Os relatórios internos e as diversas e distintas publicações do e sobre o MST produzidos nos últimos 20 anos desvelam processos que permitem perceber que outras preocupações foram constituídas em meio às lutas e disputas pela conquista da terra. Essas preocupações foram mudando, adquirindo outros contornos nas idas e vindas da produção de idéias, práticas e sujeitos de um Movimento em construção. Este estudo é um exercício crítico de reflexão sobre a natureza dessas produções nas relações cotidianas, nas tentativas de construir sujeitos militantes. Busca investigar como as mudanças foram sendo construídas e de que forma foram investidas sobre as relações de trabalho, sociais, políticas e, também, afetivas de mulheres e homens, bem como de homens e homens, e de mulheres e mulheres nas dobras do MST.
Copyright ã 2007 by Revista Estudos Feministas 1 Todas as entrevistas foram realizadas por Maria Ignez Paulilo. Para efeito deste trabalho, utilizaram-se as entrevistas e também o debate que se seguiu à palestra de D. Adélia Schmitz na UFSC em 5 de março de 2007. As transcrições foram feitas por Iraldo Matias, Lara Bauermann, Michele Bete Petry e Valdete Bonin. 2 Em 26 de setembro de 1996, Nova Itaberaba passou a ser município.
ResumoO artigo apresenta análises das relações estabelecidas entre a produção historiográfica e a produção de uma história de Santa Catarina para o uso escolar, no início do século XX. A cultura política republicana era construí-da e se legitimava como parte de um fenômeno que precisava formular respostas à sociedade sobre variados problemas 'herdados do Império' que impediam o progresso do Brasil. No caso dos catarinenses, era preciso enfrentar o desafio de uma educação cívi-co-patriótica num território em que o sistema escolar, precário, ainda lidava com o problema da língua, posto que em muitas escolas falava-se alemão ou italiano, por exemplo. Estas questões são problematizadas por meio da análise da produção sobre a história de Santa Catarina pelo Instituto Histórico Abstract This article analyzes the relations weaved between historiographic production and the production of a history of Santa Catarina for school use in the early 20th century. Republican political culture was constructed and legitimated as part of a phenomenon which needed to formulate answers for society regarding several 'Empire-inherited' issues holding back progress in Brazilian. In the case of Santa Catarina, one of the issues faced was the challenge of patriotic education in a territory where the precarious school system also had to deal with the issue of language, since in several schools the language spoken was German or Italian. These issues are analyzed through the production of the history of Santa Catarina history, consisting of the didactic material published at that time, such as teaching
Antes disso, ele ensinava história em escolas primárias e secundárias, o que certamente contribuiu para a formulação de grande parte de suas questões de pesquisa. O professor Lee coordenou vários projetos de investigação relacionados ao ensino e aprendizagem de História, o mais conhecido deles no Brasil é o Chata (Concepts of History and Teaching Approaches). Os resultados dessas pesquisas foram publicados em vários livros, capítulos e artigos. Muitos desses trabalhos são em coautoria com Rosalyn Ashby. Alguns de seus artigos foram traduzidos para o português e circulam entre os pesquisadores preocupados em compreender como as crianças aprendem história, no Brasil. As questões desta entrevista foram elaboradas com a intenção de que as reflexões de Peter Lee colaborem com o desenvolvimento das pesquisas relacionadas ao ensino de História no Brasil. Todos os contatos foram feitos por e-mail, ferramenta absolutamente útil e que rompeu, por alguns demorados instantes, entre julho e outubro de 2012, a distância entre Florianópolis e Londres. Tempo e Argumento: O projeto Chata (Concepts of History and Teaching Approaches) é citado com frequência no Brasil em razão da importância de se investigar as ideias que as crianças e jovens possuem. Você pode, por favor, falar um pouco mais sobre este projeto para os leitores brasileiros? Há algum outro projeto semelhante em curso no momento, na Inglaterra? Peter J. Lee: O projeto Chata só pode ser entendido como parte de uma tradição mais ampla de pensar a história e o entendimento das crianças sobre a história que se desenvolveu no Reino Unido por volta de 1960. (Mais precisamente, devo dizer na Inglaterra, porque a Escócia e a Irlanda do Norte têm seus próprios sistemas educacionais, e o País de Gales sempre teve sua perspectiva própria). W.H. Burston no Instituto de Educação da University of London acredita que o ensino de História deve ser informado -se pretende ser um ensino genuíno de história -pela análise da história fornecida pelos filósofos da história. Ele se baseou no estudo de W.H. Walsh, em particular, e foi até certo ponto influenciado por seu amigo Michael Oakeshott. Ele também reconheceu que o ensino de História não iria nunca prosperar se não levasse a sério o aprendizado e o desenvolvimento cognitivo, e aqui sua relação próxima com Edwin Peel da 1 Ele se aposentou recentemente, conforme indica no final dessa entrevista.
Narrativas digitais sobre os exames de admissão ao ginásio: egodocumentos e cultura escrita na história do tempo presente 1 Resumo A proposta deste artigo é discutir narrativas digitais escritas em primeira pessoa, tomadas em seu sentido mais amplo de egodocumentos. Foram analisados 12 blogs e 4 sites pessoais que trazem histórias escritas sobre os exames de admissão ao ginásio (que vigoraram no Brasil entre 1931 e 1971), bem como os comentários relativos a cada postagem. A análise das narrativas foi desenvolvida a partir de três eixos irredutivelmente articulados: o primeiro deles é metodológico e requer problematizar as possibilidades e limites de se explorar blogs e sites como fontes históricas adequadas para se compreender os fenômenos contemporâneos da memória, da narrativa e das temporalidades. O segundo eixo implica analisar as narrativas postadas nos blogs e sites como fenômenos que contribuem para dotar de inteligibilidade a história da cultura escrita no tempo presente. O terceiro eixo de análise impõe uma reflexão sobre os sentidos do passado e da memória nas escritas de si. As questões aqui levantadas lidam com os desafios sobre a significação e interpretação do tempo pelos sujeitos do presente. Se se considera que narrar a própria vida é uma necessidade transcultural relativa à significação da existência, é irrenunciável pensar nas mudanças operadas na experiência humana e sua relação com a historicidade depois que a hiperconectividade, possibilitada pela web 2.0, alterou significativamente os fluxos do tempo e do espaço.Palavras-chave: Cultura escrita; Narrativas digitais; Exames de admissão ao ginásio. Cristiani Bereta da Silva AbstractThe proposal of this article is to discuss digital narratives written in first person, in the broadest sense of ego-documents. Twelve blogs and 4 personal websites were analyzed as to stories written about brazilian middle school entrance exams (in effect between 1931 and 1971), as well as comments made on each post. The analysis of narratives was developed from 3 articulated axes: firstly, a methodological problematization of the possibility and limits in exploring blogs and sites as historical sources adequate to understand contemporary phenomena of memory, narratives, and temporalities. The second axis implies the analysis of narratives posted on blogs and sites as phenomena that contribute into adding intelligibility to the history of written culture in present times. The third axis of analysis imposes a reflection on the sense of past and of memory in the writing itself. Issues raised here deal with challenges on the interpretation and signification of time by present-time subjects. If considering that narrating one's own life is a transcultural need related to giving meaning to one's own existence, to consider changes in human experience and its relation to historicity is unremitting, particularly after the hyperconnectivity enabled by Web 2.0 has significantly altered the flow of space and time.
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