Este artigo analisa estudos que comparam a utilização da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) na formação médica com o desenvolvimento de currículo tradicional de Medicina. O desenho metodológico, caracterizado como uma revisão da literatura sobre o assunto, realizada a partir de uma abordagem qualitativa, apoia-se na busca de artigos em bases de dados e bibliotecas virtuais, publicados de 1998 a 2008, com os termos medicina, graduação, aprendizagem baseada em problemas e ensino tradicional. O material foi estudado a partir da técnica de análise de conteúdo temática. A discussão se desenvolve a partir dos resultados acerca do uso da ABP na graduação médica em comparação aos resultados de cursos de currículo tradicional. Conclui-se que o uso da ABP na graduação médica pode ser uma alternativa na implementação das diretrizes brasileiras para a formação médica. A B S T R A C TThis article examines studies that compare the use of problem-based learning (PBL) in medical training with the development of the traditional medical curriculum. The methodological design, a literature review of the subject with a qualitative approach, was based on an article search in databases and virtual libraries, with publications from 1998 to 2008, using the terms "medicine", "undergraduate education", "problem-based learning" and "traditional education". The material was studied using thematic content analysis. The discussion is based on results with use of PBL in undergraduate medical training, compared to the traditional medical curriculum. In conclusion, PBL in undergraduate medical education can be an alternative to traditional Brazilian curricular guidelines for medical training.
RESUMOA escola mostra-se como lugar ideal para detecção e intervenção em casos de abuso sexual infantil, uma vez que o principal agressor geralmente encontra-se na família. Considerando que a escola deve ter como objetivo garantir a qualidade de vida de sua clientela, bem como promover a cidadania, para delinear um programa que possa capacitar tais profissionais em casos de abuso sexual, parece necessário, em primeiro lugar, conhecer o universo de informações que eles detêm sobre o tema, sobre a legislação a respeito e sobre os direitos da criança. Este estudo teve como objetivo caracterizar as informações de 20 educadoras de escolas municipais de educação infantil sobre o abuso sexual de crianças em uma cidade de médio porte. As informações obtidas foram analisadas e divididas em sete categorias. Os resultados indicam que a maioria das educadoras possuía informações insuficientes acerca do tema e afirmava adotar procedimentos inadequados diante dos casos de crianças que sofreram abusos sexuais. CRIANÇA -ABUSO SEXUAL -EDUCAÇÃO DA CRIANÇA -PROFESSOR ABSTRACT TEACHERS' CONCEPTIONS ABOUT SEXUAL CHILD ABUSE. The school proves to be an ideal place for detection and intervention in child sexual abuse cases, since the main aggressor is found generally within the family. Considering that one of the school's objectives should be to guarantee the quality of life of its pupils, as well as to promote citizenship, in order to develop a program to train teachers on what to do in cases of sexual abuse, it seems necessary first to survey the universe of information teachers have about the subject, the existing legislation, and the children's rights. This study aimed to characterize the information that twenty educators in municipal schools for early child education in a medium size city had about child sexual abuse. The data Este artigo é parte da dissertação de mestrado da primeira autora, desenvolvida pelo Programa de
OBJETIVO: Descrever e analisar as dificuldades enfrentadas na identificação e notificação de maus-tratos contra crianças e adolescentes sob a óptica de médicos pediatras. MÉTODOS: Estudo qualitativo envolvendo oito participantes (quatro homens e quatro mulheres), com média de idade de 48 anos e tempo médio de experiência profissional de 22 anos. O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi um questionário contendo: a) duas vinhetas descrevendo uma situação que envolvia suspeita de maus-tratos contra crianças, com duas questões em cada vinheta, as quais tratavam do processo de identificação da suspeita e das dificuldades encontradas, e b) três questões adicionais sobre dificuldades específicas nesse procedimento de identificação de maus-tratos. RESULTADOS: As dificuldades observadas no estudo foram descrença na efetividade do Conselho Tutelar, formação inexistente ou insuficiente sobre o tema, além de limitações pessoais. Ademais, foi observada a necessidade de confirmação da suspeita de maus-tratos para que fosse feita a notificação, o que contradiz a legislação. CONCLUSÕES: O despreparo do profissional para lidar com vítimas de violência deve-se, possivelmente, ao desconhecimento sobre como proceder frente a esses casos. Além disso, o modelo biomédico vigente dificulta a identificação de possíveis casos, pois sinais e sintomas de maus-tratos infantis podem ser confundidos com outros diagnósticos diferenciais. Há necessidade de treinamento dos pediatras acerca da abordagem aos maus-tratos, bem como a avaliação da efetividade dessas capacitações.
