Resumo Considerando a complexidade do cenário brasileiro de violência, especialmente aquela sofrida por mulheres e crianças, este artigo objetiva debater possibilidades de ações que poderiam ir na contramão da violência, por meio de espaços de diálogo em grupo. No trabalho, descreve-se uma intervenção realizada com mães gestantes, a respeito das etapas do desenvolvimento infantil e de possíveis medidas de prevenção de maus-tratos infantis. A intervenção foi composta por dois blocos temáticos: a) Desenvolvimento Infantil; e b) Práticas Parentais Adequadas. Foram realizados encontros semanais com duração de duas horas cada, de modo que cada tema foi contemplado em dois encontros, acrescidos de dois dias para aplicação dos instrumentos. A fim de visualizar possíveis influências dos encontros nos conhecimentos das mães, foram utilizados dois instrumentos, em medidas de pré e pós-teste e follow-up, cujos resultados foram comparados aos de mães que não passaram pela intervenção. Foram usados questionários de avaliação dos encontros e Notas de Campo. Participaram oito mães gestantes selecionadas em uma Unidade de Saúde da Família, que foram separadas em dois grupos. As conversas suscitaram assuntos sobre situações de violência e possibilidade de transformação no cuidado com a criança. Embora não se trate de instrumentos sensíveis à realidade brasileira, percebe-se que o Grupo 1 teve melhor desempenho que o Grupo 2 e que essas médias permanecem baixas no follow-up. Reitera-se a relevância de aproximar mães de práticas que promovam cuidados adequados a um desenvolvimento infantil seguro.
O relato experiência de intervenção colaborativa como possibilidade para construção de discursos alternativos sobre adolescentes e sexualidades constitui o objetivo do presente artigo. Trata-se de pesquisa-ação colaborativa envolvendo: passos de construção da intervenção; organização e desenvolvimento do grupo; entrevistas de avaliação. O processo de produção de sentidos foi registrado por notas de campo, áudio do grupo e entrevistas, sensibilizado pelas Práticas Colaborativas. Envolveu oito adolescentes, nove profissionais e pesquisadoras, em ambos planejamento e desenvolvimento. O grupo propriamente dito compreendeu sete encontros e seguiu as temáticas eleitas conjuntamente: gênero e sexualidade; puberdade; métodos contraceptivos; sexualidade na adolescência; parentalidade/maternidade na adolescência; álcool e outras drogas; escolhas e repercussões. Narramos relação como pesquisadoras participantes e destacamos a participação de três adolescentes no grupo. Evidenciamos o agir colaborativo e a singularidade das pessoas, evitando rotulações, portanto a potência das práticas colaborativas para atitudes democráticas na construção e manejo do grupo, favorecendo conversas sobre sexualidade na adolescência.
Este artigo apresenta uma análise discursiva do filme WiFi Ralph – Quebrando a Internet, com o objetivo de compreender como a violência de gênero aparece na trama. A partir da perspectiva construcionista social, descrevemos e analisamos três pontos que consideramos centrais na narrativa: quando Vanellope encontra Shank; quando Vanellope encontra outras princesas famosas; e quando Ralph ataca Vanellope. Para a análise, buscamos identificar os diferentes sentidos de gênero e de relações de gênero presentes no filme, destacando como sua narrativa reitera ou desafia os discursos hegemônicos sobre questões de gênero. Ao mesmo tempo, buscamos mostrar o silenciamento dessas questões ao adentrarmos no âmbito da violência, construindo uma perspectiva individual e essencialista sobre sua prática, isto é, a psicologização do machismo. Além disso, identificamos a valorização do excesso de afeto e deste como justificativa para violência, configurando o que chamamos de romantização da violência de gênero. Desta maneira, problematizamos o potencial de filmes infantis em apresentar situações cotidianas que crianças vivenciam e em propor soluções de como lidar com elas, neste caso, a violência de gênero. Advogamos que filmes infantis podem ser utilizados como importantes recursos discursivos e performáticos para que crianças interajam de forma igualitária.
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