.
O presente artigo busca analisar distintas representações difundidas em documentos cariocas e paulistas no período de 1890 a 1900 com a finalidade de compreender o que propõe a matéria escolar Trabalhos Manuais no curso primário. Nessas representações, discursos de educadores brasileiros e europeus são considerados o que compete a fomentar a influência europeia na circulação de ideais educativos. Embasado teórico e metodologicamente pela História Cultural, cinco representações são determinadas a partir das finalidades observadas por tal matéria escolar. A análise das representações e apropriações obtidas por textos oficiais, revistas pedagógicas e manuais didáticos revelam a compreensão do Trabalho Manual como uma matéria escolar com intenção educativa, mas que apresenta consigo múltiplas finalidades quese imbricam e corroboram para constituir o Trabalho Manual escolar.
O presente artigo tem como objetivo compreender como propostas de inserção dos trabalhos manuais no ensino primário, que circularam internacionalmente, foram apropriadas no contexto brasileiro, em particular, no Rio de Janeiro, no final do século XIX até a década de 30 do século XX. A análise das fontes pauta-se sobre a circulação e as transferências de conhecimentos; processos de apropriação e objetivação (Matasci, 2015; Valente, 2020). Identificou-se que os três métodos colocados em circulação pelos viajantes brasileiros – Froebel, Boogaerts e Slodj – não foram igualmente incorporados, referenciados e nem reproduzidos para o contexto brasileiro. Conclui-se que, para que os trabalhos manuais fossem considerados como um auxiliar poderoso da geometria, se fez necessário um longo processo de objetivação, de mais de quatro décadas.
Background: Research in the history of mathematics education makes it possible to identify the links between manual practices and the teaching of geometry in the early years since the insertion of the subject Handwork, at the end of the 19th century, to the present time. Objectives: Analyse the interconnections between manual practices and the teaching of geometry developed by the school culture of primary education in São Paulo, since the early Republic. Design: The curricular regulations of the state of São Paulo and the national guidelines – PCN and BNCC – and school manuals that circulated in each historical moment are mobilised together with the results of research already developed in the area. The documents were collated and analysed to produce an understandable and sustainable historical narrative, based on evidence and controls. Data collection and analysis: The study inventoried research results and analysed teaching programs in the State of São Paulo, national guidelines at the end of the 20th century, and school manuals from different periods. Setting and participants: The research sources are documentary, most of them available in the UFSC Digital Repository. Results: The documental examination indicated that manual practices actively participate in the school culture and cause changes, from time to time. Handwork change its status from a school subject to a geometry teaching methodology, intended for the early school years, which we observe to this day. Conclusions: This research concluded that the understanding of the historical perspective contributes to reflection on the current educational problems, on the debate about how to mobilise tools for geometry teaching, questioning the feasibility or not of handwork acting as an appropriate methodology for the first explorations of geometric properties.
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