O presente artigo analisa os desafios securitários que se colocam para a Nova Rota da Seda. A iniciativa de Beijing representa a etapa regional do projeto chinês de globalização e, com efeito, tensiona com a primazia global estadunidense. Assim, sugerimos que a estratégia dos Estados Unidos é a formação de um arco de contenção do eixo sino-russo, o núcleo dos processos de integração da Eurásia. Ademais, este desafio securitário ser apresentam também como uma contradição crucial para compreender os desdobramentos da transição sistêmica em curso.
O objetivo do presente artigo é analisar o lugar da África na construção da Nova Rota da Seda Marítima. Este é justamente um dos vetores do ambicioso projeto chinês de integração da Ásia, Europa e África, lançada em 2013 sob título de Iniciativa OBOR (One Belt, One Road). Na medida que os desafios da reconstrução nacional são superados, a China torna-se mais assertiva e dá forma à sua estratégia de inserção mundial. Nesse sentido, a Nova Rota da Seda agrega os objetivos centrais da diplomacia da China para o século XXI, reservando à África a condição de trampolim para que o projeto se torne global.
Para além da já reconhecida relevância da Nova Rota da Seda, ou Iniciativa do Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative - BRI), para a estratégia de inserção internacional da China, sua plena implementação também dialoga incisivamente com a continuidade do processo de unificação e reorganização nacional do país. Analisando as questões pertinentes à região de Xinjiang, o presente artigo sustenta a noção de que a Nova Rota da Seda interage diretamente com o imperativo e os esforços securitários nacionais de estabilização das fronteiras e de diluição das ameaças separatistas, ao promover a continentalização do desenvolvimento chinês. Além do mais, é possível argumentar que essa região representa um enlace territorial do processo de integração eurasiática liderado pela China. O artigo se divide em três partes: primeiro, apresentamos os principais vetores da ascensão e implementação da Nova Rota da Seda; em seguida, abordamos o histórico das tensões entre o processo de reconstrução nacional chinesa e os movimentos separatistas de Xinjiang; por fim, analisamos como a Nova Rota da Seda interage com as estratégias de contenção aos movimentos separatistas e terroristas da região.
O presente artigo analisa o debate político em torno dos caminhos da política externa diante da eleição para a Presidência em 2014. O argumento central é que a eleição coloca em confronto estratégias distintas de inserção internacional: um voltada ao autonomismo e outra ao alinhamento. Portanto,o que se coloca em disputa não é apenas a política da política externa, mas a própria contradição de um País e de um subcontinente que enfrenta barreiras para romper o seu padrão de desigualdade e dependência.
O artigo apresenta uma discussão sobre os processos de institucionalização e expansão do BRICS ao longo de suas nove cúpulas, destacando duas áreas temáticas: (i) economia política internacional – particularmente desenvolvimento internacional; e (ii) segurança internacional. A hipótese é a de que o BRICS vem passando por um processo de adensamento institucional, cuja maior expressão foi a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e do Arranjo Contingente de Reservas (ACR). Nesse processo, embora os temas de segurança internacional ganhem importância crescente, isso se deve às transformações na geopolítica do capitalismo contemporâneo. Além disso, há também um concomitante processo de outreach do BRICS. Nesse contexto, distintos padrões de adensamento institucional do arranjo podem ser notados. Concluiu-se que tanto o destaque das questões de segurança internacional quanto o processo de outreach com relação a outros países sofre uma influência direta do país que hospeda a cúpula. Ainda assim, o adensamento institucional ocorre em larga medida nas questões associadas à economia política internacional e, em particular, à questão do desenvolvimento internacional – uma espécie de “caminho de menor resistência” – embora não se deva perder de vista os avanços ocorridos nas últimas cúpulas nas questões de segurança internacional.
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