Fruto de pesquisa recentemente concluída, este texto discute a mediação dos dispositivos móveis de comunicação nos processos de aprender-ensinar das juventudes contemporâneas. O trabalho foi desenvolvido através de oficinas realizadas com jovens de uma escola pública localizada na cidade do Rio de Janeiro. A pesquisa dialogou com os estudos da cibercultura, da geografia e das juventudes, com Mikhail Bakhtin se constituindo como principal interlocutor teórico-metodológico. Através de aparelhos celulares do tipo smartphone, os jovens elaboraram textos diversos sobre a cidade, escritos com os signos da hipermídia, apontando para o quanto os usos dos dispositivos móveis promovem novas situações de aprendizagem-ensino na interface com a cidade.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro RESUMO Este texto tem como objetivo promover uma reflexão sobre a abordagem teórico-metodológica da etnografia virtual (ou netnografia) nas investigações em ambientes virtuais, reconhecendo a importância da alteridade, de modo que pesquisador e sujeitos aprendam juntos. A fundamentação teórico-metodológica apoiou-se nas contribuições da etnografia virtual e no diálogo com autores dos campos da comunicação e educação. Assim, foram trilhados os caminhos necessários para interagir com noventa e oito jovens, dentre eles professores recém-formados, com os saberes compartilhados na interface Facebook. As conclusões da pesquisa apontam para a relevância da referida interface para propiciar que as diferentes vozes dos internautas sejam ouvidas e interpeladas, criando vínculos mais estreitos entre todos os envolvidos nos processos de aprender e ensinar, e abrindo novas possibilidades para que o diálogo online seja potencializado. Isso proporcionou repensar a formação de professores diante das práticas pedagógicas nas interfaces digitais, considerando as dinâmicas da interação e da colaboração, próprias da cultura digital. PALAVRAS-CHAVE: Alteridade. Etnografia Virtual. o.
Este trabalho se propôs a problematizar sentidos das masculinidades dissidentes às normas regulatórias de gênero na escola. Para isso, analisamos trechos de duas entrevistas estabelecidas com jovens adolescentes autoproclamados gays, estudantes do ensino médio de instituições públicas do Rio de Janeiro. A pesquisa foi fundamentada teoricamente pelas contribuições da filósofa feminista Judith Butler, através das noções de performatividade e precariedade, além dos estudos de gênero em articulação com o campo da Educação. Nos apropriamos da noção de entrevista narrativa de Leonor Arfuch, do conceito de experiência de Joan Scott e das teorizações de Mikhail Bakhtin sobre dialogismo e alteridade para pensar, teórico e metodologicamente, a produção de conhecimento realizada em parceria com os entrevistados. Ao analisar performatizações dissidentes, concluímos para a urgente necessidade de (re)construirmos novos modos de (re-)existência que contribuam com o enfrentamento dos diversos tipos de violência no espaço escolar, objetivando transformar as experiências dissidentes em aprendizados coletivos que nos afetem e que possam afetar os/as outros/as.
Resumo: Fruto de pesquisa de doutorado recentemente concluída, este texto propõe questionar as normas regulatórias de gênero presentes nos cotidianos escolares de dois jovens que se autodenominam gays. A interação com os sujeitos ocorreu através do estabelecimento de conversas on-line realizadas no Facebook mediante uma relação dialógica e de alteridade, propiciando a criação de um sentimento de cumplicidade e disponibilidade que tornou possível uma ampla discussão em torno de questões relativas à heteronormatividade e às experiências da abjeção que ela produz. As conversas on-line foram interpretadas principalmente à luz da contribuição de autores do campo de estudos de gênero e sexualidade amparados teoricamente pela perspectiva dos estudos queer. As conversas com ambos os jovens contribuíram com a tessitura de reflexões sobre a (re)produção dos estigmas sociais no espaço escolar e sobre a urgência de se (re)pensar o planejamento de estratégias de resistência nos cotidianos escolares na tentativa de desmistificar a naturalização e normatização da suposta superioridade e supremacia das heteronormas.
Com a emergência das possibilidades interativas engendradas pelo digital, deixamos de ser meros receptores de informação e passamos a ter a oportunidade também de produzir e compartilhar conteúdos diversos para outras/os internautas. Este novo contexto nos inspira a repensar o cenário político contemporâneo e os usos das tecnologias digitais, cuja especificidade na produção e no compartilhamento de dados informacionais rompe com a centralidade da mídia de massa. Diante disso, o presente artigo tem como objetivo investigar o ciberativismo de mulheres na rede social, focalizando os debates que emergiram em torno do movimento #ELENÃO, que envolveu a participação de milhões de internautas de todos os cantos do Brasil em setembro de 2018 em questionamento à campanha política do presidenciável Jair Bolsonaro. Esse movimento de (re)existência orquestrado por mulheres na rede traz implicações para o campo da educação, principalmente quando reconhecemos o Facebook enquanto um importante espaço de mobilização social.
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