ResumoA violência por abuso sexual é mais difícil de ser identificada por não apresentar, na maioria dos casos, marcas físicas. Capacitar professores a ser mais sensíveis aos sintomas que uma criança sexualmente abusada apresenta, talvez garanta o diagnóstico precoce destes casos. O estudo teve como objetivo avaliar a eficácia de uma intervenção com educadoras no sentido de capacitá-las a atuarem com casos de abuso sexual. As participantes foram 11 educadoras, sendo que 5 participaram da intervenção e 6 formaram um grupo controle. A intervenção foi composta de duas etapas: 1) Quatro encontros de três horas de duração cada um, realizados na Secretaria Municipal de Educação do município. As atividades realizadas nos encontros consistiram de exposições orais sobre o tema, atividades práticas, exposições sobre a legislação, apresentações de vídeos e filmes, role-playing etc; 2) Período de consultoria. Ao início, ao final dos encontros e após o período de consultoria foram aplicados nas participantes dois instrumentos para avaliar o desempenho destas, o RAS (Registro sobre Abuso Sexual) e o Questionário sobre Conhecimentos e Crenças a respeito de Abuso Sexual. De forma geral, a intervenção promoveu algumas importantes modificações para que as professoras atuem com casos de abuso sexual. Palavras-chave: Abuso sexual; professores; intervenção. Abstract Training teachers on child sexual abuseThe violence of sexual abuse is more difficult to identify, as in the majority of cases, physical evidence is not present. If teachers were trained to be more sensitive to other symptoms that a sexually abused child shows, perhaps these children could be identified earlier. The goal of this study was to evaluate the effectiveness of an intervention program which enables teachers to work with sexual abuse cases. Participants were 11 teachers; five took part in the intervention program and six remained with a control group. The intervention program had two phases: 1) Four meetings, each of three hours duration, conducted at the Municipal School Board. Activities of this phase involved: oral presentations about the theme, practical activities, explanations about pertinent legislation, video and film presentations, role-playing, etc. 2) A consultation period. Two measurements evaluated the teachers` performance: the RAS (Register on Sexual Abuse) and a Questionnaire regarding knowledge and beliefs on sexual abuse. Such measurements were applied before the intervention, at its end and then at the termination of the consultation phase. In general, the intervention resulted in some important changes for the teachers, enabling them to work with sexual abuse cases.
Tendo em vista o crescente número de casos de abuso sexual que vêm sendo denunciados e a vulnerabilidade de algumas populações específicas, como por exemplo, a população de pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, mais especificamente os deficientes mentais, esse estudo teve como objetivo caracterizar as habilidades de proteção contra o abuso sexual desses indivíduos. Para isso, foi realizada uma entrevista estruturada, que consistiu em um instrumento traduzido "What If Situation Test"( Teste de Situações "E Se"), com seis mulheres com idades entre 18 e 50 anos. Pôde-se perceber pela análise dos resultados que as participantes não tinham um repertório de habilidades de auto proteção adequado para se protegerem em situações potencialmente abusivas do ponto de vista sexual. De acordo com os dados obtidos, as participantes foram capazes de discriminar as situações apropriadas das situações inapropriadas, ou seja, elas reconheceram quais situações lhes colocam em risco de sofrer abuso sexual. Em contrapartida, elas não foram capazes de se retirar de uma situação inapropriada e não reportaram tal situação a pessoas de confiança, o que justifica afirmar que elas apresentam um déficit em seu repertório de habilidades de auto proteção. Esse estudo apóia a literatura ao confirmar que essa é uma população vulnerável em relação ao abuso sexual e permite ampliar a discussão sobre a necessidade de programas de prevenção para a mesma.
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