Este texto apresenta algumas hipóteses e idéias sobre o comércio de abastecimento da cidade de São Paulo, entre os anos 1765-1822, através de dados quantitativos e qualitativos levantados em dois conjuntos documentais produzidos pelo Senado da Câmara: Atas e Papéis Avulsos. Este comércio é entendido como um dos circuitos do organismo colonial, conforme proposto por José Roberto do Amaral Lapa. Neste sentido, vem sendo constatado seu funcionamento autônomo, de acordo com os fluxos do mercado interno, as ações dos negociantes-arrematadores de contratos e as reações do Senado da Câmara de São Paulo para enfrentar seus contextos de crise e a radicalização de relações de poder em torno deste circuito mercantil, como fator desencadeador de disputas e hostilidades entre interesses políticos locais, negociantes-arrematadores e autoridades régias.
Propostas educativas ocuparam cafeicultores e autoridades municipais, provinciais e policiais na segunda metade do século XIX. Com a crise nas relações escravistas, insistiam na necessidade de se educar as camadas sociais pobres e livres, os ingênuos, os forros e libertos para o trabalho, mas aquele se firmava sob as exigências da economia cafeeira. A preocupação maior se deu com as crianças, com os pobres e escravos, propondo-se a criação de escolas agrícolas para educá-las no trabalho disciplinado nas grandes propriedades. As tensões, os limites e as conseqüências desse movimento para as relações sociais e humanas são discutidos neste texto.
Este artigo apresenta conclusões de uma pesquisa sobre a produção da aguardente em engenhos e sítios de uma freguesia da cidade de São Paulo, dentro do panorama mais amplo do comércio desse produto no Império português entre 1765 e 1822. Para tanto foram utilizados os Maços de População da Capital, especialmente do ano de 1802, e os mapas de importação e exportação da vila de Santos produzidos por sua alfândega para a Real Junta de Comércio, no Rio de Janeiro.
Este artigo trata da forma como lavradores de roças de alimentos se integraram ao mercado de trabalho da lavoura de exportação do café, no municipio de Campinas, São Paulo, entre 1850-1888. O cruzamento de pesquisas sociológicas e estudos produzido por folcloristas sobre o universo sócio-cultural deste grupo social com a investigação em discursos pronunciados na Assembléia Legislativa de São Paulo, anuncios de trabalho publicados no jornal Gazeta de Campinas e em autos-cíveis do Tribunal de Justçia da mesma cidade indicaram um tenso ajustamento entre setores com sistemáticas diferentes de trabalho. A alta demanda de mão-de-obra das fazendas cafeeiras obrigou fazendeiros a negociarem acordos de trabalho com os lavradores, ajustados ao ciclo agrícola tradicional de suas roças, o que gerou urna relação de prestação de serviços irregular, aceita, mas frustrante para as expectativas do setor agro-exportador.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.