Existe unha concienciación pública e política no sentido dunha promoción precoz de prácticas de lectura, pola exposición á linguaxe oral, á linguaxe escrita e aos libros (Strickland & Morrow, 1989). A investigación demostrou que a aprendizaxe da lectura e a motivación para ler comezan antes da entrada na escola. Para o seu desenvolvemento é crucial a sensibilización de pais e educadores no que se refire á promoción de actividades ao redor do libro (Pressley, 1999; Whitehurst & Lonigan, 2001; Gillen & Hall, 2003). Entre as estratexias de promoción da lectura e da construción de competencias lecto-literarias, sinálase o contacto precoz, asiduo e próximo cos libros, posibilitando o manexo libre, intuitivo e lúdico e asociándoo a intres de pracer e afectividade. Entre a vasta oferta de libros infantís no mercado editorial portugués, encóntranse dispoñibles libros- alfabeto que parecen cumprir cos obxectivos enunciados. Partindo dun corpus exemplificativo, propoñémonos dar conta dalgunhas das máis relevantes singularidades textuais e visual/gráficas de títulos que integran a categoría en pauta, intentando avanzar con achegas para a súa caracterización/definición.
O presente texto centra-se num conjunto de obras – no total, três, todas vindas a lume antes de 1974 (ano da instauração do regime democrático em Portugal) – que constituem recriações/versões do conto clássico Cinderela ou A Gata Borralheira e tem por objetivo contribuir para a ampliação da História da Literatura Infantil e Juvenil Portuguesa, e de um modo mais particular, da História do livro-objeto inscrito na Literatura para a infância em Portugal, um campo investigativo ostensivamente lacunar. Inscritas num período que, cremos, seminal da História do livro-brinquedo no contexto nacional, estas reinvenções do referido conto da tradição oral, amplamente difundido em traduções, adaptações e revisitações diversas até à contemporaneidade, tendem a aproximar os pequenos leitores do livro pelo fomento de laços afetivos com este objeto, seguindo de perto uma das tendências atualmente crescente da produção literária. A definição deste conjunto teve em consideração a diversidade verbo-icónica e plástica, bem como de estratégias gráficas/visuais (por exemplo, ao nível do próprio material de composição/produção do livro).
O livro para a infância tem surpreendido os seus leitores e desafiado a própria investigação dedicada à educação literária e, até, à didática e à pedagogia, em geral, pela aposta num layout inusitado e pelos efeitos lúdicos, estéticos e pedagógicos que tal suscita. Este estudo tem por objetivo refletir sobre as propriedades do livro com marcadores, subtipologia constante do universo de livros-objeto, no sentido de concluir e sistematizar algumas das suas singularidades verbo-icónicas e gráficas. Pretende-se, ainda, equacionar o seu papel potencialmente educativo e enunciar algumas das suas possíveis funções pedagógicas com pré-leitores e leitores iniciais.
A dimensão morfológica, anatômica e material aufere, hoje, um especial relevo ao livro de recepção infantil, contrariamente à tradicional deferência atribuída à componente verbal, substantivada em objetos, não raras vezes, lúdicos, híbridos, originais que desafiam quaisquer tentativas de definição e categorização por parte da investigação. Tendo como referência central o volume Agradar e tocar: ensaio sobre a sociedade da sedução, de Gilles Lipovetsky, dedicado à destrinça dos pilares da sociedade hipermoderna, este estudo centra-se, particularmente, no conto O Polegarzinho ou As Botas de Sete Léguas, universalmente difundido desde 1697, por Charles Perrault, texto aqui revisitado em quatro livros-objeto dirigidos à infância, designadamente As Botas das Sete Léguas, de Vojtěch Kubašta; Polegarzinho e as Botas das Sete Léguas, ilustrado por Truus Vinger, ambos editados pela Electroliber; O Pequeno Polegar, da Booksmile, e O Muito Grande Pequeno Polegar, ilustrado por Clémentine Sourdais, traduzido pela Edicare. Pretende-se, deste modo, refletir sobre as principais singularidades destas obras ou destas reconfigurações verbo-icônicas e gráficas, baseadas sobretudo na exploração da materialidade do objeto-livro, por via da qual se revisita ao nível estético, sensorial ou, mesmo, lúdico uma narrativa centrada na temática da morte e do abandono infantil.
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