Este artigo discute como as ideias defendidas pelo Movimento da Matemática Moderna (MMM) nas décadas de 1960 e 1970, no estado de São Paulo, Brasil. A periodicidade do texto relaciona-se à um período de expansão e criação dos sistemas de ensino no Brasil, com transformações na estrutura, no funcionamento, nos programas e no currículo de Matemática, de acordo com as normativas impostas pelas Leis de Diretrizes e Bases 4.024/61 e 5.692/71. Na articulação das questões, fez-se uso da abordagem da História Cultural e apoiada nos conceitos de representação, apropriação e estratégias, colocadas por Chartier (1991) e Certeau (1982). Verificou-se que as propostas do MMM foram consideradas as mais adequadas, em grande medida devido à necessidade de democratização do ensino, pela possibilidade de ser utilizada como estratégia para implementar a reformulação curricular e de divulgar novas diretivas para o ensino de Matemática, oferecendo instrumentos para o acesso a uma nova sociedade tecnológica e mais científica.
O artigo investiga se o professor Afro do Amaral Fontoura pode ser considerado um expert da matemática escolar em tempos de Escola Nova, bem como os saberes por ele sistematizados no Programa do ensino primário do estado da Guanabara, publicado em 1962. O referencial teórico metodológico utiliza os seguintes conceitos: saberes profissionais, matemática para ensinar, matemática a ensinar e expert. O estudo é norteado pelas questões a seguir: que vestígios nos possibilitam afirmar que Afro do Amaral Fontoura foi um expert para o curso de formação de professores no ensino da matemática, no período de 1950 a 1970, nas séries iniciais, ao propor ideias escolanovistas? Que saberes foram sistematizados e objetivados por Fontoura por meio do Programa de Aritmética do Estado da Guanabara (1961)? Buscando responder a essas indagações, com base em fontes encontradas no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, verificamos que Fontoura se enquadra na categoria de expert da educação no Estado da Guanabara, de modo que possibilitou a sistematização de saberes aritméticos abordados por meio de situações da vida prática.
O presente artigo discute os aspectos que poderiam considerar a professora Diva Noronha como uma expert da matemática escolar nas séries iniciais, no período de 1975 e 1987. Procuramos identificar quais foram os saberes sistematizados por ela em tempos do Movimento da Matemática Moderna (MMM), utilizando, como aporte teórico-metodológico, os conceitos de: expert, saberes a ensinar e saberes para ensinar. Assim, a partir das fontes de pesquisa encontradas sobre Diva Noronha, pudemos enquadrá-la na categoria de expert de ensino e, ainda, pela análise do documento Reformulação de Currículos da Primeira e Segunda Séries, constatamos que ela inseriu abordagens baseadas no MMM para ensinar lógica no ensino primário do Estado do Rio de Janeiro.
Este artigo apresenta o recorte de um estudo sobre os vestígios da ‘matemática a’ e ‘para ensinar’ em um contexto específico dos ginásios vocacionais de São Paulo. Buscaram-se indícios para identificar e caracterizar os saberes profissionais nas novas propostas para o ensino produzido por docentes nos cursos realizados na década de 1960, influenciados pelo Movimento da Matemática Moderna. O estudo norteou-se pela questão: De que maneira foram constituídos os saberes para ensinar matemática pelos professores dos ginásios vocacionais de São Paulo na década de 1960? A fundamentação teórica se apoia em estudos da história da educação e história cultural. As fontes primárias utilizadas pertencem ao acervo do Centro de Documentação e Informação Científica da PUC SP. Foi escolhido o tema ‘Números Racionais’, para o qual se concluiu que os saberes para ensinar matemática nos ginásios vocacionais foram construídos e articulados com a prática docente, sistematizados e objetivados para a cultura escolar.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.