OBJETIVO: Comparar prevalência de anemia e valores de hemoglobina (Hb) em gestantes brasileiras, antes e após a fortificação das farinhas com ferro. MÉTODOS: Estudo de avaliação de painéis repetidos, desenvolvido em serviços públicos de saúde de municípios das cinco regiões brasileiras. Dados retrospectivos foram obtidos de 12.119 prontuários de gestantes distribuídas em dois grupos: antes da fortificação, com parto anterior a junho de 2004, e após a fortificação, com última menstruação após junho de 2005. Anemia foi definida como Hb < 11,0 g/dL. Valores de Hb/idade gestacional foram avaliados segundo dois referenciais da literatura. Foram utilizados teste qui-quadrado, t de Student e regressão logística, com nível de 5% de significância. RESULTADOS: Na amostra total, anemia caiu de 25% para 20% após fortificação (p < 0,001), com médias de Hb significativamente maiores no grupo "após" (p < 0,001). Observaram-se, entretanto, diferenças regionais importantes: reduções significativas nas regiões Nordeste (37% para 29%) e Norte (32% para 25%), onde as prevalências de anemia eram elevadas antes da fortificação, e reduções menores nas regiões Sudeste (18% para 15%) e Sul (7% para 6%), onde as prevalências eram baixas. Os níveis de Hb/idade gestacional de ambos os grupos se mostraram discretamente mais elevados nos primeiros meses, porém bem mais baixos após o terceiro ou quarto mês, dependendo da referência utilizada para comparação. Análise de regressão logística mostrou que grupo, região geográfica, situação conjugal, trimestre gestacional, estado nutricional inicial e gestação anterior associaram-se com anemia (p < 0,05). CONCLUSÕES: A prevalência de anemia diminuiu após a fortificação, porém continua elevada nas regiões Nordeste e Norte. Embora a fortificação possa ter tido papel nesse resultado favorável, há que se considerar a contribuição de outras políticas públicas implementadas no período estudado.
We aimed to analyze anemia distribution in pregnant women who were attending health services in two cities in the South and Mid-West Regions in Brazil. This is a retrospective cross-sectional study developed from 954 and 781 medical records data in Cuiabá-MT and Maringá-PR. We collected data of social and demographic features as well as pre-natal care. Women who presented hemoglobin lower then 11g/dL were considered having anemia. Social inequity between the two cities was evident. Pregnant women from Cuiabá-MT were significantly poorer then those from Maringá-PR. Anemia prevalence was higher and means of hemoglobin were lower in Cuiabá-MT, apart from gestational age. We found that the age, marital status, number of previous pregnancies, nutritional status and gestational trimester were associated with the level of hemoglobin. Regional differences in the occurrence of anemia are social determined and should be considered in the proposal of interventions in the public health field.
Avaliaram-se níveis de hemoglobina-Hb e prevalência de anemia em gestantes, antes e após a fortificação das farinhas. Estudo de avaliação do tipo antes e depois, com amostras populacionais independentes, realizado em unidades básicas de saúde de Maringá, PR. Foram avaliados 366 prontuários de gestantes Antes da fortificação obrigatória das farinhas, e 419 Após a fortificação. Gestantes com Hb < 11g/dL foram consideradas anêmicas. Realizou-se análise de regressão linear múltipla. Verificou-se baixa prevalência de anemia que afetava 12,3% e 9,4% das gestantes, Antes e Após a fortificação (p > 0,05), porém o Grupo Após a fortificação obrigatória apresentou média de Hb mais elevada (p < 0,05). Evidenciou-se associação entre Hb e Grupo, idade gestacional, gestação anterior, ocupação e situação conjugal (p < 0,05). Embora a fortificação de farinhas possa ter um papel no aumento da média de hemoglobina, é preciso considerar a contribuição de outras variáveis não investigadas.
Introdução: Estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que os transtornos depressivos em adolescentes aumentam em todo mundo, indicando que 10% a 20% vivenciam problemas de saúde mental. No Brasil, estudos mostram prevalência de 13,2%, sendo considerado, portanto, um problema de saúde pública. Objetivo: Rastrear a presença de sintomas depressivos e fatores de risco associados em adolescentes de um município de pequeno porte. Metodologia: Estudo transversal, descritivo e analítico com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados em uma amostra de 324 estudantes do município de Marialva/PR – Brasil, por meio de questionário sociodemográfico e instrumento de rastreio de episódios depressivos, o PHQ – 9 (Patiente Health Questionnaire – 9). A análise ocorreu por regressão linear, matriz de correlação e análise de redes. Resultados: 64,2% apresentaram sintomas moderado à grave, com maior prevalência em adolescentes do sexo feminino, sendo que 20,1% mostraram sintomas graves. Os fatores de risco associados foram: maior tempo de uso de celular; não frequentar parques; não praticar esportes; usar drogas lícitas; relatar diagnóstico para ansiedade e casos de depressão na família. Adolescentes que jogam no celular sozinho apresentaram 5,1 vezes mais chances de desenvolver sintomas depressivos, e os que usam drogas em grupo, 5,5 vezes mais chance. Conclusão: O estudo sugere que cidades pequenas que apresentam estruturas urbanas inadequadas e não acolhedoras podem acentuar o problema dos transtornos depressivos em adolescentes, o que indica a necessidade de políticas públicas que melhorem as perspectivas de futuro deste público.
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