O objetivo deste estudo foi verificar as mudanças vocais e laríngeas ocasionadas pelo som basal em cinco indivíduos adultos do sexo feminino sem alterações vocais e laríngeas. Para isso, realizou-se gravação digital da emissão da vogal /a/ e do exame videolaringoestroboscópico. Em seguida, os sujeitos realizaram o som basal durante três séries de 15 repetições, com intervalo de 30 segundos entre cada série, e realizaram-se novamente o exame laríngeo e a gravação da vogal /a/ sustentada. Os dados laríngeos e vocais pré e pós-realização da técnica foram submetidos às análises acústica, perceptivo-auditiva e videolaringoestroboscópica. A análise acústica foi gerada pelo programa Multi Speech. Constatou-se, após o som basal: aumento da vibração da mucosa das pregas vocais; alteração ou manutenção do tipo de voz e do pitch; diminuição ou manutenção das medidas relacionadas ao jitter e shimmer e do índice que sugere ruído glótico; diminuição do índice de fonação suave; manutenção ou alteração da qualidade vocal e do foco ressonantal, com predomínio laringofaríngeo; diminuição da frequência fundamental; e aumento da variação da frequência e da amplitude. Concluiu-se que, nesta sequência de casos, o som basal promoveu efeito positivo sobre a vibração da mucosa das pregas vocais e sobre o ruído da voz, e efeito negativo sobre a ressonância e a estabilidade da voz.
TEMA: som basal em fendas glóticas. PROCEDIMENTOS: participaram desta pesquisa dois sujeitos do sexo feminino, com idades entre 20 e 40 anos e diagnóstico otorrinolaringológico de fenda em ampulheta. Houve gravação da emissão sustentada da vogal /a/ e exame videolaringoestroboscópico, imediatamente a seguir, os sujeitos realizaram o som basal em três séries de 15 repetições, e foram submetidos a novo exame laríngeo e gravação da vogal. Os dados pré e pós-realização do som basal foram submetidos às analises acústica, perceptivo-auditiva e videolaringoestroboscópica, realizadas por juízes (três fonoaudiólogas e três otorrinolaringologistas, respectivamente). RESULTADOS: em ambos os sujeitos, houve melhora no fechamento glótico e amplitude de vibração da mucosa das pregas vocais; piora no tipo de voz; aumento das medidas de ruído e de Jitter. CONCLUSÃO: o som basal promoveu redução das fendas glóticas e aumento da amplitude de vibração da mucosa das pregas vocais; piora do tipo de voz, que ficou mais ruidoso; aumento das medidas de ruído e de Jitter, sugerindo irregularidade vibratória, provavelmente devido ao efeito do ajuste do som basal ao mobilizar intensamente a mucosa.
BSTRACTThe work of speech-language pathologists uses exercises such as the vocal fry (VF), which originates from the great contractile activity of the intrinsic laryngeal thyroarytenoid muscle (TA). The aim of this study was to review the literature related to TA and VF.A literature review of the last 20 years on the subject was performed in the databases LILACS, SciELO, PubMed, Web of Science and Google Scholar. It was found that the internal beam of the TA has slow twitch fibers, isotonic, resistant to fatigue; the external beam provides fast twitch, fatigable and isometric fibers. The VF is characterized by the perception of the vibration of the glottal pulses during the emission of the lowest frequencies in the vocal range (crackling in bass or vocal fry), mainly by the action of the TA, especially its inner portion, which shows evident shortening, dropping the mucosa in great volume along the free edge, increasing subglottic pressure and jitter, shimmer and noise levels, and reducing the airflow. Based on the literature, the isometric exercise with the external TA happens with VF sustained in the lowest possible frequency to the subject (maximum contraction), for six seconds, five to ten times daily, consistent with its predominance of fast twitch fibers. In the isotonic exercise with the internal TA, high sounds must be to stretch the muscle, alternating emissions by VF (concentric contraction) and in modal register and falsetto head (high-pitched sounds) (eccentric contraction) with several daily series of eight to 12 repetitions, consistent with the predominance of slow twitch fibers.
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