Uma das características mais flagrantes do desemprego é a irregularidade da sua incidência, tanto socialmente quanto espacialmente. Nos últimos anos, pesquisadores e formuladores de política têm demonstrado um crescente interesse no estudo e na interpretação de processos socioeconômicos no nível regional. Neste contexto, estudos a respeito das chances de participação no mercado de trabalho em nível regional ganham uma relevância adicional. Assim, este estudo tem por objetivo analisar como as características individuais e do município no qual os indivíduos estão inseridos influenciam a probabilidade de estarem empregados. Para tanto, é utilizado um modelo logit multinível, com dois níveis hierárquicos, um individual e um municipal. Adicionalmente a esta abordagem, aplica-se um modelo hierárquico-espacial, de modo a se contemplar o problema da autocorrelação espacial. Os principais resultados indicam que, no Brasil, têm maior probabilidade de estarem empregados os homens, brancos ou amarelos, com ensino superior completo e que possuem cônjuge/companheira. Além disso, nota-se uma forte relação entre os indicadores municipais de renda e saúde – bem como essas variáveis defasadas espacialmente – e as chances de participação no mercado de trabalho.
ResumoO artigo investiga se há relação entre mobilidade pendular e migrações na Região Metropolitana do Recife (RMR). Nesse intuito, foram usados dados do Censo Demográfico de 2010 e estimado um modelo econométrico baseado em cópulas e que incorpora autosseleção de trabalhadores entre migrantes e não migrantes. Os resultados sugerem uma relação complementar entre as escolhas de cidade de residência e de cidade de trabalho no meio intrametropolitano; fato que reforça a hipótese de influência direta do processo de descentralização urbana sobre os movimentos pendulares. As estimativas mostraram que um trabalhador com histórico recente de migração na RMR tem, em média, 47,6 p.p. a mais de probabilidade de efetuar a mobilidade pendular quando comparado a um não migrante. Esse efeito tende a ser subestimado quando se ignora a autosseleção dos migrantes em habilidades inatas. Palavras-ChaveMobilidade pendular. Região Metropolitana do Recife. Seletividade das migrações. AbstractThe aim of this paper is to investigate the relationship between commuting and labor migration in the Recife Metropolitan Area (RMR), Brazil. We use data from Demographic Census of 2010 to estimate a copula-based model of intrametropolitan commuting which takes accounting self-selection of migration. Our finds suggest that changing in residence and work places are complements in the metropolitan area. This evidence reinforces the role of the urban decentralization process in the commuting. In addition, the results showed that a migrant worker has on average 47.7 points more in probability of working in another city than a worker who have never moved from its city of birth. We also observe a downward bias in the estimates when we ignore the self-selection in migration. KeywordsCommuting. Recife's Metropolitan Region. Self-selection in migration flows. JEL ClassificationR23. J24. C31.
Resumo As recentes mudanças nas políticas públicas voltadas à cultura brasileira, como a perda do status de ministério e as alterações na Lei de Incentivo à Cultura, vêm suscitando uma série de questionamentos quanto a importância do setor para a economia. Neste contexto, este artigo analisa como uma redução no consumo de bens e serviços do setor cultural impacta na produção, no rendimento e no emprego do próprio setor e das demais atividades econômicas. Para tal, emprega-se como metodologia o modelo de insumo-produto, para dados de 2015. Os resultados demonstram que os efeitos do choque proposto são percebidos em diversos setores da economia, em especial para aqueles fornecedores diretos de insumos para o setor cultural. Adicionalmente, há uma importante redução nos postos de trabalho e no rendimento das famílias, não contida apenas no setor cultural, mas propagada para toda a economia.
Resumo O artigo explora diferentes dimensões da oferta de trabalho familiar no Brasil em sua relação com as mudanças dos arranjos familiares. Especificamente, a dinâmica da polarização da oferta de trabalho familiar entre 1993 e 2015 no Brasil urbano é investigada utilizando os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). São estimados os fatores de risco associados à maior probabilidade individual de viver em uma família sem trabalho a partir de regressões logísticas multinomiais, para as chances de estar numa família em que: nenhum adulto trabalha, ou todos os adultos trabalham, ou somente uma fração dos adultos trabalha. Os resultados apontam que a composição das famílias é determinante na complexidade dos agregados familiares sem trabalho, estando as razões de dependência infantil e de idosos das famílias diretamente relacionadas com riscos crescentes de estar numa família sem trabalho ao longo dos anos, sobretudo para as mulheres.
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