A pesquisa apresentada neste artigo realizou um balanço quantitativo da taxa de mortalidade materna no Brasil ao longo das últimas duas décadas (2000-2019), sob o recorte de cor/raça com o objetivo de enfatizar a importância da divulgação de informações como demarcadores de mensuração de desigualdades raciais na mortalidade materna de mulheres negras no período gestacional, durante o parto e puerpério. A metodologia compreende a desagregação por cor/raça de dados do Sistema Único de Saúde (MS/DataSUS) derivados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), a fi de coletar dados referentes a óbitos maternos, e do Sistema de Nascidos Vivos (Sinasc) para os dados relacionados aos nascimentos informados em território nacional. Os resultados obtidos apontam uma tendência de índices de mortalidade materna entre mulheres de cor/raça preta substancialmente maiores do que os que se referem às de cor/raça branca, revelando a falta de informações e políticas que minimizem a condição de vulnerabilidade de alguns grupos étnico-raciais no sistema de atenção à saúde materna.
Este foto-ensaio é fundamentado no projecto de investigação-acção chamado "Olhares emA partir das fotografias captadas, foram estimulados debates entre os participantes. Os dados colectados, tanto das imagens fotográficas quanto dos debates, estão a ser ainda analisados e cruzados em estratégias de análise quantitativa e qualitativa entre texto e imagem.
Este artigo intenciona promover uma reflexão teórica em torno da aplicabilidade e usos da fotografia participativa abordada pelo método Photovoice, contextualizando a importância da imagem fotográfica enquanto ferramenta metodológica em pesquisas sociais e colaborativas. Por fim, levantaremos um debate acerca dos benefícios e potenciais da metodologia Photovoice, assim como alguns dilemas, desafios e limitações da fotografia participativa como ferramenta de pesquisa-ação.
O artigo investiga elementos simbólicos de ancestralidade e os ritos do Candomblé no videoclipe Banho de Folhas (2017) da cantora negra baiana Luedji Luna. Promove uma análise estética em torno das narrativas visuais e estratégias de contestação das representações das orixás femininas – ialodê – no videoclipe Banho de Folhas (2017). Recorre aos conceitos de imagens de controle e transcodificações de imagens racializadas, enquanto método, para refletir a presença simbólica de entidades afro-religiosas femininas na produção musical e audiovisual brasileira. Indica que, neste trabalho, Luedji Luna busca um reposicionamento interseccional interpelado pelos marcadores de raça, gênero e classe atravessado pela inscrição por um sistema de significação ancestral em que o corpo memória se configura como um receptáculo de busca e aproximação espiritual.
: Este artigo analisa como contra estratégias de contestação representacional feita por artistas visuais contemporâneos negros podem vir a subverter os estereótipos raciais negativos criados e consolidados nas artes visuais. Desenhos, pinturas e fotografias raciais continuam a compor os imaginários e materiais didáticos, currículos escolares no ensino em artes e história aplicados em todo o país. O processo de ressignificação dos imaginários visuais racializados das imagens coloniais de controle amplificam complexidades da cultura afro-brasileira e redefinem narrativas imagéticas até hoje reiteradas. Este trabalho visa identificar como os modos de transcodificação e resistência em produções visuais contemporâneas reinscrevem significações reducionistas a partir de estratégias estéticas decoloniais negras nas artes enquanto práxis transformadora e de questionamentos raciais.
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