Este artigo discute as implicações do conceito de infância contido na Didática de Comenius. Ele não partilha de uma perspectiva histórica, mas de uma inspiração genealógica fundamentada na filosofia de Friedrich Nietzsche. Dessa forma, acompanha os princípios didáticos do pastor Morávio, com o intuito de analisar o peso valorativo que tal proposta exerceu sobre os infantis. Verifica, assim, o caráter místico-teológico desse conceito, bem como sua universalização a partir da padronização dos métodos de ensino. Procura enfatizar, ainda, o uso de imagens no processo de interiorização de uma consciência eternamente dependente e inacabada, como a do sujeito na modernidade. Por fim, constitui-se em uma tentativa de desvelar o caráter simbólico dos princípios educativos de uma obra ímpar no cenário da História da Educação e, sobretudo, da infância.
Há mais de três décadas, somos testemunhas da contaminação da perspectiva da Filosofia da Diferença, encabeçada por Deleuze & Guattari, assim como a dos pensadores reconhecidos como os malditos nas pesquisas do campo da psicanálise, da antropologia, dos estudos de gênero, da educação e do campo curricular. Nesse sentido, o movimento desta escrita acontece frente à necessidade de se registrar essa memória formativa, assim como suas rizomáticas linhas de conexão, pois entende-se que ainda se estabelecem no cosmos em um estado espectral. Ao fazer esse movimento, optamos pela metodologia do arquivo, tal qual estabelecida por Derrida (2001), no sentido de problematizar as múltiplas possibilidades de se conhecer tais encontros.
A filosofia da diferença vem propiciando discussões que têm contribuído no campo das teorizações do ensino e do currículo. Dessa maneira identificamos a necessidade da realização desta pesquisa no sentido de se ter uma visão geral do que vem sendo produzido, discutido e tensionado sobre a perspectiva desse pensamento no que diz respeito ao currículo no ensino de ciências. O caminho metodológico estabeleceu-se a partir da Cartografia, analisando os trabalhos já produzidos. Escolhemos o Banco Digital do Google Acadêmico (Google Scholar), tendo como descritores: Filosofia da Diferença, Currículo; Ensino de Ciências; Deleuze e Guattari, entre os anos de 2009 a 2020. Foram encontrados (74/14) trabalhos. Identificamos com preocupação o reduzido número de trabalhos que abordam esse tema.
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Este texto apresenta uma série de argumentos sobre as relações entre currículo e ética. Procura, sobretudo, diagnosticar a natureza das forças que definem o caráter do ethos curricular. Para isso, além de situar exemplos da realidade do currículo nacional, investiga a composição das formas de agir disseminadas nas legislações oficiais dos sistemas de ensino. Partilha, como ferramenta de estudos, da filosofia nietzschiana, principalmente o recorte que assinala o período maduro da sua obra, a partir de 1881. O texto utiliza, também, o procedimento metodológico conhecido por perspectivismo. Conclui pela necessidade de pensar o diverso, animar a alegria, transgredir a norma a fim de executar o instante radical.
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