Este artigo discute a articulação entre pobreza urbana e desigualdade social com base em estudos etnográficos realizados na cidade de São Paulo. Partimos da constatação de que estão em curso melhorias materiais entre a população considerada pobre, mas isso não afeta a reprodução das distâncias sociais. Por meio da comparação de três pesquisas etnográficas, propomos sistematizar e discutir alguns mecanismos sociais comuns que geram essa oscilação entre atenuação da pobreza e reprodução da desigualdade. Palavras-chave: pobreza urbana; desigualdade social; violência simbólica; vínculos sociais. summaRy This article discusses the connection between urban poverty and social inequality, based on ethnographical studies in the city of São Paulo. We start from the statement that there are actual improvements in the material conditions among the population considered poor, but the reproduction of social distances stay untouched. Based on a comparison of three different cases, we try to discuss a few social mechanisms that are in the origins of this variation between relief of poverty and reproduction of inequalities.Keywords [2] Agradecemos os cuidadosos comentários e sugestões a este texto feitos por Fernando Pinheiro, Fernando Limongi e as discussões do nosso grupo de estudos sobre desigualdade e sociabilidade, que conta ainda com Isabel Georges, Edlaine Gomes, Gabriel Feltran e Felipe Hévia.IntRodução 2 Este artigo discute a articulação entre pobreza urbana e desigualdade social com base em estudos etnográficos realizados na cidade de São Paulo. A literatura, sobretudo a sociológica e a econômica, já demonstrou que estes dois processos não caminham necessariamente no mesmo sentido, uma vez que pode ocorrer a diminuição da pobreza e o aumento da desigualdade ou o aumento daquela e a diminuição desta, entre outras possibilidades. Para as pretensões deste texto, partimos da constatação de que estão em curso melhorias materiais entre a população considerada pobre, mas também está em curso a reprodução de distâncias sociais, algo que pode ser estendido para outros centros urbanos brasileiros. Por meio da comparação de três pesquisas etnográficas, propomos sisetnografia comparada de pobrezas urbanas 1
O artigo situa o campus dos Malês no “Atlântico negro”, problematizando dimensões do processo de interiorização e internacionalização da Unilab no Recôncavo Baiano por meio de fragmentos da experiência quilombola e africana no território, e considerando a presença do petróleo nas práticas universitárias. A proposta é discutir como as ideias de alteridade e racismo podem intersectar questões econômicas, políticas e ambientais atreladas à cadeia de exploração do “ouro negro”. Após definir problemas e contextualizar o campus dos Malês no Recôncavo, o artigo examina conexões quilombolas com a universidade para então discutir as conflitualidades vividas pelos estudantes africanos na cidade de São Francisco do Conde. Metodologicamente, o trabalho está amparado na análise e descrição de experiências educativas e nas pesquisas desenvolvidas pelos próprios estudantes. O texto levanta processos que confluem e se cruzam no campus dos Malês, ele mesmo um microcosmo no qual se entrelaçam diversos fios e pontos da diáspora afro-atlântica, projetada a partir de diferentes lugares e histórias de engajamento, luta e encontro.
Este artigo propõe uma análise ritual dos “500 anos” de Timor-Leste a partir de imagens e de narrativas oficiais veiculadas em função da efeméride. O objetivo é lançar um olhar antropológico para essa produção, tratando-a como faces de um único evento ritual aqui tomado como posto de observação privilegiado para interrogar tanto o processo de formação do Estado-nação em Timor- Leste quanto o pós-colonialismo em português. Argumenta-se que os significados mobilizados nessas comemorações, inspiradas em modelos rituais de tradição colonial, só podem ser adequadamente compreendidos a partir da análise e da articulação de diferentes camadas de tempos históricos. Ao final, propõe-se uma leitura em contraponto das celebrações dos “500 anos” de Timor-Leste e do Brasil, de modo a localizá-las no interior do “espaço lusófono”, noção que só pode ser abordada de modo crítico.
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