Uma das características mais flagrantes do desemprego é a irregularidade da sua incidência, tanto socialmente quanto espacialmente. Nos últimos anos, pesquisadores e formuladores de política têm demonstrado um crescente interesse no estudo e na interpretação de processos socioeconômicos no nível regional. Neste contexto, estudos a respeito das chances de participação no mercado de trabalho em nível regional ganham uma relevância adicional. Assim, este estudo tem por objetivo analisar como as características individuais e do município no qual os indivíduos estão inseridos influenciam a probabilidade de estarem empregados. Para tanto, é utilizado um modelo logit multinível, com dois níveis hierárquicos, um individual e um municipal. Adicionalmente a esta abordagem, aplica-se um modelo hierárquico-espacial, de modo a se contemplar o problema da autocorrelação espacial. Os principais resultados indicam que, no Brasil, têm maior probabilidade de estarem empregados os homens, brancos ou amarelos, com ensino superior completo e que possuem cônjuge/companheira. Além disso, nota-se uma forte relação entre os indicadores municipais de renda e saúde – bem como essas variáveis defasadas espacialmente – e as chances de participação no mercado de trabalho.
Resumo As recentes mudanças nas políticas públicas voltadas à cultura brasileira, como a perda do status de ministério e as alterações na Lei de Incentivo à Cultura, vêm suscitando uma série de questionamentos quanto a importância do setor para a economia. Neste contexto, este artigo analisa como uma redução no consumo de bens e serviços do setor cultural impacta na produção, no rendimento e no emprego do próprio setor e das demais atividades econômicas. Para tal, emprega-se como metodologia o modelo de insumo-produto, para dados de 2015. Os resultados demonstram que os efeitos do choque proposto são percebidos em diversos setores da economia, em especial para aqueles fornecedores diretos de insumos para o setor cultural. Adicionalmente, há uma importante redução nos postos de trabalho e no rendimento das famílias, não contida apenas no setor cultural, mas propagada para toda a economia.
As decisões de onde viver e trabalhar envolvem dilemas entre oportunidades, salários, tempo de deslocamento e custo de vida. O objetivo do artigo é analisar quais os fatores municipais associados com as maiores taxas de deslocamento pendular, nos municípios brasileiros em 2010, compreendendo esses movimentos como possivelmente autocorrelacionados espacialmente. Para tanto, utilizaram-se técnicasde econometria espacial. Dentre os principais achados está a necessidade da ponderação da autocorrelação espacial na análise dos determinantes da mobilidade pendular. Ademais, os resultados indicam que variáveis de mercado de trabalho e de aglomeração urbana estão diretamente associadas aos maiores fluxos de entrada de pendulares. Por outro lado, as características de infraestrutura urbana não parecem explicar a pendularidade pelas mesmas vias que explica a atratividade migratória.
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