RESUMOEste trabalho teve como objetivo extrair um óleo proveniente do resíduo agroindustrial do tomate e caracterizá-lo quanto aos rendimentos de extração por diferentes processos de acordo com seus índices de identidade e qualidade e quanto às suas propriedades bioativas. Foram utilizadas a casca e as sementes do tomate que, após serem secos e moídos, a farinha obtida passou por processos de extração do seu conteúdo lipídico com os seguintes métodos: Soxhlet (utilizando hexano e éter de petróleo), Bligh & Dyer (extração a frio) e extração por CO2 supercrítico (SC-CO2). Na extração com fluido supercrítico foram realizados quatro experimentos nas condições operacionais de 60°C-200 bar, 60°C-300 bar, 75°C-230 bar e 45°C-230 bar. Os índices de qualidade analisados neste óleo foram acidez e peróxido. A identificação do material lipídico extraído foi feita por índice de refração, índice de iodo calculado e pelo perfil em ácidos graxos analisado por cromatografia em fase gasosa (CG). A quantificação do teor de carotenoides totais, expresso em licopeno, foi feita por espectrofotometria em UV-visível e o perfil qualitativo foi traçado por cromatografia líquida de alta eficiência com detector de arranjo de diodos (CLAE-DAD). A comparação entre os métodos de extração constatou que o melhor processo para obtenção do óleo foi por Soxhlet com os solventes hexano e éter de petróleo, com os quais se obteve rendimentos em torno de 10,0%. Estes solventes também tiveram destaque no arraste do licopeno, sendo extraídos 461 g/g e 336 g/g de carotenoides totais expressos em licopeno com hexano e éter de petróleo, respectivamente. Quanto às extrações em SC-CO2, os melhores resultados em massa extraída foram as que ocorreram nas condições de 75 °C-230 bar e 45 ºC-230 bar. Quanto aos índices de qualidade e identidade, o óleo bruto apresentou índice de ácidos graxos livres de 8,6 % expresso em ácido oleico, índice de peróxidos de 16,04 meq/kg, índice de refração de 1,47 a 20°C e índice de iodo calculado de 114,5 a 124,6 gI2/100g. Em seu perfil de ácidos graxos, destaca-se a sua predominância em ácidos graxos insaturados, principalmente o linoleico. O óleo extraído apresentou grande quantidade do fitoquímico bioativo licopeno, que é um composto com reconhecidas propriedades antioxidantes, o que o caracteriza como uma opção promissora para utilização do resíduo agroindustrial do tomate.Palavras-chave: Solanum lycopersicum, aproveitamento de resíduos de vegetais, carotenoide.